A Selic deve terminar o ano ainda nos dois dígitos. Essa é a nova projeção dos mercados, de acordo com o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (20).
Pela terceira semana consecutiva, os economistas consultados pelo Banco Central mostraram que estão mais pessimistas com o rumo da Selic e elevaram de 9,75% para 10% a expectativa de juros em 2024.
As perspectivas do PIB (Produto Interno Bruto) também pioraram, caindo de 2,09% para 2,05% em 2024. Diante da notícia, o Ibovespa registrou queda de mais de 0,30% no pregão da última segunda-feira.
Acontece que a manutenção da Selic em 10% é uma péssima notícia para quase todos os setores da bolsa.
Isso mesmo, quase todos. Acontece que os juros em dois dígitos podem beneficiar um grupo específico e fazer as suas ações decolarem.
Para você ter uma ideia, desde 17/06/2022, quando a Selic atingiu o patamar de 13,75%, até o último fechamento (20), uma ação específica desse setor valorizou 57,69%.
VEJA AÇÃO QUE PODE SE BENEFICIAR DA SELIC ALTA E MAIS 9 ATIVOS PARA INVESTIR AGORA
Por que o mercado está pessimista com a Selic?
De acordo com Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), pesquisa semanal da Equus Capital, consultada pelo Money Times, atualmente a expectativa de 67,3% do mercado é de uma pausa no ciclo de corte de juros.
O número mais que dobrou em relação à probabilidade verificada um dia após a decisão do Copom em cortar a Selic em 0,25%. Naquela época, apenas 28% dos economistas consultados acreditavam que o ciclo de afrouxamento monetário poderia ser interrompido com os juros ainda em dois dígitos.
Entretanto, o cenário macroeconômico não apresentou sinais de melhora e um dos principais obstáculos é a inflação americana.
Apesar do Índice de Preços ao Consumidor (CPI em inglês) dos EUA ter mostrado uma desaceleração dos preços em abril, o núcleo do CPI, que exclui itens mais voláteis, ainda está acima da meta de 2% estabelecida pelo Fed.
Com isso, a expectativa é de que o Banco Central americano mantenha a taxa básica de juros no atual patamar por mais tempo.
O Banco Central brasileiro vem acompanhando de perto os números da inflação nos Estados Unidos. Afinal, uma taxa de juros mais alta por lá pode significar que a autoridade monetária precisará segurar a Selic em um patamar mais alto por mais tempo.
Afinal, com os juros nos EUA estão na casa dos 5% a 5,50%, continuar reduzindo a Selic por aqui pode fazer com que o mercado brasileiro perca ainda mais a atratividade. Como consequência, o real pode perder mais valor frente ao dólar, a inflação pode acelerar e os investidores podem fugir da Bolsa.
A fuga de capital da bolsa brasileira já é uma realidade. Para se ter uma ideia, até abril os investidores estrangeiros já haviam retirado cerca de R$ 22 bilhões da bolsa de valores.
Nesse sentido, a perspectiva de que a Selic vai continuar no patamar dos dois dígitos não é uma boa notícia para os ativos de risco no geral. Mas um setor pode ser a exceção.
O copo ‘meio cheio’: setor que pode se beneficiar da alta dos juros
Historicamente, em cenários de juros altos, os ativos de risco tendem a cair. Mas o que para muitos setores da economia é uma âncora, para as instituições financeiras é quase um “foguete”.
Acontece que a concessão de crédito é um dos principais negócios de um banco tradicional. Ou seja, parte significativa dos lucros dessas empresas vem da diferença entre o que ela recebe ao conceder empréstimos e o que ela paga ao tomar dinheiro dos clientes. Essa variação é chamada de spread bancário.
Para estabelecer o quanto cobrar na concessão de crédito e o quanto pagar para captar recursos, essas instituições tomam como base o CDI, que é reflexo da Selic. É nesse contexto que surge a possibilidade dessas empresas continuarem lucrando.
Diante da incerteza no atual cenário econômico, o Banco Central pode optar por manter a Selic na casa dos 10% para evitar que a inflação volte a acelerar.
Isso significa que com a taxa básica de juros alta, os bancos podem continuar cobrando mais caro para emprestar dinheiro. Mas sem necessariamente oferecer prêmios maiores aos seus credores.
Em outras palavras, o spread bancário aumenta e as instituições podem lucrar mais.
Mas, antes de você sair investindo no setor de bancos, aqui vai um alerta: não é qualquer ação que vale a pena.
A analista de ações da Empiricus Research, Larissa Quaresma, explica que, se por um lado os bancos podem se beneficiar da manutenção dos juros elevados, por outro, há fatores que podem impactar também essas companhias.
Como por exemplo o nível de alavancagem (endividamento) dessas instituições e a falta de “motores próprios de crescimento”. Isto é, um banco que depende muito do cenário macroeconômico pode não captar tão bem as vantagens da Selic alta.
Se pensarmos em instituições que concedem muito crédito, em especial para camadas da população mais sensíveis aos juros, a Selic de dois dígitos ainda pode significar uma taxa alta de inadimplência.
A analista reforça que, nesse cenário, é importante ser ainda mais seletivo e optar por “empresas de balanço forte, pouco alavancadas e com motores próprios de crescimento.”
Nesse sentido, a recomendação da casa é a ação de um banco que já começou o ano com “o pé direito”.
Um ‘bancão’ para buscar lucros com a Selic de dois dígitos
No setor de bancos, Quaresma tem uma ação que ela considera “top pick” e que pode continuar se beneficiando de uma eventual manutenção da Selic no patamar de dois dígitos.
Trata-se de um “bancão” que, no primeiro trimestre de 2024, apresentou um lucro líquido de R$ 9,8 bilhões, um crescimento de 16% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Além disso, a instituição conseguiu aumentar em 5,6% a carteira de crédito e reduzir em 3% a inadimplência. Outro destaque positivo foi o spread, que aumentou no período, chegando ao patamar de 5,8%.
Além do resultado positivo no 1T24, a analista destaca 4 motivos pelos quais ela recomenda a ação:
- Performance superior em crédito: este banco consegue se antecipar aos ciclos de crédito, o que o ajuda a atravessar os picos de inadimplência;
- Preparado competir com os novos entrantes: a instituição investiu na modernização e oferta de serviços para diminuir a “sangria em direção às fintechs”;
- Eficiência: a atual gestão busca crescimento com despesas controladas;
- Dividendos: a ação tem um excelente histórico de distribuição de dividendos e recentemente aumentou o seu payout. Isto é, o percentual do lucro distribuído entre os acionistas.
Por esses motivos, o banco é recomendado como compra pela analista.
Mas, a ação deste bancão não é a única recomendação da casa para investir agora. Os analistas selecionaram ações de outros segmentos que também podem entregar lucros para o investidor.
A boa notícia é que você pode conhecer a ação do “bancão” e as outras 9 recomendações para comprar agora de graça. A Empiricus Research, empresa do grupo BTG Pactual, está liberando como cortesia o acesso ao relatório com todas as indicações.
Para conferir sem nenhum custo, basta clicar no botão abaixo e seguir as instruções: