A B3 (B3SA3) divulgou números mistos no 3T24, com desempenho operacional abaixo das expectativas. Com as receitas já antecipadas após a divulgação da prévia, a surpresa negativa veio das despesas operacionais.
A receita bruta foi de R$ 2,7 bilhões, representando um crescimento de 9% na comparação anual.
A linha de Juros, Moedas e Mercadorias compensou a queda de outras verticais
No segmento Listado (+7% a/a), o desempenho da linha de Juros, Moedas e Mercadorias (+16% a/a) ajudou a compensar fraqueza nas Ações e Instrumentos de Renda Variável (+2% a/a), devido ao persistente baixo volume de negociação.
As linhas de Infraestrutura para Financiamentos e Tecnologia, Dados e Serviços seguem entregando um crescimento anual de dois dígitos. Reconhecemos os esforços contínuos da B3 para aumentar a diversificação do seu negócio para suavizar a ciclicidade do segmento de ações.
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Despesas ajustadas pressionaram as margens da B3
Em termos de rentabilidade, as despesas ajustadas cresceram 15% em relação ao 3T23, atingindo R$ 578 milhões e pressionando as margens. Esse aumento de despesas foi motivado principalmente por elevações em custos com pessoal, processamento de dados e serviços de terceiros, decorrentes de ajustes salariais, maior uso de nuvem e consultorias estratégicas.
Com isso, o EBITDA recorrente foi de R$ 1,7 bilhão, representando uma alta anual de 5%, mas com uma margem de 70,0%, uma redução de 2,3 p.p. em relação ao ano anterior.
Alta das despesas financeiras e de impostos afetou lucro líquido
O lucro líquido recorrente atingiu R$ 1,2 bilhão (+6% a/a), embora tenha sido afetado pelo aumento nas despesas financeiras e pela alíquota de impostos mais elevada. Por fim, a companhia anunciou uma expansão de seu programa de recompra, aumentando o limite para 340 milhões de ações ordinárias, uma boa sinalização aos acionistas, principalmente em meio a um resultado abaixo das expectativas e pressão nas ações.
B3 conseguiu driblar o cenário desafiador das ações
Apesar do cenário desafiador no mercado de ações e do impacto nas margens neste trimestre, o valuation atual, a resiliência operacional e o carrego da ação, nos mantém construtivos com a posição em B3.
Cientes de que uma recuperação mais robusta depende da melhora do fluxo no mercado acionário, seguimos monitorando a tese de investimentos.