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Ações: junho pede cautela, mas ‘gatilhos’ podem trazer alta de curto prazo para Arezzo (ARZZ3) e Prio (PRIO3)

Empiricus não modifica carteira mensal; entendimento é o de que o portfólio está equilibrado e de que não é hora de ‘vender na baixa’

Por João Escovar

10 jun 2024, 12:00 - atualizado em 10 jun 2024, 12:00

PRIO e Arezzo
Imagem: Montagem/ Empiricus

O que já não vinha sendo um bom ano para as ações brasileiras piorou ainda mais em maio.

O Ibovespa, que caiu 3% entre janeiro e abril, pressionado pelos juros altos no exterior e pela deterioração fiscal no país, despencou mais 4% apenas em maio.

Na visão da analista Larissa Quaresma, especialista em ações brasileiras na Empiricus, casa de análise pertencente ao banco BTG Pactual, o cenário para o equity nacional piorou muito no mês passado, ‘brecado’ por uma série de fatores:

  • A desancoragem das expectativas de inflação;
  • A piora de sentimento relacionada ao fiscal brasileiro;
  • A crise no Rio Grande do Sul, que deve pressionar os dois pontos acima, em função da quebra das cadeiras e da necessidade de recursos provindos da União;
  • A perspectiva de uma Selic terminal mais alta (o Focus vê os juros em 10,25% no fim do ano; a Empiricus, em 10,5%).

Diante dessa piora de cenário para a renda variável, a visão da Empiricus é a de cautela. Por conta disso, a casa de análise não modificou nenhuma das 10 indicações da sua carteira de melhores ações para o mês.

“O barulho está muito alto. Os nervos estão à flor da pele. É uma hora pra ficar quietinho, evitar vender na baixa e tomar decisões ruins”, avalia Quaresma.

Na visão da Empiricus, a atual carteira conta com nomes resilientes, de alta qualidade e de setores estratégicos, capazes de atravessar qualquer turbulência.

Elas já estavam baratas e, com a queda, praticamente entraram em promoção.

A ausência de mudanças, contudo, não é um indício de que não há boas oportunidades de ganhos com ações à mesa.

Isso porque, das 10 ações recomendadas, duas possuem gatilhos que podem ser disparados ainda em julho e podem gerar valor para o acionista no curto prazo.

CONFIRA A LISTA DAS 10 AÇÕES

Gatilho 1: o nascimento da ‘Louis Vuitton’ brasileira

Por conta de maio concentrar a divulgação da maioria dos balanços relativos ao 1º trimestre, havia uma forte expectativa sobre fatos relevantes que pudessem ‘chacoalhar’ o Ibovespa no mês.

Para junho, não há esse tipo de divulgação, mas existem questões específicas de cada empresa que podem se materializar em uma oportunidade de lucro.

Uma ação que pode se beneficiar é a Arezzo (ARZZ3), envolvida em um processo de fusão com o Grupo Soma. Na visão de Larissa Quaresma, a fusão é boa para as empresas, que podem criar um conglomerado da moda aos moldes do grupo LVMH (Louis Vuitton).

Neste mês, os acionistas devem se reunir para aprovar a fusão – e uma confirmação pode ser um gatilho positivo para a empresa.

A varejista já é “figurinha carimbada” na carteira da Empiricus, dado que é vista como um player premium, que não sofre tanto com a competição das grandes redes asiáticas, como a Shein.

AREZZO E MAIS 9: CONHEÇA A CARTEIRA DE AÇÕES DA EMPIRICUS PARA ESSE MOMENTO TURBULENTO

Gatilho 2: greve no Ibama está ‘travando’ petroleira

Outro gatilho positivo para o mercado de ações brasileiro seria qualquer notícia que indique o fim da greve do Ibama.

A paralisação do órgão está impedindo a licença de produção em um dos ativos da Prio (PRIO3).

Caso volte a funcionar e libere a exploração, o Ibama, indiretamente, deve contribuir para uma valorização da empresa, hoje vista como barata e com elevado potencial de alta.

Gratuito: confira as 10 indicações para junho

Além de Arezzo e Prio, a carteira da Empiricus conta com mais oito indicações para o mês de junho. A ideia é combinar empresas sólidas para ajudar a navegar em mares mais agitados, mas também incluir ações com alto potencial de valorização e relacionados a gatilhos específicos.

Outro fator importante é a diversificação: as empresas são de setores descorrelacionados, o que mitiga muito o risco de queda.

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Sobre o autor

João Escovar

Jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Finanças.