Peço licença para usar este espaço hoje para agradecer formal, pública e verdadeiramente a André Ribeiro (Brasil Capital), Fabio Alperowitch (Fama Investimentos), Flavio Sznajder (Bogari), Marcos Peixoto (XP), Octavio Magalhães (Guepardo Investimentos) e Rodrigo Heilberg (HIX Capital) por terem participado ontem do nosso evento do Investidor Essencial, permitindo à pessoa física aproximar-se de seus brilhantes racionais e estratégias de investimento em ações.
Pessoalmente, fico particularmente feliz e satisfeito em contar com tais presenças, de gestores que sabem muito mais de Bolsa do que eu, com quem posso aprender a cada conversa, troca de mensagens e envio de e-mails. É um privilégio contar com esta solidária interlocução, que desconfio não merecer. Observo à distância a excepcional competência com que tocam seus fundos.
Gostaria de agradecer também a todos os demais presentes, que deixaram suas casas, seus trabalhos e suas famílias para se reunirem conosco. É uma honra poder vê-los frente a frente. Torço de coração para que não os tenha decepcionado.
Para aqueles que não puderam comparecer, divido aqui alguns trechos que talvez possam ajudar. Evidentemente, nada do que eu fizer aqui poderá nivelar-se à presença física no evento. De todo modo, fica o breve registro de alguns insights.
1. O impacto da queda do juro sobre as empresas é brutal e subdimensionado pelo mercado hoje;
2. Alguns gestores, principalmente, macro e economistas buscam relação entre PIB e Bolsa que não existe. De forma até curiosa, se existir, é negativa. Eu acrescento: gestor macro tem tese macro, e economista tem tese econômica. Ações são empresas e, claro, portanto, por vezes influenciadas por questões micro. Se você procurar insights de Bolsa no site do IBGE, vai perder o bonde. O fluxo de capital é sempre mais rápido do que os institutos de pesquisa;
3. Entre as ações citadas como aquelas de maior convicção, apareceram: BRF, JSL, Itaú, Equatorial, CVC, Lojas Americanas, M Dias Branco, BM&F Bovespa; e
4. Como coisas que podem aparecer na moda, mas exigem um cuidado especial, possivelmente ligadas a value traps, estão as estatais (sempre com capacidade de nos dar um susto quando ninguém espera), papel e celulose (que é sempre muito cíclico, impondo aos analistas uma dificuldade grande de sabermos em qual posição do ciclo estamos), e incorporadoras (intensidade de capital enorme e muito cíclico também; vira e mexe povo se anima com isso e normalmente quebra a cara no final).
O que parece ter entrado na moda é a sequência de denúncias contra o presidente Michel Temer. Decisão de Rodrigo Janot de fatiar as acusações eleva um pouco aversão a risco com ativos brasileiros, ao sugerir atraso e dificuldades adicionais com reformas. Temer focaria em se defender, deixando a pauta estrutural em segundo plano.
No exterior, Mário Draghi um pouco mais hawk fortalece o euro e traz alguma ligeira pressão sobre as bolsas, embora ganhos com mineradoras diante de alta de commodities impeçam clima negativo. Presidente do BCE flertou com redução dos estímulos monetários e conteve um pouco otimismo com liquidez local.
Agenda doméstica traz IPC-Fipe e dados do setor externo de maio. Lá fora, temos discurso de Janet Yellen, confiança do consumidor norte-americano, preço de moradas nos EUA e atividade regional do Fed de Richmond.
Ibovespa Futuro registra leve alta de 0,3 por cento, de olho na alta das commodities lá fora. Dólar sobe 0,4 por cento contra o real e juros futuros avançam, observando temperatura política elevada.