Investimentos

A todo vapor, Cosan (CSAN3) surpreende no 4T23 com crescimento de dois dígitos em todas as subsidiárias

O lucro líquido de Cosan superou em quase três vezes o de 4T22, impulsionado pelos proventos pagos pela Vale. 

Por Larissa Quaresma, CFA

03 abr 2024, 09:24 - atualizado em 03 abr 2024, 09:27

cosan 4T23
Imagem: Divulgação/Cosan

A Cosan (CSAN3) divulgou seus números do 4T23, que vieram acima das nossas expectativas e do mercado, com todas as subsidiárias apresentando um crescimento de dois dígitos. Vale ressaltar que os números que destacaremos a seguir não são auditados. O resultado auditado deverá ser divulgado pela companhia nas próximas semanas.

O EBITDA ajustado da holding, ponderado pela participação nas subsidiárias, foi de R$ 4,8 bilhões, alta anual de 21%. O lucro líquido foi de R$ 2,6 bilhões, quase três vezes superior ao 4T22, impulsionado pelos proventos pagos pela Vale. 

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Fonte: RI da Companhia.

Raízen (RAIZ4)

Através da forte expansão das margens do segmento de mobilidade (R$ 194/m³) e do preço médio do açúcar 43% mais alto, a Raízen entregou um Ebitda ajustado de R$ 3,9 bilhões no trimestre, um aumento de 36% em relação ao ano anterior.

Rumo (RAIL3)

Outro destaque, a Rumo encerrou o ano de 2023 com mais um forte resultado trimestral. O Ebitda ajustado cresceu 33% em relação ao 4T22, para R$ 1,2 bilhão, impulsionado pelo crescimento das tarifas no período e do volume transportado, puxado pela demanda agrícola. 

Moove

A Moove, distribuidora de lubrificantes, também apresentou bons números no trimestre, sustentados pela expansão no volume e, principalmente, melhor mix de produtos vendidos. O Ebitda ajustado atingiu R$ 272 milhões, crescimento anual de 36%.

Compass

Do lado da Compass, a atividade industrial levou novamente a uma contração no volume de gás (GNL) distribuído (-5% a/a), parcialmente compensado pelo início das operações da Edge, segmento da companhia que vende GNL por caminhão. O Ebitda ajustado da companhia totalizou R$ 1,1 bilhão no trimestre (+19% a/a), com crescimento puxado pela correção inflacionária e melhor mix.

Radar

Por fim, no segmento de gestão de terras agrícolas, a Radar entregou alta anual de 46% no Ebitda, que atingiu R$ 1,9 bilhão no trimestre. O resultado é explicado pela atualização do valor do portfólio de propriedades pela marcação a mercado no período. 

O que achamos do resultado do conglomerado Cosan?

Em relação a alavancagem, o conglomerado reclassificou as ações da Vale de caixa para equivalência patrimonial, levando o indicador dívida líquida/Ebitda de 1,7 para 2,4 vezes. Entendemos que essa forma de reporte é mais fidedigna e torna o cálculo de alavancagem mais confiável; mas, sem esse ajuste, o indicador teria permanecido estável na comparação trimestral. 

Além disso, enxergamos de forma positiva esse passo em direção a simplificação da estrutura de participação da Cosan na Vale, através da conversão dos derivativos em ações à vista (participação direta). Gradualmente, acreditamos que esse movimento deveria contribuir para a diminuição do desconto de holding. 

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Fonte: RI da Companhia e Empiricus.

Seguimos construtivos com a valorização das ações da Cosan, amparados pelo significativo desconto de holding e valuation atrativo, boas perspectivas de crescimento para as suas subsidiárias ao longo de 2023 e sensibilidade à queda de juros. CSAN3 segue como recomendação da nossa carteira. 

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.