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‘A Bolsa tem tudo para continuar no pique’: Magazine Luiza (MGLU3) entra na carteira de 10 ações para investir em junho

Ações de Magalu foram ‘queridinha’ de 2017 a 2020, depois virou ‘patinho feio’. O que mudou? Analista explica a tese e revela as outras 9 recomendadas

Por Nicole Vasselai

01 jun 2023, 17:58 - atualizado em 01 jun 2023, 17:58

10 ações para junho: Magazine Luiza está na lista recomendada
Imagem: Divulgação/Magazine Luiza

Nesta quinta-feira (1), o dia (e o mês) começou com notícias boas: PIB brasileiro aponta crescimento de 1,9% 1T2023 em relação ao 4T22. Além disso, a inflação tem desacelerado a cada mês, e a Bolsa já respondeu positivamente em maio. Diante desse cenário, em quais ações vale a pena investir em junho? O primeiro nome revelado por João Piccioni no Giro do Mercado de hoje é Magazine Luiza (MGLU3).

Para começar, João Piccioni, analista-chefe da Carteira Empiricus e da série Investidor Internacional, explica que o resultado positivo do PIB tem muito a ver com os setores de agropecuária (21,6%) e de serviços (0,6%), enquanto a Indústria manteve certa estabilidade (-0,1%).

O especialista também acredita que, com o processo desinflacionário e com a desaceleração do consumo das famílias, a tendência seja de fato a queda da taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre de 2023.

“Com a Selic vindo para baixo, já sabemos que a resposta do mercado acionário é muito rápida. A Bolsa brasileira e, em especial as small caps, acabam andando muito bem, e falta um pouquinho só para deslanchar”, diz Piccioni.

“A Bolsa tem tudo para continuar no pique de maio”

Na visão do analista, junho deve trazer ventos tão, ou mais, favoráveis quanto o mês que se encerrou.

Ele contextualiza: “O Ibovespa como um todo pode até parecer uma armadilha, porque, quando olhamos para o índice, as commodities chegaram na exaustão, o que afeta casos como Vale, Gerdau, e devem continuar muito pressionadas. Mas, por outro lado, se a situação da dívida dos EUA não influenciar os mercados de forma crítica, a Bolsa brasileira tem tudo para continuar no pique de maio, em especial as [ações] cíclicas locais“.

E como se posicionar em junho para aproveitar o rali?

Piccioni reforça a importância de se ter um portfólio equilibrado, mas, em suas palavras, “na parcela de ações, uma ‘guinada’ em direção às small caps [empresas médias e pequenas] locais seria bastante saudável para o portfólio“. Segundo ele, é “uma pernada a ser aproveitada”.

Já na renda fixa, o analista recomenda títulos de prazos mais longos: “O prêmio de papéis com vencimento em 2026, em 2029 já meio que se esgotou. Para quem tem esses ativos, minha sugestão é vender e comprar os de prazos maiores, como títulos de 10 anos (2033, 2035, por exemplo)”.

Magazine Luiza (MGLU3) está entre as 10 ações para investir em junho

Todo mês, a Empiricus Research seleciona a dedo 10 ações que não podem estar de fora da carteira do investidor de acordo com o cenário macro.

Em junho, Piccioni conta que retornam à carteira duas companhias com maior perfil de risco e que já foram “queridinhas” da casa. Uma delas é Magazine Luiza (MGLU3) e a outra é Hapvida (HAPV3).

Magalu tem tudo para se aproveitar da tendência de queda dos juros, como você pode ver com mais profundidade no próximo tópico do texto.

No caso de Hapvida, do segmento de saúde, o analista explica que a companhia tem “voltado para os trilhos” depois de alguns períodos mais conturbados.

Além disso, as próprias ações de B3 (B3SA3) entram para a lista, sob a ótica de melhora de fluxo de Bolsa.

No link abaixo, você pode acessar o ticker de todas as ações recomendadas:

Magalu foi ‘queridinha’ de 2017 a 2020, depois virou patinho feio. A tese mudou?

Durante muito tempo, Magazine Luiza (MGLU3) foi recomendação da Empiricus Research.

“Em 2017, quando foi indicada pela primeira vez, Magalu estava desenvolvendo todo o marketplace e seu segmento de logística e ganhou um suporte muito grande da queda da Selic. Isso impulsionou o consumo, na época”, conta Piccioni. “E em 2020, conseguiu acelerar o e-commerce cinco anos em um”.

No entanto, o analista destaca que a elevação das taxas de juros no Brasil dificultaram muito a situação de crédito e de consumo, impactando o varejo como um todo, em especial o caso de Americanas.

Já no atual momento, passado esse estresse todo, Piccioni explica que o novo ambiente competitivo que se abre irá definir os novos “vencedores” da Bolsa. “Do varejo, sobraram Mercado Livre, Magalu, Via e Amazon. A Magazine Luiza ainda tem uma rede logística muito boa; tem conseguido incluir os sellers e certamente vai conseguir ‘pilotar’ a questão da alavancagem, que eles já fizeram nesse primeiro trimestre de 2023″.

Além disso, segundo ele, a companhia tem reforçado caixa e o cenário macroeconômico de alívio da Selic tende a favorecê-la bastante no terceiro e quarto trimestre dos anos. “E a tendência é o mercado acionário se antecipar a isso”.

Em relação ao múltiplo price-to-sales (preço/vendas), muito usado para avaliar ações de varejo, o especialista explica que o patamar ideal para esse indicador é 1x PS e, hoje, MGLU3 negocia a 0,6x ou 0,7x P/S. “Ou seja, se o juro vier a cair, há boas chances desse múltiplo encostar em 1x”, conclui.

Se quiser conferir a tese completa de Magazine Luiza, assista ao programa de estreia do Giro do Mercado no canal do MoneyTimes:

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.