Crypto Insights

Polymarket vs pesquisas tradicionais: qual previsão para as eleições americanas está certa?

Sabia que pesquisas de previsão do resultado para as eleições americanas no Polymarket mostram uma proporção bem diferente das pesquisas tradicionais?

Por Marcello Cestari

29 out 2024, 08:28 - atualizado em 29 out 2024, 08:32

eleições americanas EUA estados unidos voto

Imagem: iStock/ smartboy10

Você já parou para pensar que as pesquisas de previsão do resultado para as eleições americanas no Polymarket mostram uma proporção bem diferente das pesquisas tradicionais?

Quem será que tá certo?

Aqui temos a pesquisa eleitoral americana feita pelo New York Times:

Fonte: New York Times

E aqui temos a pesquisa eleitoral segundo as apostas no Polymarket:

Fonte: Polymarket

E você deve estar se perguntando por que isso acontece? 

O primeiro ponto pode ser que vários apostadores realmente estão convictos de que Donald Trump vai ganhar a eleição e mesmo com as probabilidades distorcidas de hoje, veem um potencial de retorno sobre o investimento como um dinheiro fácil (o que ainda sim não justifica nada).

Mas vamos fazer um exercício, digamos que você apoia Trump e tem muito dinheiro no banco.

Ou você doa para uma PAC que financia a campanha de Trump.

Ou você aposta no Polymarket e distorce as probabilidades mais ainda, uma vez que a mídia considera as probabilidades dos mercados preditivos e aumenta a percepção de sucesso na campanha de Trump.

Embora você tenha a chance de perder seu dinheiro, se a aposta se concretizar você ainda sai lucrando.

Eleições americanas: apostadores do Trump gastam mais dinheiro?

Nas pesquisas políticas tradicionais não importa se um apoiador de Trump responde a pesquisa apenas declarando apoio ou grita que apoia ele na linha telefônica após responder a pesquisa eleitoral.

Em ambos casos é só mais um ponto na pesquisa, certo?

Mas nos mercados de apostas você pode distorcer as probabilidades com base em quanto dinheiro você aposta, certo?

Existe uma ideia de que os apostadores do Trump são menores em número mas apostam mais dinheiro e aí distorcem a enquete. 

Isso é uma boa teoria mas os dados não confirmam isso:

Fonte: Dune

A maravilha do blockchain é a transparência e permite que a gente analise e visualize esses dados.

Nessa tabela dá para ver que tem mais investidores individuais no Trump e com uma média de aposta bem parecida em comparação aos investidores da Kamala Harris.

Mas é aí que você se pergunta: será que os investidores não podem criar várias carteiras diferentes para esconder essa concentração de opinião/apoio ao Trump? 

Sim, eles podem. Mas será que eles estão fazendo isso?

Aí eu já não sei, até porque é difícil rastrear isso — o que também é uma desvantagem da blockchain, já que possibilita esse tipo de prática.

Mas… no dia 5 de novembro a gente descobre qual pesquisa eleitoral estava “correta”. 

Variações semanais (21/10/24 a 28/10/24)  

  • ₿ Bitcoin (BTC): US$ 69.556 | Var. +2,91%
  • ♦ Ethereum (ETH): US$ 2.505 | Var. -6,29%
  • 🟠 Dominância Bitcoin: 59,90% | Var. +2,55%
  • 🌐 Valor total do mercado cripto: US$2,296t | Var. +0,31%
  • 💵 Valor de mercado de stablecoins: US$172,61b | Var. -0,19%
  • 📊 Valor total travado (TVL) em DeFi: US$86,77b | Var. -3,14%

* dados referentes ao fechamento em 28/10/24

Tópicos da semana 

  • Kraken, a sexta maior exchange de criptomoedas, anunciou seus planos para Ink, uma L2 Ethereum construída usando a tecnologia OP Stack da Optimism: Com lançamento previsto para o início de 2025, com uma testnet entrando no ar em 17 dias, Ink se junta a uma lista crescente de empresas como Sony e Coinbase para construir L2s usando a tecnologia da Optimism. A OP Stack agora alimenta 43 rollups com US$18 bilhões em TVL em sua supercadeia.
  • Microsoft pede que acionistas votem contra o investimento em Bitcoin: Os acionistas da Microsoft votarão sobre o investimento em Bitcoin durante a reunião anual de acionistas em dezembro. O conselho de administração recomendou que os acionistas votem contra essa proposta. O CEO da MicroStrategy fez um tweet marcando o CEO da Microsoft oferecendo ajuda para comprar Bitcoin e disse que pode auxiliar a empresa a ganhar seu próximo trilhão de dólares
  • Robinhood anunciou o lançamento de um mercado de previsões para a eleição presidencial dos EUA: Essa plataforma permite que os usuários façam apostas em diferentes desfechos eleitorais, incluindo as chances de vitória dos candidatos. A iniciativa tem como objetivo envolver os usuários em previsões políticas, ao mesmo tempo em que oferece uma nova forma de interação com os mercados financeiros. O mercado de previsões faz parte da estratégia mais ampla da Robinhood para diversificar suas ofertas além do comércio tradicional de ações
  • Os Golden State Warriors anunciaram uma parceria com a Coinbase, tornando a exchange de criptomoedas a plataforma oficial de criptomoedas da equipe: A colaboração incluirá a marca da Coinbase no Chase Center e nas plataformas digitais da equipe. A parceria tem como objetivo aumentar o engajamento dos fãs por meio de iniciativas educacionais sobre criptomoedas e tecnologia blockchain. Além disso, os fãs terão oportunidades de participar de experiências exclusivas relacionadas à parceria. Esse movimento reflete a tendência crescente de times esportivos adotarem patrocínios de criptomoedas para se conectar com públicos familiarizados com tecnologia e expandir seu alcance no mercado

Gráficos da semana 

O gráfico abaixo mostra a captação anual dos ETFs de Bitcoin vs os ETFs de Ouro:

Fonte: Twitter

Os ETFs de Bitcoin já captaram14,2 vezes mais dólares do que os ETFs de ouro no seu primeiro ano de atividade (e olha que o ano nem acabou ainda). 

Para uma análise mais justa e precisa, é essencial considerar que, em 2004, quando os ETFs de ouro foram lançados, o contexto global era completamente diferente.

O primeiro ponto é que não era possível abrir um aplicativo no celular e investir com tanta facilidade quando comparamos com os dias atuais.

O segundo ponto é que havia menos dinheiro circulando nos mercados globais, e como nós sabemos disso? Através do indicador chamado “M2 Money Supply” dos EUA mais conhecido como “M2” dos EUA (existe o M2 global, mas vamos analisar apenas os dos EUA).

Traduzindo, esse indicador representa quanto os investidores americanos têm guardado em contas bancárias nos EUA, ou seja, quanto eles tem disponível para gastar. 

Em 2004, o M2 estava US$6,42 trilhões e os ETFs de ouro captaram cerca de US$1,5 bilhão, ou seja, 0,023% do M2.

Hoje, o M2 está em torno de US$21,17 trilhões e os ETFs de Bitcoin já captaram US$21,33 bilhões, ou seja, 0,101% do M2.

Se ajustarmos a variação do M2 proporcionalmente, o desempenho dos ETFs de Bitcoin em comparação com os ETFs de Ouro (em termos de captação) cai de 14,2 vezes  para  4,39 vezes, dá uma olhada no gráfico abaixo que mostra exatamente isso:

Fonte: Twitter

Embora o desempenho tenha diminuído proporcionalmente, ainda assim é impressionante e inegável que se trata de um case de sucesso!

Por fim, vale salientar que escrevo aqui no Crypto Insights como convidado do time da Empiricus Research, uma vez que faço parte do time da Empiricus Gestão. Mas é sempre um prazer escrever aqui para vocês e agradeço novamente pelo convite.

Saiba mais sobre nossos fundos de criptoativos:

[Empiricus Criptomoedas]                [Empiricus Coin Cripto]
[Empiricus Digital Crypto]                 [Empiricus Essential Crypto]

Sobre o autor

Marcello Cestari

Marcello Cestari é analista e trader responsável por todos os fundos de cripatoativos na Empiricus Gestão. É formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP). Além de suas responsabilidades na Empiricus Gestão, Marcello Cestari compartilha regularmente sua expertise por meio da produção de conteúdos e análises aprofundadas sobre o mercado de criptoativos, contribuindo para a disseminação de conhecimento e informação no setor.

Baixe grátis nosso App

Acesse a Empiricus de onde estiver. Na palma da mão e também na sua casa.

Baixe grátis e conheça nossas novidades.