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Adega lucrativa: Clube de Multiplicação Patrimonial, da Empiricus, discute como o investimento em vinhos pode ser uma oportunidade 

Caio Mesquita, CEO da Empiricus Research, recebe Rodrigo Malizia para mostrar como é possível valorizar a adega com a estratégia certa

Por Mariana Pavão

25 jul 2024, 11:47 - atualizado em 25 jul 2024, 11:47

investimento em vinhos
Imagem: Pixabay

É indiscutível: cada vez mais os vinhos vêm conquistando o paladar dos brasileiros. Se você faz parte desse grupo apaixonado e está cada vez mais fascinado pelo universo dos vinhos, saiba que essa paixão pode ir além da degustação e se transformar em uma atividade lucrativa.

Muito além de uma bebida, os vinhos podem ser considerados um investimento em moeda forte — por serem cotados em dólar ou euro — e têm o potencial de se valorizar ao longo do tempo. Uma pesquisa da Knight Frank, consultoria especializada em mercado de luxo, revelou que a categoria dos vinhos valorizou 149% nos últimos 10 anos.

Esse foi o tema do mais recente evento promovido pelo Clube de Multiplicação Patrimonial da Empiricus Research. Caio Mesquita, fundador e CEO da Empiricus, recebeu Rodrigo Maliza, CEO da Cellar Vinhos, para um evento exclusivo nos estúdios da Empiricus, transmitido para um grupo seleto de participantes.

Do mercado financeiro ao gosto pelos vinhos: como Rodrigo transformou sua paixão em um negócio lucrativo

Rodrigo começou sua trajetória no mercado de vinhos de forma inusitada. Enquanto trabalhava no setor financeiro, descobriu que seu coração batia mais forte pelo universo dos vinhos. “Praticamente todo o dinheiro que eu ganhava no banco, eu gastava com vinho, estudando e em viagem”, comentou.

A paixão levou Rodrigo a prestar consultoria para amigos, e logo ele percebeu uma demanda crescente por orientações sobre como, onde e o que comprar. “Eu senti que a galera estava querendo comprar, estava querendo investir, mas não sabia como”, explicou.

Em 2019, comprou a Cellar Vinhos, uma empresa focada em vinhos premium. Ele continuou suas viagens, visitando produtores e ampliando seu conhecimento sobre o mercado. “Hoje o nosso grande valor é essa curadoria que a gente faz, de descobrir produtores que ainda não são tão famosos”, destacou.

O ‘stock picking’ do mercado vinílico em busca de oportunidades

Rodrigo aplica ao mercado de vinhos a mesma abordagem estratégica da seleção de empresas para uma carteira de ações. Ele busca identificar vinhos e produtores com potencial de valorização, usando uma combinação de conhecimento técnico e percepção das tendências de mercado.

Ele destaca a importância histórica de Robert Parker, que revolucionou o mercado com seu sistema de pontuação. “Ele conseguiu tornar tangível algo que é uma coisa meio subjetiva”, comentou. Parker ganhou notoriedade em 1982, ao prever a qualidade excepcional da safra de Bordeaux, resultando na valorização instantânea desses rótulos.

Hoje, a formação de opinião sobre vinhos mudou. “Não é mais jornalista; na verdade, hoje é o Instagram”, explicou. Influenciadores com um público qualificado e engajado são capazes de criar burburinho em torno de determinados vinhos, aumentando seu valor de mercado, por isso é preciso estar de olho na rede para saber identificar oportunidades

Porém, para Rodrigo, é crucial identificar a qualidade antes de seguir modismos: “A combinação dos dois, só a qualidade não é suficiente; ele vai ter que cair no hype”.

Regiões em alta e apostas de valorização

Rodrigo acredita que, apesar da alta dos preços nas regiões mais conhecidas, ainda há oportunidades de investimento, especialmente com uma abordagem de ‘stock picking’ que busca identificar produtores com potencial de destaque.

Ele aposta nas regiões francesas tradicionais como Bordeaux, Borgonha e Champagne, mas também vê grande potencial em áreas menos exploradas como o Rhône, além do Piemonte na Itália. “Eu acho que o Rhône é a próxima leva”, afirmou, destacando que prefere focar em produtores específicos em vez de índices gerais.

“A Borgonha eu já sentia há 10 anos, eu comecei nisso em 2014, 2015 eu já sentia que o preço ia subir”, recordou. Esse instinto se mostrou correto, com alguns vinhos que ele comprou por 30 euros hoje valendo 1000 euros. Esse conhecimento e experiência permitiram que Rodrigo ampliasse a Cellar Vinhos de 40 para quase 150 produtores, incluindo vinícolas na Itália, Espanha e, claro, França.

Rodrigo lembra um caso específico de sucesso: “Trouxe a primeira vez, há quatro anos, o Rosso di Montalcino, que custava mil reais. Fui chamado de maluco. Hoje, três anos depois, eu trago o Rosso por quase três mil e tem fila para comprar. Por quê? Porque eu enxerguei lá atrás que esse era um vinho que ia explodir”.

Investimento de longo prazo em moeda forte

Rodrigo acredita que investir em vinhos é uma jogada de longo prazo. “Ninguém compra aqui para liquidar daqui a três meses”, afirma. O mercado de vinhos se destaca por sua estabilidade comparativa, com pouca volatilidade. “Você não vai comprar um vinho hoje por R$ 1.000 e ele vai estar custando R$ 200 amanhã. Isso é impossível”, explicou.

Embora o vinho possa não oferecer ganhos rápidos, ele também apresenta menos risco de perda significativa. Rodrigo aponta que as perdas, quando ocorrem, tendem a ser pequenas. Por outro lado, há chances de valorização considerável ao longo do tempo, embora raras, como ele mesmo vivenciou. “Já aconteceu comigo de em dois anos o negócio explodir”, revelou.

Outro ponto importante é que o mercado de vinhos é cotado em moedas fortes, como dólar ou euro. A valorização dos vinhos também se dá com o envelhecimento, sendo comum que vinhos mais antigos subam de preço. Rodrigo destaca que o mercado de leilões também é uma plataforma significativa para a valorização de vinhos. “Tenho vinhos que comprei há três anos por R$ 5 ou R$ 10 mil e hoje valem R$ 50 mil”, exemplificou.

Rodrigo sugere que o investimento em vinhos deve ser uma extensão de uma paixão pessoal. “Investir nisso é ideal para quem gosta de vinho, quem aprecia viajar e curtir o universo enológico”, recomendou. Ele sugere que, para esses entusiastas, alocar um pequeno percentual do patrimônio em vinhos pode ser uma estratégia interessante.

Os principais riscos associados ao investimento em vinhos incluem a armazenagem e a procedência. O vinho é um produto perecível e requer condições adequadas de armazenamento, o que acarreta custos. “Você tem que ter um lugar para armazenar, porque pode estragar”, alertou Rodrigo. Além disso, a autenticidade dos vinhos é crucial para evitar falsificações.

Por fim, ele finalizou com um conselho aos amantes de vinhos que desejam lucrar com este mercado: “É importante mudar o olhar. Não enxergar o vinho só como um custo, mas olhar como um ativo. Eu posso usar esse ativo para beber ou para fazer liquidez em algum momento”.

Conheça o Clube de Multiplicação Patrimonial

A cada duas semanas, Caio Mesquita recebe novos convidados para falar sobre negócios e empreendedorismo para um grupo fechado de assinantes da Empiricus Research para falar sobre as melhores oportunidades de mercado e insights de convidados de alto escalão.

Pelo evento, já passaram nomes como Caito Maia, CEO da Chilli Beans e especialista em franquias, Pierre Schurmann, CEO da Nuvin e investidor de mais de 300 startups e Michel Wurman, head de real estate da BTG Pactual.

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Sobre o autor

Mariana Pavão

Redatora dos portais Empiricus, Seu Dinheiro e MoneyTimes.