Investimentos

S01E23 – When I Grow Up

nosso analista com cara de mau te ajuda a se aposentar sem depender da boa-vontade de nossos políticos.

Por Equipe Empiricus

03 abr 2017, 04:02

“É errando que se aprende”

Quantas vezes já ouviu essa frase?

Um dos maiores ensinamentos que tive na vida veio, mesmo, de um erro.

Não meu, mas de meus pais.

Eu não trocaria meus pais por nenhum casal do mundo (Brady e Gisele, lamento).

Tenho profundo amor e admiração pelos meus dois velhos.

Mas numa coisa eles mandaram mal.

Não se preparam para o inverno da velhice.

Mais triste é que nem gastaram tudo com viagens, restaurantes, carros e baladas, como uma cigarra desavisada.

Simplesmente, levaram a vida sem aquela reserva de segurança, operaram tempo demais no fio da navalha.

Resultado é que trabalharam praticamente até o último de seus dias.

Nada daquela aposentadoria calma no interior.

Jogar dominó na rua.

Fazer um cachecol para os netinhos.

Ao invés disso, foi trabalho duro, tocando uma empresa deficitária que não sobreviveu à crise.

Meu maior medo é chegar à velhice e não ter acumulado grana suficiente para ter conforto.

Daqui 20 anos, quero ter a opção de parar sem precisar começar a tomar cerveja com milho (quem já tomou a Brooklyn Brown não consegue voltar para Skol ou Itaipava).

Meu plano é passar os dias lendo, escrevendo besteiras e acompanhando todos os esportes inventados pelo homem.

Se você não esteve em coma ou acampado na fila para o show do Justin Bieber, sabe que previdência é a polêmica da vez.

Você pode assistir quantos vídeos do Wagner Moura quiser, o elefante não vai sair do meio da sala.

Pouco importa se o rombo atual é fruto de má gestão ou de desvios de recursos – essa grana não vai voltar.

E, mesmo que hoje nossa previdência fosse superavitária (não é, Zero-Dois!), teríamos um desfalque enorme para cobrir nas próximas décadas.

Nos restam duas opções.

Ou faz-se uma reforma que enderece as mudanças demográficas (estamos ficando mais velhos e vivendo mais), ou a previdência quebra e ninguém mais se aposenta – sugiro que dê uma olhada na situação do Rio de Janeiro, que é bem explicativa.

Há uma terceira via, mais caótica – bancar a previdência às custas de gastos pouco importantes, como educação, saúde e transporte…

Tranquilo.

Qualquer que seja a solução escolhida, a realidade é a seguinte: se quiser realmente ter uma boa e longa aposentadoria, vai ter que você mesmo(a) cuidar disso.

Não há uma maneira fácil de garantir a boa vida, amigo.

Eu não me tornei um dos melhores jogadores de sinuca da faculdade sem comprometimento.

Tive que matar várias aulas e tomar muita cerveja até dominar todas as técnicas.

Foi preciso muita dedicação para conhecer cada desnível daquela mesa velha do bar do Geninho.

Durante anos, com chuva, sol, lua, frio e calor, eu me dediquei à arte do bilhar.

Com suas finanças, também não há caminho fácil.

É preciso cortar alguns custos, ajeitar o orçamento e, então, todo mês, poupar.

Problema é que você só vai ver os resultados lá na frente.

A decisão de não gastar hoje para gastar daqui 20 ou 30 anos é ingrata.

Assim como deixar de tomar um milkshake (tem um de whisky no Meats que é imbatível) só vai te fazer verdadeiramente feliz no verão de 2018, quando você nem será muito capaz de relacionar um fato com o outro.

Por outro lado, quando você enche a pança de sorvete Häagen-Dazs batido com Guiness e Jack Daniels, o orgasmo é ali, na hora!

Difícil competir com essa injustiça de prêmio x castigo temporal.

Mas, voltando.

Depois que você consegue poupar, vem a segunda decisão, ainda mais complicada.
Investir no quê?

Se conseguir reservar mil reais por mês e aplicar na poupança, que hoje rende pouco mais de 7 por cento ao ano, vai acumular, depois de 30 anos, 566 mil reais.

Com esse dinheiro, você vive por praticamente 10 anos se mantiver seus gastos mensais em 5,5 mil reais (teto da aposentadoria oficial, hoje).

Depois desses 10 anos, bem, depois disso já era.

Se você optar por investir no Tesouro Direto e conseguir uma taxa média real de 5,5 por cento ao ano, em 30 anos vai acumular 768 mil reais. Isso te garante por quase 17 anos com o teto da aposentadoria.

Obs: nos dois cenários, assumo uma inflação de 4,5 por cento ao ano.

Notou que, apenas por aplicar seu dinheiro em um produto melhor, você aumentou muito seu tempo de aposentadoria?

E seu perfil de risco nem aumentou.

Um título pós-fixado do Tesouro é tão seguro quanto a poupança – se sua aplicação exceder 250 mil reais, então o Tesouro é, certamente, menos arriscado.

A decisão de como aplicar é absolutamente fundamental.

É loucura deixar seu dinheiro ali parado na poupança, enriquecendo ainda mais os bilionários banqueiros do país.

O Tesouro Direto é uma ótima opção, mas, se estiver disposto a correr um pouco mais de risco (quanto maior seu prazo para se aposentar, mais risco pode correr), existem várias outras opções interessantes.

Um bom perfil de risco x retorno é o de instrumentos de renda fixa.

Podem ser CDBs, LCIs, CRAs e debêntures.

Você corre risco de crédito, mas, em contrapartida, tem retornos potenciais bem maiores.

Desde que faça o dever de casa, invista em companhias sólidas e tenha uma carteira diversificada, os benefícios serão colhidos no longo prazo!

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