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3 títulos de renda fixa para investir antes da Super Quarta, sob previsão de alta da Selic e Fed estável

Nesta semana, o Brasil e os EUA se concentram diante das atualizações das taxas de juros. Confira recomendações de títulos de renda fixa neste contexto.

Por Lais Costa

28 jan 2025, 14:12 - atualizado em 28 jan 2025, 14:24

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Imagem: iStock/ wenjin chen

A primeira Super Quarta do ano chega com grandes expectativas para o mercado. O Comitê de Mercado Aberto dos EUA (FOMC) se reúne amanhã (29) para a decisão de política monetária e a expectativa predominante é de que as taxas de juros se mantenham inalteradas no intervalo de 4,50% e 4,25% ao ano.

Esta será a primeira pausa desde o início do ciclo de cortes de juros iniciado em setembro do ano passado. Por se tratar de um movimento já esperado pelo mercado, o que nos interessa é observar os desdobramentos das discussões internas, especialmente considerando a composição atual do comitê e a rotação anual de membros votantes.

A propósito, vale destacar que o discurso de membros do Fed desde a última reunião realizada em dezembro tem se alinhado ao tom mais conservador observado no Sumário de Projeções Econômicas (SEP) divulgado naquela ocasião.

Após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell deve evitar se comprometer com qualquer movimento nos juros na reunião de março.

Banco do Japão eleva taxa de juros retomando aperto

Seguindo na seara monetária, na sexta-feira (24), o Banco do Japão (BOJ) elevou sua taxa de juros em 25 pontos base, para 0,50%. A decisão amplamente esperada pelo mercado marca a retomada gradual do aperto monetário do BOJ, com a perspectiva de mais aumentos no futuro. 

Em coletiva de imprensa, o governador Kazuo Ueda foi cauteloso ao evitar indicar o momento exato para os próximos aumentos. Ele enfatizou que o BOJ não pretende “ficar atrás da curva” da inflação, mas preferiu não indicar quais serão os próximos passos do BOJ.

A mensagem de Ueda foi clara: o BOJ está preparado para continuar sua trajetória de aperto, mas de forma cautelosa. O foco do comitê agora está na evolução da inflação e nos aumentos salariais, o que pode justificar futuras altas, dependendo do ambiente econômico e político.

IPCA-15 de janeiro reflete inflação brasileira acelerando acima do previsto

No Brasil, a principal divulgação da semana foi o IPCA-15 de janeiro. O indicador veio bastante acima das expectativas de mercado, que esperava uma deflação no primeiro mês do ano (0,11% versus -0,02%).

A composição do indicador também foi ruim. As principais surpresas altistas vieram do grupo de serviços, em especial aluguel, condomínio e passagens aéreas. Além disso, os serviços intensivos em mão de obra registraram uma aceleração generalizada. A média dos núcleos também mostrou alta relevante devido ao resultado acima do esperado no grupo de bens industriais.

No grupo de administrados, registrou-se uma deflação significativa na energia elétrica, resultado exclusivo do bônus da usina hidrelétrica de Itaipu. Esse impacto, contudo, é temporário e deve ser revertido no mês seguinte.

Do lado menos negativo, a inflação de alimentos ficou um pouco abaixo das expectativas, embora ainda permaneça em níveis elevados. Cabe ressaltar que a recente valorização do real e a queda nos preços internacionais do petróleo contribuíram para aliviar parte da pressão inflacionária de curto prazo em alguns itens da cesta doméstica. Contudo, o resultado bastante ruim dessa primeira leitura de inflação do ano coloca um viés de alta nas projeções dos economistas.

Embora já se esperasse que os indicadores de atividade econômica mostrassem uma desaceleração desde o último trimestre de 2024, a combinação de choque de preço de alimentos, a dinâmica recente de depreciação cambial, a política fiscal estimulante e a indexação da economia continuam pressionando a inflação para patamares acima da meta do Banco Central, pelo menos até o terceiro trimestre de 2026.

Copom revela nova taxa Selic nesta quarta-feira (29)

Em relação à política monetária, é consenso que o Banco Central deve elevar a taxa Selic em 100 pontos-base na reunião de amanhã (29), para 13,25% ao ano, conforme indicado na reunião anterior. Embora o quadro inflacionário tenha piorado, as falas recentes dos diretores do Banco Central reafirmaram o compromisso de seguir o guidance entregue em dezembro.

Por isso, o comunicado deve continuar indicando uma nova alta de 100 pontos-base na segunda reunião de 2025 além de manter o tom duro (hawkish), indicando a continuação do ciclo de alta de juros no segundo trimestre de 2025. O que tornará essa decisão particularmente relevante será o consenso entre os diretores do comitê. Esta será a primeira reunião do Copom sob a presidência de Gabriel Galípolo, e contará com a participação dos novos diretores indicados pelo presidente Lula

Nesse ínterim, mantemos nossa preferência tática em títulos pós-fixados.

Cardápio da semana: títulos de renda fixa para investir

Características da LCA pós-fixada do BTG Pactual
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual 
Aplicação mínimaR$ 500,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)28/01/2026 (365 dias corridos)
Rentabilidade anual91,00% do CDI
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45
A taxa líquida da LCA do BTG Pactual é equivalente a uma taxa bruta de 110,30% do CDI.
Características da LCI pós-fixada do Banco Itaú
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Itaú
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)02/02/2026 (370 dias corridos)
Rentabilidade anual92,00% do CDI
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h
A taxa líquida da LCI do Banco Itaú é equivalente a uma taxa bruta de 111,52 do CDI.
Características do CDB  pós-fixado do Banco Sofisa com liquidez diária
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA- (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Sofisa
Aplicação mínimaR$ 1,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)31/01/2028 (1098 dias corridos)
Rentabilidade anual110,00% do CDI
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateDiária
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação22h

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 28 de janeiro de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (28).

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.