Investimentos

3R Petroleum (RRRP3) supera expectativas no 2T23, mas o melhor ainda está por vir

3R Petroleum entrega números acima do consenso no 2T23, e próximos meses deverão ser ainda mais positivos; entenda

Por Larissa Quaresma, CFA

09 ago 2023, 17:17 - atualizado em 09 ago 2023, 17:17

3R Petroleum (RRRP3)
Imagem: Divulgação/3R Petroleum

Ontem, após o fechamento do mercado, a 3R Petroleum (RRRP3) divulgou seus números do segundo trimestre de 2023 (2T23), que vieram marginalmente acima das nossas expectativas.

De forma geral, após os gargalos operacionais enfrentados nos últimos meses, o resultado do trimestre e os dados de produção de julho/23 (comentários abaixo) já indicam um segundo semestre mais promissor.

A 3R vendeu 2,0 milhões de barris de óleo equivalente (boe) no trimestre, um crescimento de 17% contra o 1T23. Essa alta se deve, principalmente, ao crescimento de 37% na produção total, puxada pela incorporação do Polo Potiguar.

Além disso, a melhor estratégia de comercialização, com menores descontos ao preço de referência, compensou o efeito do Brent médio e dólar menores (-4% e -5% T/T). Com isso, a receita líquida foi de R$ 837 milhões, alta sequencial de 46%.  

O custo de extração foi de US$ 23,5 / boe, alta de 5% na comparação trimestral. A perda marginal de eficiência já era esperada, especialmente em função de investimentos em um duto de escoamento no Cluster Recôncavo e custos não recorrentes no primeiro mês de operação do Polo Potiguar.

Assim, o EBITDA Ajustado do segmento de upstream, atividade principal da 3R que contempla a exploração e produção de petróleo, totalizou R$ 196 milhões (+37% vs 1T23), com margem Ebitda de 34,9%, avanço de 7,8 pontos percentuais na comparação trimestral, indicando uma importante melhora sequencial.

No segmento mid/downstream, em operação há apenas 23 dias e que contempla refino, terminal e processamento de gás, já teve contribuição positiva, com Ebitda Ajustado de R$ 4 milhões, mas com uma baixa margem, de 1,4%.

Com isso, no consolidado, o Ebitda Ajustado foi de R$ 200 milhões, alta trimestral de 28%, implicando em uma margem de 23,8% (-3,3 p.p vs 1T23).

Ainda, vale ressaltar que a companhia teria gerado caixa operacional próximo de R$ 213 milhões, se descontarmos o efeito negativo da aquisição do estoque que veio junto ao closing de Potiguar. Absorvendo esse efeito, houve uma queima de caixa operacional de R$ 103 milhões.

Dados de produção de julho foram surpresa positiva

A 3R também divulgou seus dados de produção referentes a julho/2023, que foram positivos e fortalecem uma tendência operacional de melhora ao longo dos próximos trimestres. A produção média diária no mês atingiu 43,9 mil barris de petróleo equivalente por dia (boe/d), alta de 16% em relação ao mês anterior.

Dentre os destaques, o Polo Papa-Terra, que passou por uma interrupção temporária de produção em maio, cresceu em 5% a sua produção mensal e aproxima do seu ponto ótimo (~9 mil boe/d referentes à 3R), registrando uma produção média diária de 7,8 mil boe em julho.

Menção positiva também para o Polo Potiguar (+40% boe/d M/M), que teve seu primeiro mês completo de produção e apresentou boa evolução operacional. A expectativa é que a produção atual do ativo de 17 mil boe/d cresça para 19 mil boe/d operando em seu potencial máximo. Além disso, a produção no Polo Macau apresentou alta de +15% boe/d em relação a junho, reflexo da implementação dos ajustes operacionais no ativo para retomar seu nível de produção normalizado.

Nossa visão para RRRP3

Por fim, do nosso lado, o resultado apresentado traz uma clara indicação de que os próximos 6 meses deverão ser mais positivos para a 3R.

Olhando para frente, esperamos dados crescentes de produção, puxados pela normalização da produção no Polo Papa-Terra — que deve diluir o custo de extração consolidado da companhia —, e pelos avanços operacionais no Polo Macau e Potiguar, que operam aquém da sua capacidade máxima. 

Negociando a US$5,30/boe, seguimos construtivos com o ramp-up operacional da 3R Petroleum (RRRP3), que segue como recomendação de compra da Empiricus Research.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.