Investimentos

1T23 de BR Partners (BRBI11): impacto de Americanas e Light foi mais suave que o esperado

Os resultados de BR Partners vieram marginalmente acima do esperado; para o tamanho do desafio do período, a companhia se saiu bem

Por Larissa Quaresma, CFA

12 maio 2023, 12:38 - atualizado em 12 maio 2023, 12:48

BR Partners BRBI11
Imagem: Divulgação/ BR Partners

Ontem (11), após o fechamento do mercado, a BR Partners (BRBI11) divulgou seus números do 1T23, que vieram marginalmente acima do esperado. A queda de receita, já esperada em função dos eventos Americanas e Light, foi mais suave que a expectativa, por mais que tenha penalizado a rentabilidade. Não obstante, consideramos que a companhia continua com uma operação saudável, especialmente diante do ambiente desafiador.

A receita total foi de R$ 102 milhões, queda anual de 5%. O Investment Banking foi o principal detrator, com contração de 24% ano contra ano. Não fosse o serviço de Special Situations & Restructuring, que fica dentro dessa área, a queda teria sido provavelmente maior – lembre-se que a BR Partners assessorou reestruturações notáveis recentemente, como Marisa.

A área de Treasury Sales & Structuring também pesou, com uma queda de 20%, devido à menor emissão de dívidas e à abordagem de risco mais conservadora da companhia. Do lado positivo, a Remuneração de Capital (+37%) compensou parcialmente essas quedas, devido à reavaliação de ativos administrados pela divisão de investimentos.

As despesas totais, por sua vez, cresceram 25% na comparação anual, puxadas pelas linhas de pessoal (+33%) e administrativas (+26%). Isso se deve ao aumento do partnership, às despesas antecipadas com a futura plataforma de Wealth Management e ao desenvolvimento de sistemas internos. Com isso, o índice de eficiência, razão entre as despesas totais e a receita total, teve uma piora de 12 p.p., para 44%.

O impacto dessa desalavancagem operacional no lucro líquido foi suavizado por menores despesas tributárias (-18%), fazendo com que a margem líquida caísse em 5 p.p., para 33%. Com isso, o ROE foi de 17%, queda anual de 4 pontos percentuais. Em termos de balanço, a companhia continua com uma posição bem conservadora, com alavancagem de 2,5x e Índice de Basiléia de 19,9%, bem acima do requerido pela regulação.

BRBI11 segue recomendada

Na nossa visão, com os juros altos, uma série de incertezas econômicas e, ainda, os eventos de crédito do começo do ano, o arrefecimento do negócio seria quase inevitável. Entretanto, ainda enxergamos uma companhia rentável e preparada para voltar a crescer à medida que 1) as emissões de crédito se normalizam, e 2) a Selic possivelmente caia no 2o semestre. Por fim, os atrativos múltiplos Preço/Lucro de 8,7x e Preço/Patrimônio Líquido de 1,4x dão alguma margem de segurança à tese. Seguimos com a recomendação de compra em BR Partners (BRBI11). E, clicando aqui, você pode receber, de graça, a próxima recomendação de compra da Empiricus Research em primeira mão.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.