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O que explica a desvalorização da Magalu (MGLU3) e qual será o futuro da varejista?
Fatores macroeconômicos afetam ações das grandes varejistas; Magalu vem na dianteira, mas aposta em inovações para alavancar vendas
Uma das maiores varejistas do Brasil, Magazine Luiza (MGLU3), companhia liderada por Frederico Trajano, vem enfrentando queda de seus papéis em meio cenário macroeconômico conturbado.
A ação MGLU3 está caindo 10% em 2022, um recuo maior do que o registrado pelo Ibovespa.
O analista de investimentos da Empiricus, Fernando Ferrer, aponta que os acontecimentos no cenário doméstico e internacional são os principais fatores para essa baixa. “Tanto no Brasil como no exterior, temos observado uma curva de juros ascendente para o controle da inflação,” diz em menção a desaceleração das vendas no setor varejista.
Soma-se a isso a crise na cadeia produtiva que encarece os produtos finais aos consumidores.
Fase aguda da pandemia fez e-commerce varejista decolar
Cenário diferente do atual, durante a fase aguda da pandemia, o setor de e-commerce registrou altas históricas, puxando as ações da Magalu. Para Ferrer, as medidas de restrição de circulação impulsionaram a mudança de hábitos dos consumidores para as compras on-line e uma corrida das grandes varejistas para atender uma demanda crescente.
“Foi surpreendente o aumento das vendas no comércio eletrônico na fase crítica do coronavírus e a Magalu soube surfar bem nessa onda, assim como outras varejistas”, analisa Ferrer. A fala do analista pode ser corroborada, já que o número de pedidos do setor registrou um aumento de 16,9% em 2021, segundo a Neotrust.
Com isso, as companhias do setor varejista empreenderam uma série de mudanças no seu modelo de negócio para melhoria no atendimento aos consumidores. “A primeira mudança foi a aquisição de outras empresas de e-commerce e depois uma otimização no tempo de entrega. Como exemplo, temos a aquisição bilionária da KaBum pela Magalu,” relembra.
Entraves da atualidade dificultam avanços dos papéis da Magalu na Bolsa
Entre os principais fatores para a atual desvalorização da Magalu na Bolsa, Ferrer aponta:
- Aceleração da inflação que corrói o poder de compra das famílias brasileiras;
- Alta do dólar que encarece os componentes, logo aumenta os preços dos produtos finais aos consumidores;
- Gargalo nas cadeias de suprimentos o qual gera redução da oferta, por conseguinte, o aumento dos preços.
Afinal, compro ou vendo Magalu?
Ferrer observa que a companhia de Trajano está com uma tendência de digitalização do seu varejo e que vem apostando em inovações em seu modelo de negócio para alavancar as vendas. Entretanto, o atual cenário tem gerado entraves para o avanço da varejista na bolsa.
“Para resumir, temos uma empresa sólida, considerada uma das maiores varejistas do país, com uma logística robusta e com iniciativas para digitalizar suas vendas. O objetivo é aumentar o engajamento dos clientes”, analisa. Entretanto, como pontuado pelo analista, o cenário macroeconômico ainda gera entraves para uma boa valorização da Magalu no mercado.
Para o analista, o atual momento gera muitas dúvidas entre os investidores quanto a Magalu. Juros altos e inflação são os principais culpados. “Por isso, conforme a nossa carteira, o ideal é que se tenha uma posição pequena da varejista, algo em torno de 4,5%,” finaliza.
Sobre o autor
Mateus Cerqueira