A 3R Petroleum (RRRP3) divulgou ontem (8), após o fechamento do pregão, seus números referentes ao 3T22, que vieram em linha com o esperado.
Enquanto a receita cresceu fortemente, as margens operacionais foram impactadas pela mobilização antecipada de equipes para absorver os ativos que devem integrar a operação em breve.
A receita líquida, de R$ 502 milhões, cresceu 26% na comparação trimestral. O maior volume vendido (+43%) foi parcialmente compensado por um menor preço do petróleo (-14%), ainda que o dólar 7% mais caro tenha amenizado o barril mais barato.
O lifting cost (custo de extração) teve um aumento de 13%, para US$14,3/barril. A deterioração era esperada, já que a companhia acaba de absorver dois ativos menos eficientes que o portfólio como um todo, Peroá e Fazenda Belém, que têm um óleo pesado, mais caro de extrair.
Já o custo total dos produtos vendidos teve um crescimento de 113%, por uma base comparativa favorecida por efeitos não recorrentes do trimestre passado (uma reversão de depreciação e um crédito extraordinário de ICMS sobre energia elétrica). Assim, o lucro bruto foi de R$ 231 milhões, queda trimestral de 15%, com perda de 22 p.p. de margem bruta.
Por outro lado, as despesas totais cresceram em ritmo menor que a receita líquida, mesmo com a mobilização antecipada de equipes para absorção dos ativos que ainda faltam (Papa-Terra e Potiguar). Essa linha cresceu 16% trimestralmente (vs. 26% da receita), o que amorteceu o efeito do lucro bruto menor. Assim, o EBITDA foi de R$ 193 milhões (-4%), com margem EBITDA de 38% (-13 p.p.).
O resultado financeiro, por sua vez, melhorou em função da reversão de despesas ligadas aos instrumentos de hedge, já que o barril mais barato ajudou no preço de referência dos derivativos.
Lucro líquido da 3R cresce incríveis 1.364%
Além disso, benefícios fiscais da Sudene e abatimento de prejuízos fiscais ajudaram a reduzir os impostos pagos. Sendo assim, o lucro líquido fechou o trimestre em R$ 470 milhões, crescimento de 1.364% (sim, isso mesmo) e um recorde histórico.
Sabemos que os efeitos da absorção de ativos menos eficientes, além da mobilização antecipada de equipes, pesaram sobre a rentabilidade. Apesar disso, acreditamos que tratam-se de “dores do crescimento”: até que a companhia esteja com o portfólio completo, é possível observar um pouco mais de volatilidade nas margens, até que a agenda de recuperação dos ativos ganhe tração, o que deve acontecer em alguns trimestres.
Ainda, a integração de Papa-Terra e de Potiguar, que devem acontecer até o começo do próximo ano, devem ser motores de curtíssimo prazo para melhorar a geração de caixa da companhia. Sendo assim, reforçamos nossa recomendação de compra em 3R Petroleum (RRRP3), que segue presente em várias carteiras da Empiricus.
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