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Apple (AAPL34) tem melhor trimestre de vendas de sua história no 3T24 e resultado vem em linha com o esperado

Excluindo o pagamento de impostos à União Europeia, o lucro por ação da Apple cresceu em 12 meses; veja os números

Por Enzo Pacheco, CFA

01 nov 2024, 08:58 - atualizado em 01 nov 2024, 09:32

apple AAPL34

Imagem: iStock.com/fazon1

Também após o fechamento do pregão regular de quinta-feira (31), a Apple (B3: AAPL34 | Nasdaq: AAPL) reportou seus balanços do quarto trimestre do ano fiscal de 2024 (ou 3T24). Os resultados vieram em linha com o esperado pelos analistas.

Vendas da Apple bateram recorde para o período do ano

No período, as vendas totalizaram US$94,930 bilhões, um aumento de 6,1% em relação ao mesmo trimestre de 2023 e um recorde para esse período do ano.

A receita proveniente do iPhone, principal produto da companhia (que representaram quase 50% do faturamento total), foi de US$46,222 bilhões, valor 5,5% maior na comparação anual. 

A parte de Serviços, que tem sido o principal vetor de crescimento nos últimos anos, reportou vendas de US$24,972 bilhões (+11,9% vs. 4T23), novo recorde para o segmento. A receita de iPad também teve um forte aumento, totalizando US$6,950 bilhões (10,8%).

Por outro lado, as vendas de Mac ficaram praticamente estáveis (US$7,744 bilhões, +1,7% vs. 4T23), enquanto a de Wearables e Acessórios recuaram na comparação anual (US$9,042 bilhões, -3%).

Ásia-Pacífico, Europa e Japão lideraram as vendas

Analisando por região, os destaques de crescimento foram Ásia-Pacífico (US$7,383 bilhões, +16,6%),  Europa (US$24,924 bilhões, +10,9%) e Japão (US$5,926 bilhões, +7,6%). 

As vendas nas Américas, principal mercado da empresa (49% da receita), totalizaram US$41,664 bilhões (+3,9% vs. 4T23). 

Já a parte da Grande China, vista como uma grande oportunidade de crescimento para a empresa, reportou receita de US$15,033 bilhões, praticamente estáveis na comparação anual.

Lucro líquido da Apple foi impactado por pagamento de impostos à UE

O lucro bruto no trimestre somou US$43,879 bilhões, alta de 8,5% em relação a um ano atrás e o equivalente a uma margem de 46,2% (+1 p.p. vs. 4T23), graças a maior participação da linha de Serviços no negócio como um todo — que conta com margens superiores a 70%, enquanto os produtos ficam na casa dos 35%.

Na linha final de resultado, o lucro líquido da empresa foi de US$14,736 bilhões, ou US$0,97 por ação, uma queda de mais de 33% na comparação anual (US$22,956 bilhões, US$1,46/ação). 

Importante salientar que, no trimestre atual, a empresa teve que reconhecer um pagamento de impostos de mais de US$10 bilhões junto à União Europeia, em relação ao caso de como gerenciava seus tributos na região. Excluindo esse valor da conta, o lucro por ação da companhia foi de US$1,64 por ação, valor 12,3% acima do apresentado um ano atrás.

Vendas cresceram 2% no ano fiscal de 2024

No ano fiscal de 2024, as vendas da companhia totalizaram US$391,035 bilhões, aumento de 2% em relação ao período anterior. As vendas do iPhone somaram US$201,183 bilhões (+0,2% vs. 2023), enquanto o destaque de crescimento foram as receitas de Serviços (US$96,169 bilhões, +12,8%).

O lucro bruto no ano totalizou US$180,683 bilhões, valor 6,8% superior na comparação anual e o que representa uma margem de 46,2% (+2 p.p. vs. 2023).

Dado o impacto no lucro do 3T24, o resultado final da companhia no ano foi de US$93,736 bilhões, ou US$6,08 por ação, comparado com US$96,995 bilhões (US$6,13/ação) no ano anterior.

O que diz a alta diretoria da Apple?

Segundo o CEO Tim Cook, o lançamento de novos produtos no trimestre como o iPhone 16, Apple Watch Series 10, AirPods 4 e funcionalidades ligadas ao monitoramento da saúde dos usuários devem trazer de volta os clientes às suas lojas.

Além disso, o lançamento das primeiras aplicações do Apple Intelligence (a Inteligência Artificial da companhia) também deve ser um novo chamariz para o trimestre que englobam as festas de fim de ano.

O crescimento observado no último trimestre do ano, aliás, já demonstra uma melhora nas perspectivas para o negócio. Foi o segundo período consecutivo de aumento maior do que 5% nas vendas, após queda de 4% no 2T24 e recuos na receita ao longo de todo ano fiscal de 2023.

Entretanto, as ações reagiram negativamente no after-market, caindo mais de 2%.

Mas enxergo eventuais quedas na ação como oportunidade de compra para aqueles que ainda não contam com a ação da Apple (B3: AAPL34 | Nasdaq: AAPL) na carteira. O lançamento do Apple Intelligence, compatível apenas com modelos recentes, tem tudo para forçar aqueles usuários que estão com aparelhos mais ultrapassados a renovar os seus dispositivos nos próximos trimestres. 

Sobre o autor

Enzo Pacheco, CFA

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.