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‘A sensação com a Nvidia é de dever cumprido’, diz analista, e recomenda outra ação; descubra qual e veja como buscar lucro com IA

Nvidia está muito cara, mas outra ação pode surfar o ‘boom’ da inteligência artificial e entregar lucro; saiba qual

Por Fernanda Lopes

19 jun 2023, 14:11 - atualizado em 19 jun 2023, 14:11

Nvidia (NVDA/NVDC34)
Imagem: Divulgação/Nvidia

Se você vem acompanhando as últimas novidades no ramo de tecnologia e inteligência artificial, deve ter ficado sabendo que um dos principais destaques desse mercado é a Nvidia (NVDC34), fabricante de processadores e componentes eletrônicos que valorizou 170% desde o começo do ano.

E num primeiro momento, não é nada difícil deduzir o porquê do sucesso das ações da Nvidia. Afinal de contas, estamos passando por uma verdadeira revolução tecnológica e a inteligência artificial é o próximo passo.

Stephen Hawking, famoso físico britânico, chegou a definir a IA como “a maior, mais incrível e, talvez, a última invenção humana” – então não é surpresa que tantas empresas estejam investindo pesado na tecnologia.

A Nvidia se beneficia diretamente disso porque atua no ramo de semicondutores, um material que é essencial para que outras empresas possam prover serviços de inteligência artificial.

Os exemplos de compradores da Nvidia são muitos: Google, Meta, Amazon… todas as gigantes do mercado tem um “pezinho” na inteligência artificial, o que explica em partes o sucesso da fabricante de semicondutores.

Mas por mais impressionante que seja o desempenho das ações da Nvidia nos últimos meses, isso não basta. Richard Camargo, analista da Empiricus Research, acredita que a Nvidia já valorizou bastante, e agora é hora de realizar os lucros porque os papéis ficaram muito caros.

Richard recomenda, ao invés disso, uma outra companhia do mesmo setor que tem potencial para se tornar uma futura “queridinha” do mercado de tecnologia, e de surfar o fascínio do momento com a IA.

E não preciso nem dizer que quem sair na frente e investir nesse nicho do mercado pode ganhar muito dinheiro, certo?

A seguir, vou falar mais sobre o que esperar da inteligência artificial e sobre a concorrente da Nvidia que pode ser a próxima “queridinha” do mercado.

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Quando falamos em inteligência artificial, muita gente só consegue pensar em chatbots, como o ChatGPT – ferramentas úteis para responder perguntas e resolver problemas simples. Mas a verdade é que isso é só o começo.

Como eu comentei lá em cima, todas as maiores empresas de tecnologia do mundo – as chamadas Big Techs – têm investimentos no setor de inteligência artificial, seja para melhorar seus serviços atuais, ou para desenvolver novos produtos.

A questão é que a inteligência artificial é uma tecnologia de aplicações múltiplas, que deve escalar cada vez mais daqui para frente e ser adotada de maneira cada vez mais generalizada.

Então, dá para entender por que especialistas afirmam que estamos passando por uma espécie de “corrida espacial” da IA – todas as empresas do ramo querem sair na frente.

Afinal de contas, o que não vai faltar daqui para frente são iniciativas de inteligência artificial – mas poucas vão sobreviver quando a poeira baixar.

E não estou dizendo isso por puro “achismo”. Esse é um movimento que já aconteceu no passado, e a tendência é que se repita.

Um exemplo famoso é a bolha ponto com e todos os avanços no mercado da tecnologia que vieram em seguida. 

Basicamente, o fortalecimento da internet fez com que investidores injetassem grandes quantias de capital em empresas do ramo.

Em alguns casos, essa foi uma boa ideia – veja o exemplo da Microsoft, pioneira e case de sucesso do setor, que valorizou 325.160% desde seu IPO, em 1986.

Ou seja, bastaria investir o equivalente a R$ 320 no IPO da companhia para que esse valor se transformasse em mais de R$ 1 milhão. Um investimento “modesto” de R$ 1 mil seria suficiente para lucrar R$ 3.252.600.

E é claro que a Microsoft foi responsável por “inaugurar” o setor, mas isso se repetiu com outras gigantes da tecnologia, como Google e Apple.

Mas aí é que está o pulo do gato: para cada Microsoft, Google ou Apple, existiram muitas outras empresas de tecnologia que não “vingaram”.

Na época do “boom” das “ponto com”, muita gente saiu investindo com pouco critério, confiando que modelos de negócio baseados na internet seriam o suficiente para que determinadas companhias crescessem e entregassem valor aos acionistas.

Mas pouquíssimas realmente “deram certo”, e quem apostou em empresas com fundamentos fracos acabou até saindo no prejuízo.

Quem soube detectar as oportunidades reais, por outro lado, conseguiu ficar rico investindo pouco.

Entende por que tem tanta gente animada com a evolução da inteligência artificial? Trata-se não só de uma tecnologia capaz de provocar uma revolução, mas também de deixar muita gente rica.

E o segredo para ter a chance de levar a sua “fatia do bolo”, é claro, é apostar nas empresas certas – companhias de fundamentos sólidos, com potencial para surfar o boom da IA daqui para frente.

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Dito isso, Richard Camargo, analista da Empiricus Research, acredita que a valorização da Nvidia se deve muito mais ao “hype” do que ao valor intrínseco da companhia.

O analista argumenta que a empresa está muito cara, mas que sua operação ainda não atingiu um patamar que justifique pagar tanto assim nos papéis – a valorização recente é muito típica de ciclos especulativos.

Essa distorção fez Richard e os analistas da Empiricus Research optarem por zerar a posição em Nvidia na carteira da série Money Bets, onde ela estava inclusa.

Mas isso não quer dizer que esse é o momento de “abandonar” a IA. Muito pelo contrário: os analistas da Empiricus Research acreditam que esse é um setor que deve crescer exponencialmente daqui para frente, e que é preciso se posicionar nas empresas certas para ter a chance de colher os frutos depois.

A recomendação dos especialistas é uma concorrente da Nvidia no ramo dos semicondutores, a AMD (A1MD34), que, segundo Richard Camargo, tem potencial para ser uma “futura queridinha” do mercado, como é hoje a Nvidia.

“A sensação que eu tenho com a Nvidia é de dever cumprido. […] Eu acho que a gente já ganhou muito dinheiro com ela e que é uma ação muito cara nesse momento. […] Hoje, considerando tudo, eu já tenho mais preferência por uma das maiores concorrentes da Nvidia, que é a AMD, outra empresa que a gente acompanha há muito tempo, negociando num valuation mais interessante. […] Esse é o ciclo para gente, a gente quer descobrir as queridinhas antes que elas se tornem queridinhas.”

Ou seja, é possível sair na frente e apostar em uma empresa sólida, com grande potencial de crescimento, enquanto ela ainda está fora do radar… 

E, assim, ter a chance de “encher o bolso” mais tarde, no momento da consolidação do setor, como foi com as Bic Techs.

A série Money Bets, da Empiricus Research, tem uma carteira inteira focada em oportunidades ligadas à tecnologia, que podem se beneficiar do “boom” da inteligência artificial daqui para frente.

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Sobre o autor

Fernanda Lopes

Formada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência como pesquisadora e redatora.