Com operações industriais em 12 países, WEG, empresa especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos, automação e soluções em tecnologias de energia fotovoltaica, tem surfado em receita dolarizada, na qual se protege de oscilações bruscas de câmbio. O apontamento é do analista de investimentos da Empiricus, Fernando Ferrer, integrante da série As Melhores Ações da Bolsa.
“Isso é um aspecto bastante positivo para o negócio, pois, além da diversificação geográfica em sua carteira de clientes, trazendo boa resiliência, há também uma diversificação cambial com parcela importante da receita dolarizada,” diz.
O analista avalia que a empresa tem se tornado cada vez mais rentável e os últimos resultados trimestrais, com números acima das expectativas do mercado, confirmam isso. No quarto trimestre de 2021, o lucro da Weg avançou 17,8%, chegando a R$ 874 milhões, acima dos R$ 827 milhões projetados. Considerando a sua receita operacional líquida, 56% vêm do mercado externo, e 44% do interno.
Panorama dos resultados:
Com uma ampla linha e negócios, os segmentos da empresa que se destacaram no 4T21 – em relação ao mesmo trimestre de 2020 – são:
- Equipamento Eletrônicos Industriais (EEI) com crescimento de 27,6%;
- Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) com crescimento de 48,0%
No 4T21, a linha equipamentos eletrônicos industriais registrou receita de R$ 3,26 bilhões, impulsionada pela continuidade da retomada pós pandêmica da atividade industrial nos mercados internos e externos. O destaque fica para os setores ligados às commodities.
Do outro lado, no mercado interno, os resultados da linha GTD foram puxados pelas vendas de equipamentos relacionados à geração de energia solar e geradores elétricos. Em seguida, em transmissão e distribuição de energia, os negócios foram alavancados pela venda de transformadores de grande porte.
“Isso representa R$ 23,5 bilhões em vendas líquidas, ou seja, um crescimento de 34,9% em relação a 2020”, pontua Ferrer.
Superação da crise na cadeia global de suprimentos
Com a crise na cadeia global de abastecimento, as margens da companhia foram pressionadas pelo aumento dos custos de produção, o qual cresceu em 7,3% em relação ao 3T21, acima das receitas. Assim, a margem bruta acabou penalizada em 1,2 ponto percentual, com o fechamento do trimestre em 27,6%.
Apesar desse desfalque, a WEG apresentou um crescimento consistente em seu lucro líquido, que fechou o 4T21 em R$ 874 milhões.
Para o analista da Empiricus, isso pode ser explicado pelo recuo da margem ebitda (lucros antes dos juros, imposto, depreciação e amortização) em 2,9% pontos percentuais.
“Mesmo não negociando a múltiplos de barganha (34,9 vezes seus lucros e 26,7 vezes Ebitda para 2022), a WEG continua mostrando em seus resultados a capacidade de gerar retornos aos seus acionistas,” observa.
Ele analisa que com um “portfólio diversificado e alicerçado em tecnologias de ponta, a companhia segue com uma boa margem de segurança aos investidores”, finaliza.