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BR Partners (BRBI11): resultado reflete consistência e ganho de escala no 3T24; confira análise

O resultado do BR Partners (BRBI11) foi suportado pela forte expansão das receitas de clientes e pela diluição de despesas.

Por Larissa Quaresma, CFA

08 nov 2024, 16:13 - atualizado em 08 nov 2024, 16:22

BR Partners BRBI11

Imagem: Divulgação/ BR Partners

Após o fechamento do mercado desta quinta-feira (7), o BR Partners (BRBI11) divulgou números surpreendentes para o 3T24: o lucro líquido foi de R$ 50 milhões, +25% na visão anual, com ROE de 23,7% (+3,4 p.p. anualmente).

O resultado do BR Partners foi suportado pela forte expansão das receitas de clientes, contrariando a possibilidade de desaceleração, e pela diluição de despesas.

3T24 do BRBI11 impressiona

Mais uma vez, o BRBI11 demonstra a qualidade do seu negócio, de rentabilidade e crescimento altos. Ainda, a ação tem um bom carrego: a companhia declarou dividendos de R$ 0,45 / unit, equivalente a um yield de 3,0% sobre o fechamento de 07/nov.

A receita total foi de R$ 158 milhões, expansão de 11% e 48% nas visões trimestral e anual, respectivamente. O crescimento veio da receitas com clientes (+13% e +58%), que somou R$ 126 milhões; enquanto a remuneração do capital foi de R$ 32 milhões (+5% e +17%).

A atividade aquecida de fusões & aquisições, assim como de emissões de títulos de dívida, impulsionaram o principal segmento de clientes, o Investment Banking & Capital Markets. Essa frente faturou R$ 101 milhões (+14% e +60%), o que chama atenção diante da desaceleração dessa mesma área nos resultados dos bancões. Com o grande volume de emissões, a vertical de Treasury Sales & Structuring capturou oportunidades de estruturação de swaps e, com isso, teve receita de R$ 21 milhões (+13% e +46%). 

Segmento de Gestão de Patrimônio no BR Partners está crescendo

A parte de Gestão de Patrimônio, embora ainda pequena no todo, mostra evolução importante, com receita de R$ 3 milhões (+123% anualmente) e captação líquida de R$ 1 bilhão no trimestre. Com isso, o portfólio assessorado foi para R$ 4,3 bilhões.

Apesar dos investimentos em Gestão de Patrimônio e das comissões a parceiros geradores de negócios, as despesas cresceram abaixo da receita, em +10% e +74% nas visões trimestral e anual. É possível observar alavancagem operacional: o índice de eficiência melhorou 6,9 p.p. na visão trimestral e 1,2 p.p. na anual. Com isso, o resultado operacional antes dos impostos foi de R$ 66 milhões (+12% e +21%).

A alíquota de imposto corporativo foi maior neste trimestre, o que causou a contração sequencial de 4% no lucro líquido da BR Partners, mas ainda com expansão anual de 25%. Os R$ 50 milhões da linha final ficaram 11% acima da estimativa de mercado, e representam um ROE de 23,7%, perda sequencial de 1,2 p.p., mas expansão anual de 3,4 p.p., pelo mesmo motivo dos impostos.

Ações do BR Partners: devo investir?

No todo, consideramos que esse foi mais um excelente resultado.

O BR Partners mostra, trimestre após trimestre, a consistência e confiabilidade do seu modelo de negócios, que ainda conta com avenidas de crescimento promissoras.

No curto prazo, ao que tudo indica, a atividade de mercado de capitais continua forte, o que deve continuar sustentando bons números à frente. Negociando a 7,3x o lucro para 2025, vemos ações BRBI11 como uma das melhores small caps da bolsa brasileira.

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.