Investimentos

“A princípio, novo plano estratégico da Petrobras não causa preocupações”, avalia co-fundador da Empiricus; entenda

O CEO da Petrobras anunciou nesta semana algumas novidades sobre o plano de investimentos referente ao período de 2024 a 2028. Rodolfo Amstalden avalia o que esperar e tranquiliza o investidor.

Por Nicole Vasselai

18 jul 2023, 15:31 - atualizado em 18 jul 2023, 15:31

Petrobras (PETR4) pré sal petróleo política de preços combustíveis
Plataforma de extração de pré-sal. Imagem: Divulgação

Nos últimos dias, o CEO da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, afirmou que o novo plano estratégico da companhia, referente ao período de 2024 a 2028, prevê um investimento total de US$ 78 bilhões. O patamar é semelhante ao do plano atual (2023-2027).

Nesta terça (18), às 15h10, os papéis de PETR4 demonstram certa estabilidade e caem 0,07%.

Um dos principais temores do mercado era de que o Capex poderia ficar mais agressivo, mas não é o caso“, comenta Rodolfo Amstalden, co-fundador da Empiricus e analista-chefe das séries Vacas Leiteiras e Microcap Alert.

A diferença, até então, deste para o próximo plano de investimentos, segundo a petroleira, está no foco, cada vez maior, na transição para ativos renováveis. Uma das ideias, por exemplo, é investir em energia eólica.

No início de junho, a Petrobras já havia anunciado a aprovação de uma revisão para seu próximo plano estratégico. Até então, a previsão era de que uma fatia entre 6% e 15% dos investimentos totais seriam destinados a projetos de baixo carbono – o plano atual prevê até 6%.

“Olhando objetivamente é o mesmo discurso de outras petrolíferas globais. Todas elas têm gastado bem mais com projetos de baixo carbono, ou mesmo endereçado a transição energética”, avalia o analista.

Por outro lado, ele lembra que “o diabo está nos detalhes” e será necessário avaliar como isso será executado pela companhia. “Mas, a priori, não vemos razão para nos assustar com a revisão do plano”.

“Para o médio e longo prazo, Petrobras faz sentido como case de dividendos”

Apesar da queda de 5% dos papéis de PETR4 nos últimos 30 dias, Amstalden reforça que, para o médio e longo prazo, vale muito a pena investir na ação, corroborando a visão de Ruy Hungria nesta outra matéria.

A empresa tem um Free Cash Flow Yield [rentabilidade de fluxo de caixa, calculada pela divisão do fluxo de caixa entre o número de ações/ preço das ações] de 15%, com excelente distribuição de dividendos. Essa balançada das últimas semanas na Bolsa é mais por conta do corte no preço dos combustíveis, que não agradou muito o mercado, mas a companhia em si ainda é válida para uma carteira focada em proventos”.

Em agosto, a Petrobras deve publicar novos ajustes para o atual planejamento para preparar o mercado e, mais para o final do ano, divulgar o documento oficialmente revisado.

Nessas próximas etapas, voltaremos a conversar com a equipe de análise da Empiricus Research para entender se as possíveis mudanças no planejamento podem afetar a empresa e a ação de PETR4.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.