Investimentos

Rali das commodities prossegue; ouro é hedge recomendado e muita atenção à Petrobras (PETR3,PETR4) – veja os destaques

Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, comenta dos principais assuntos que movimentam o mercado no início desta semana

Por Daniela Rocha

07 mar 2022, 10:39 - atualizado em 16 maio 2022, 20:17

Para o início desta semana é esperado que o mercado financeiro se comporte como uma extensão dos últimos dias: prosseguirão o rali das commodities e a busca por ativos considerados seguros

“Os catalisadores desses movimentos são a intensificação dos ataques da Rússia à Ucrânia e a declaração do secretário de Estado americano, Antony Blinken, sugerindo a possibilidade de embargo ao petróleo russo”, comentou Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram, destinado aos assinantes das séries da casa.

A partir da fala de Blinken, o petróleo escalou, atingindo patamares superiores a US$ 130 por barril. Por sua vez, o ouro renova máximas acima de US$ 2 mil a onça.

 Na visão de Felipe, os metais preciosos – especialmente o ouro, mas também prata, são excelentes hedges (proteções) para atravessar esse período de guerra. 

Esses ativos funcionam como reservas de valor essenciais diante da inflação elevada decorrente da forte pressão dos preços das commodities. “O ouro é a grande resposta canônica para esse tipo de situação”, disse. 

Ele comentou ainda que o bitcoin vinha se colocando como uma alternativa de reserva de valor, porém, com a tendência de forte aversão ao risco, acabou não resistindo. Nos últimos 5 dias, a mais famosa criptomoeda caiu 14%. 

Preços dos combustíveis e nova administração da Petrobras: hora de monitorar

A evolução dos preços internacionais do petróleo terá desdobramentos importantes no Brasil, que precisam ser acompanhados de perto, conforme Felipe. 

Está em estudo no governo a criação de um programa de subsídio aos combustíveis. Em meio às discussões, o Ministério da Economia, segue insistindo em um outro projeto no Senado, que mudaria a cobrança do ICMS pelos Estados – que deixaria de ser em cima do preço final, passando a incidir sobre o litro. 

“A temperatura está aumentando, seja por algum tipo de alteração na política de preços da Petrobras, seja por subsídio, o que fere a questão fiscal”, ressaltou. 

Segundo ele, a defasagem de preços dos combustíveis já chega a 25% na Petrobras (PETR3,PETR4)

Embora suas ações estejam baratas na Bolsa, é preciso ter cautela em função desse embate de preços e da mudança anunciada em seu conselho de administração.

A companhia confirmou a indicação de Luiz Rodolfo Landim à presidência do conselho, que é próximo a Bolsonaro, substituindo o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira. 

“É importante tentar despersonalizar o assunto, a gasolina a R$ 10 seria inviável. É preciso observar isso com uma perspectiva objetiva, destacada de questões ideológicas”, afirmou, referindo-se que uma solução não será tão simples. 

Migração dos investimentos para outras petrolíferas

Por conta de ruídos envolvendo a Petrobras (PETR3, PETR4), Felipe recomenda uma pequena exposição em ações da companhia. 

O analista tem dito que a sua favorita no setor petrolífero é a 3R Petroleum (RRRP3).

“Dado o contexto, o mercado já começa a reduzir suas posições de Petrobras e migrar para companhias como 3R (RRRP3) e PetroRio (PRIO3)”, concluiu. 

 

Sobre o autor

Daniela Rocha

Coordenadora de Conteúdo na Empiricus. Jornalista com MBA em Finanças na FIA. Atuou nas editorias de economia da TV Cultura e da Band e foi colaboradora do Valor Econômico, Exame e RI.