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Gerdau (GOAU4): operação brasileira é destaque no balanço do 3T24 e vitória de Trump impulsiona ações; papéis sobem 7%

O resultado da Gerdau (GOAU4; GGBR4) superou as expectativas com fortes números no 3T24 na operação brasileira. Leia mais.

Por Henrique Cavalcante

06 nov 2024, 13:37 - atualizado em 06 nov 2024, 16:20

Metalúrgica Gerdau GGBR4 (GOAU4)

Imagem: Divulgação

A Gerdau (GOAU4; GGBR4) superou as expectativas com fortes números no 3T24.

Mesmo diante de um ambiente de mercado desafiador, a gestão da Gerdau foi novamente capaz de entregar um bom resultado, proveniente de iniciativas internas para aumentar a rentabilidade do negócio.

Receita da Gerdau cresce 4,6% no trimestre

As vendas de aço atingiram 2,8 milhões de toneladas, alta de 4,3% em relação ao trimestre anterior. Apesar dos preços de vendas menores, o maior volume de vendas e a desvalorização cambial, que beneficiou as operações da companhia, a receita líquida total da Gerdau cresceu 4,6% trimestralmente, para R$ 17,4 bilhões. 

O destaque do resultado foi a melhora na rentabilidade do negócio, puxada pela operação brasileira. A companhia registrou um Ebitda ajustado de R$ 3,0 bilhões (+15% T/T), com uma margem Ebitda de 17,4% (+1,6 p.p. T/T), um avanço notável em relação ao trimestre anterior. 

Olhando por linha de negócio, as readequações na capacidade produtiva da operação Brasil, como a hibernação de algumas usinas, trouxeram reduções de custos importantes para a Gerdau, dando continuidade aos ganhos iniciais que foram vistos no 2T24. Além disso, os volumes também foram positivos, puxados pelo crescimento na demanda por aço longo e aumento das exportações. Com isso, a margem Ebitda saltou para 16,9% (+8,2 p.p. T/T) e foi o principal destaque positivo do resultado.

Eleições dos EUA arrefecem pedidos na América do Norte

Já na América do Norte, o mercado passa por um arrefecimento ante os últimos anos e, mais recentemente, cautela nos pedidos devido às eleições presidenciais. Com volumes menores, influenciado também por paradas programadas para manutenção, e pressão do câmbio nos custos, a margem Ebitda contraiu para 17,4% (-3,9 p.p. T/T).

Nas divisões menos representativas, Aços Especiais mostrou números estáveis em relação ao trimestre anterior, com margem Ebitda de 18,4%. Já na divisão da América do Sul, apesar da margem Ebitda relativamente estável em 15,8%, a fraca demanda na Argentina segue travando melhores resultados.

A geração de caixa no trimestre novamente foi forte. O fluxo de caixa livre para o acionista foi de R$ 1,2 bilhão, ou R$ 3,0 bilhão, se considerarmos o efeito não recorrente do recebimento do depósito judicial do processo de exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e COFINS.

Com balanço forte e uma alavancagem financeira muito saudável (0,3x Dívida Líquida sobre Ebitda), a companhia sinalizou que deve continuar executando fortemente seu programa de recompra, impulsionado pela visão de que as ações estão subvalorizadas. 

Vitória de Trump nas eleições impulsionaram ainda mais Gerdau após balanço do 3T24

Após o resultado positivo e a vitória de Donald Trump nos EUA, as ações reagiram e sobem cerca de 7% até a metade do dia. Com propostas de políticas comerciais protecionistas e uma história de apoio ao setor siderúrgico, a expectativa é que os números melhorem na operação da América do Norte. Isto somado ao processo de recuperação na rentabilidade brasileira, deve impulsionar os resultados consolidados da Gerdau no médio prazo.

Negociando a atrativas 4 vezes o seu valor da firma sobre Ebitda para 2025, perspectivas operacionais positivas e excelente carrego com recompras e distribuição de dividendos, seguimos compradores de ações da Gerdau

Sobre o autor

Henrique Cavalcante

Economista e pós-graduando em Finanças Corporativas pelo Insper, é Analista de Ações na Empiricus desde 2021 e possui a certificação CNPI. Integra as equipes das séries As Melhores Ações da Bolsa e Carteira Empiricus, cobrindo empresas de diferentes setores da economia. Possui experiências anteriores em áreas financeiras na PepsiCo e Santander.