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Aliansce Sonae (ALSO3): 1T23 dá sequência à boa performance operacional do setor em 2022

Em processo de consolidação, ações da Aliansce Sonae negociam a múltiplo interessante, mas não são a preferida do setor; veja qual é

Por Caio Araújo

16 maio 2023, 10:22 - atualizado em 16 maio 2023, 10:22

Shopping Center also3
Imagem: Pexels

Nesta segunda (15), a Aliansce Sonae (ALSO3) divulgou seus resultados operacionais referentes ao 1T23, com performance mista em relação às expectativas do mercado.

Trata-se da primeira divulgação que consolida os números de Aliansce e brMalls, , visto que a combinação dos negócios – que formou a maior empresa do setor – foi concretizada em janeiro. Desta forma, as bases comparativas aplicam o conceito proforma para melhor análise.

Novamente, observamos um bom volume de vendas dos lojistas, que apresentaram Same Store Sales (SSS) de aproximadamente 12,8% na comparação anual. Outro destaque foi aumento de receita de estacionamento (+24,3%), promovido pelo ajuste no ticket médio e pela retomada do fluxo nos empreendimentos. 

Desta forma, o NOI (Net Operating Income) registrou crescimento de dois dígitos na comparação com o 1T22 (+11,6%), incluindo expansão de margem 1,4 ponto percentual (92,3%).

Mesmo com um efeito negativo de sazonalidade, a companhia manteve uma alta taxa de ocupação no portfólio (96,8%), acompanhado de indicadores saudáveis de inadimplência líquida (4,6%) e custo de ocupação (em torno de 11,5%).

Despesas Gerais e Administrativas crescem acima da média

Assim como observado no 4T22, a linha de Despesas Gerais e Administrativas (G&A) registrou aumento acima da média (18,9%), diante de diversos ajustes da folha de pagamento.

Com isso, o Ebtida da Aliansce Sonae ficou um pouco abaixo das estimativas de mercado, na casa de R$ 443,5 milhões, crescimento de 9% em relação 1T22 – vale citar que esta linha não computa as despesas não recorrentes relacionadas a combinação dos negócios no trimestre (R$ 46,1 milhões).

No resultado financeiro, a companhia registrou queda de 15,4% no prejuízo do ano anterior, reflexo de uma gestão eficiente do passivo, que promoveu uma queda no custo da dívida.

Deste modo, o AFFO (Adjusted Funds From Operations) da Aliansce foi de R$ 236 milhões, crescimento de 22,7% na comparação anual e com ligeira expansão de margem para 38,9%.

O lucro líquido foi de R$ 3 bilhões, influenciado pela marcação a valor justo dos ativos da brMalls (efeito não caixa).

Por fim, a Aliansce Sonae também atualizou seu guidance para o ano de 2023, que inclui um Ebitda entre R$ 1,95 bilhão a R$ 2 bilhões e um Capex entre R$ 400 milhões e R$ 480 milhões. Em um momento desfavorável para greenfield, é possível que a gestão acelere seu planejamento envolvendo expansão de área dos shopping centers, tendo em vista o gigante potencial construtivo disponível.

ALSO3: companhia não é a preferida do setor

Em geral, o resultado do 1T23 deu sequência à boa performance operacional do setor em 2022, sendo Aliansce o player mais representativo.

Contudo, vale mencionar que a base comparativa do período (1T22) ainda é relativamente frágil, visto que a variante Ômicron do Covid-19 provocou um pico de infecções no início do ano passado, prejudicando o comércio. 

Em um processo de consolidação, as ações de ALSO3 negociam a um múltiplo interessante de 9,5 vezes para 2023. Diante do contexto econômico e perfil de portfólio, nossa preferência para o setor se concentra no papel de Iguatemi (P/FFO 2023 de 12x).

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Sobre o autor

Caio Araújo

Administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e profissional da Empiricus Research desde 2016. Com certificação CNPI, é o analista de Real Estate e responsável pela série Renda Imobiliária, que atua no mercado de fundos de investimento imobiliários.