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3T24 trará ‘virada de chave’ na bolsa? Veja o que diz analista sobre os balanços do terceiro trimestre

Em um misto de desconfiança e preços atrativos, os investidores se preparam para conhecer os resultados corporativos do 3T24. Confira a análise.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

14 out 2024, 14:50 - atualizado em 14 out 2024, 14:50

ibovespa B3 3t24 terceiro trimestre

Imagem: Paralaxis

As expectativas para a temporada de resultados do terceiro trimestre deste ano são mistas. Com um 3T24 marcado por retomada de alta da taxa Selic, somado com dados de emprego e crescimento econômico positivos, o mercado ainda tateia em busca de um norte para os próximos balanços corporativos

Larissa Quaresma, analista de ações da Empiricus Research, acredita que este pode ser um trimestre de virada de chave positiva para muitas companhias, apesar de que alguns setores ainda podem apresentar números muito prejudicados. 

Apelando para a “bola de cristal” de Quaresma, a última edição do podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro, portal do Grupo Empiricus, falou com a analista sobre o que podemos esperar da bolsa de valores no 3T24.

Mercado não precisa ser tão pessimista para o trimestre, defende analista de ações

No programa, Quaresma comenta como este pessimismo do mercado lhe parece similar ao terceiro semestre de 2021. “Quando houve aquela virada de chave, o Banco Central parou de falar que ia levar o juro ao ponto neutro e admitiu que iria além do neutro. Na ocasião, as empresas já estavam bombando e entregaram ótimos resultados”, relembra a analista. 

Para retomar, a taxa Selic começou uma onda de altas: de 2,00% ao ano em janeiro de 2021 para o seu pico de 13,75% ao ano em agosto de 2022. “Dessa vez é diferente. Agora no pior dos cenários estamos falando de 3 pontos percentuais a mais [na Selic]. Então é esperado que as empresas continuem indo bem, não apenas nesse terceiro tri”, explica.

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Quais empresas podem surpreender no balanço do 3T24?

Enquanto as correções de política monetária iniciam um ciclo de alta da Selic, a economia real ainda deve levar no mínimo doze meses para apontar as mudanças de juros, acredita Quaresma. “Apesar das revisões baixistas de lucro, as empresas devem continuar indo muito bem e de forma espalhada, por vários setores”, comenta.

Sendo assim, Quaresma pontua que a maior preocupação recai sobre as empresas mais alavancadas. “Apesar da janela de crédito ser muito aberta no Brasil e o spread sobre a taxa soberana estar muito baixo, a taxa de partida de longo prazo é muito alta”, comenta. 

Outro segmento que merece atenção é o de commodities. “O rali da China animou o mercado apenas no final de setembro, então as produções passaram boa parte do trimestre com queda de 20% no ano”, explica. 

Além desses dois pontos, Quaresma acredita que os demais setores devem ir bem, dando destaque a:

  • Empresas de energia como Equatorial (EQTL3) e Eletrobras (ELET6), que tiveram a bandeira vermelha;
  • No varejo, Mercado Livre (MELI34) também deve manter bons resultados;
  • Localiza (RENT3), após um segundo trimestre muito ruim, parece ter deixado o pior para trás.

Como investir com a chegada dos resultados do 3T24?

A analista encara que no momento a bolsa de valores está sendo negociada a múltiplos muito baratos, como uma verdadeira “oportunidade de compra” para os tickers. 

“A gente não sabe quando essa aversão a risco extrema e receios com a bolsa vão passar. Quando o cenário é nebuloso, as ações começam a ficar bem atrativas”, ressalta Quaresma e completa: “A proposição de lucro/retorno em bons nomes é extraordinária, mas em alguns casos está assim há um bom tempo. O melhor que podemos fazer agora é comprar boas empresas a números atrativos e aguardar.”

Para conferir a conversa completa de Larissa Quaresma no Touros e Ursos sobre a temporada de resultados do 3T24, o vídeo está disponível no quadro abaixo:

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.