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‘Renda fixa só paga o combinado’: veja por que comparação de dividendos de ações com rendimentos em títulos é errônea

O dividend yield de ações está menos atrativo do que o rendimento de títulos de renda fixa? Analista explica a relevância de investir em boas pagadoras de dividendos.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

02 nov 2024, 10:00

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Imagem: iStock/ Andrii Yalanskyi

Ao comparar o dividend yield de 6% de uma companhia rotulada como boa pagadora de dividendos com o rendimento de 12% em um título de renda fixa, a conclusão pode parecer óbvia: a segunda opção deve pagar muito mais.

Essa lógica, contudo, é errônea. Conforme explica o analista de ações Ruy Hungria, da Empiricus Research, essa comparação envolve “duas classes de ativos distintas, com potenciais totalmente diferentes”.

“Essa é uma comparação comum, mas é bastante equivocada. A renda fixa tem a sua atratividade, mas quando tratamos especificamente de títulos do Tesouro, são papéis que vão te oferecer rentabilidade, mas nada além daquilo que está combinado,” comenta o analista. 

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Apesar de não ser possível haver garantias de qual ativo irá pagar melhor, o investidor deve ter em mente que esses investimentos devem ocupar espaços distintos da carteira. 

Enquanto os títulos da renda fixa podem ser utilizados para um crescimento de portfólio com menor liquidez e mais pensamento de longo prazo, investir em ações requer outra estratégia. 

“Quando olhamos para as ações, o investidor tem o potencial de receber dividendos – que se assemelha à questão da renda fixa –  e, além disso, há a valorização de capital da ação”, explica Hungria.  

Dessa forma, o investidor está exposto a mais risco e volatilidade do preço, mas também tem a oportunidade de ganhar duplamente: com dividendos e com a apreciação do valor da companhia. 

“Então sempre que você vai comparar o dividend yield de uma ação ou de uma carteira, não é justo comparar diretamente com o rendimento de uma NTN-B ou de um Tesouro Selic”, completa o analista.

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Considerando uma estratégia de investimentos sólida, Hungria aconselha que o melhor é não escolher entre uma classe ou outra de investimento. “Pensando no longo prazo, olhar esses dois tipos de retornos é o que realmente costuma trazer valor para a carteira do investidor”, afirma. 

Já a respeito da seleção de ações, o analista destaca a relevância das ações que pagam bons dividendos. “O acionista tem aquele rendimento que é mais constante, mas também está exposto ao potencial de valorização das ações,” diz.

De olho nesses ativos, Ruy Hungria e sua equipe de analistas da Empiricus Research separaram uma lista com 5 ações boas pagadoras de dividendos para novembro. O acesso ao relatório completo está liberado para os leitores do site da Empiricus gratuitamente aqui. 

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.

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