Decisão de política monetária, dados de atividade e inflação movimentam o futuro dos mercados globais.
BCE segue flexibilização e corta taxa de juros
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) deu continuidade à sua estratégia de flexibilização monetária, reduzindo a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, levando-a para 3,25%.
A decisão foi bem recebida pelo mercado europeu, alinhando-se à queda mais rápida que o esperado na inflação de setembro, que veio abaixo da meta de 2% pela primeira vez desde 2021.
Nessa linha, o comunicado do BCE afirmou que a inflação foi influenciada negativamente por surpresas recentes de enfraquecimento na atividade econômica. Contudo, o ponto alto da decisão foi a coletiva de imprensa. A presidente do BCE, Christine Lagarde, destacou que os riscos para a inflação estão mais inclinados para baixo do que para cima.
Embora uma recessão não seja o cenário base dos diretores do BCE, a necessidade de prudência na flexibilização monetária é o caminho mais viável, visto que a fraqueza da demanda em grandes economias como a Alemanha e os riscos geopolíticos podem atrasar a recuperação econômica do país. Por isso, as próximas decisões de política monetária devem continuar o processo de afrouxamento monetário.
Economia americana dá sinais de aquecimento positivo
Nos EUA, as vendas no varejo de setembro superaram as expectativas, registrando um leve aumento de 0,4% m/m versus 0,3% m/m esperado. Excluindo automóveis e combustíveis, o avanço foi ainda mais expressivo, com uma alta de 0,7%, contra a projeção de 0,3% m/m. No acumulado dos últimos três meses, as vendas do setor aumentaram 2,3%.
A principal contribuição para esse resultado veio das vendas do chamado “grupo de controle”, que exclui itens voláteis como alimentação e combustíveis. Esse indicador avançou 0,7% m/m, superando confortavelmente as expectativas de 0,3%.
Esse foi o principal dado macroeconômico americano dos últimos dias. Mesmo com os impactos negativos recentes de greves e furacões na produção industrial, a resiliência do consumidor americano, sustentada por aumentos salariais, mantém o consumo robusto. O resultado adicionou um viés de alta para o PIB do terceiro trimestre do país e gerou um carrego estatístico positivo para o último trimestre deste ano. Olhando para frente, espera-se que, enquanto o mercado de trabalho permanecer forte, embora com uma certa desaceleração, os gastos com bens e serviços devem continuar firmes.
Em relação à política monetária americana, as surpresas positivas na atividade e no mercado de trabalho têm levado o mercado a reduzir os cortes de juros na curva futura de juros. Por isso, a maioria do mercado ainda espera 25 pontos-base no Fed Funds na reunião de novembro.
Focus revisa expectativas para inflação: veja dicas de investimentos na renda fixa
No Brasil, as preocupações com a inflação permanecem em evidência, especialmente após as recentes revisões nas projeções. Como havíamos antecipado no nosso canal do Telegram, o Boletim Focus divulgado ontem (21) mostrou uma nova revisão nas expectativas, destacando que a projeção do IPCA para 2024 deve alcançar o teto da meta inflacionária de 4,50%.
Nessa linha, o IPCA-15 de outubro, que será divulgado na quinta-feira (24), deve apresentar uma alta de 0,51% (mediana das estimativas coletadas pela Bloomberg), superando a variação de 0,13% observada em setembro. Esse dado deve atrair a atenção do mercado. Há diversos vetores que potencialmente podem gerar uma inflação acima do teto do intervalo da meta do Banco Central para este ano.
Como comentamos anteriormente, o preço da energia elétrica deve continuar bastante pressionado devido às secas no país. No grupo de alimentos, a carne deve refletir a escalada dos preços do boi. Por fim, mas não menos importante, a desvalorização cambial deve pesar sobre os preços dos bens industriais, que vem sendo um importante vetor de ancoragem do índice de preços domésticos.
Continuamos esperando novas revisões de estimativas de inflação por parte dos analistas de mercado, o que adiciona pressão sobre as autoridades monetárias para o próximo Copom.
Por isso, continuamos indicando títulos pós-fixados.
Cardápio da semana
Características do CDB pós-fixado do BTG Pactual com liquidez diária | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 22/10/2026 (365 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 100,00% do CDI |
Tributação | 17,5% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | Liquidez diária |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características do CDB pós-fixado do Banco Daycoval com liquidez diária | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 22/10/2027 (1095 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 110,00% do CDI |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | Liquidez diária |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 18h |
Características do CDB pós-fixado do Paraná Banco | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA- (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Paraná Banco |
Aplicação mínima | R$ 100,00 |
Aplicação máxima | R$ 150 mil |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 13/10/2026 (721 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 122,00% do CDI |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 22 de outubro de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (22).
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