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Aliansce Sonae (ALSO3): alinhada à recuperação dos shoppings, companhia tem resultados satisfatórios no 3T22; vale a pena comprar a ação?

Com boa performance de ocupação, receita líquida de ALSO3 cresceu 19% graças ao crescimento com aluguéis e estacionamentos dos shoppings

Por Caio Araújo

11 nov 2022, 15:39 - atualizado em 11 nov 2022, 15:39

Shopping Center
Imagem: Pexels

Nesta quinta-feira (10), a Aliansce Sonae (ALSO3) divulgou seus números referentes ao 3T22, com performance um pouco abaixo do esperado pelo mercado.

Em geral, a recuperação dos shoppings continua sólida, com boa performance de ocupação, que atingiu 97% no trimestre (maior desde 2019). Com isso, a receita líquida da Aliansce cresceu 19% em relação ao 3T21, alcançando R$ 266 milhões, com crescimento nas linhas de aluguéis (+19,5% vs 3T21) e estacionamento (+32,6% vs 3T21).

Vamos aos números completos de ALSO3

O NOI foi de R$237,8 milhões, com margem de 91,4% (+5,9 p.p. na comparação anual), já considerando efeito da provisão para devedores duvidosos (PDD). Outro ponto positivo foi a inadimplência, que ficou em território negativo (-0,9%).

O custo de ocupação saltou apenas 0,1 p.p., alcançando 11% – nível controlado, mas ligeiramente acima da média histórica. A depender do cenário para 2023, a dinâmica de reajuste de aluguel dos lojistas pode encontrar algumas dificuldades. 

Diante do bom desempenho dos shopping centers, o ebitda da Aliansce foi de R$ 185,5 milhões, crescimento de 14,5% na comparação com o 3T21. A margem também subiu, atingindo 72,9%.

No resultado financeiro, em linha com o restante do mercado, observamos uma pressão das despesas com juros, em função do aumento da Taxa Selic. Ao final desta linha, o resultado foi um prejuízo de R$ 51,7 milhões, 171% acima do 3T21.

Na sequência, o FFO da Aliansce Sonae atingiu R$ 127 milhões, aumento de 28,9% na comparação anual, com margem de 47,9%. 

Falando sobre endividamento, em setembro a companhia captou cerca de R$ 1 bilhão em debêntures com taxa de remuneração de CDI + 1,35% ao ano. Ainda assim, a alavancagem da companhia permanece em situação controlada de 0,6x dívida líquida / ebitda, com custo de 12%. 

Vale citar que, para ajustar a estrutura de capital e o portfólio de imóveis à aquisição da BrMalls (BRML3), a companhia vem realizando desinvestimentos nos últimos meses. No trimestre, foram alienadas participações nos shoppings Boulevard Londrina e Boulevard Vila Velha no total de R$ 177 milhões. 

Apesar de observarmos um crescimento um pouco inferior aos pares, a companhia também informou a revisão do guidance para o final do ano, com elevação do Ebtida estimado (entre R$ 780 e R$ 800 milhões) e redução do Capex para até R$ 350 milhões.

Vou de ALSO 3 ou não?

Em geral, o resultado de ALSO3 tem pontos positivos, especialmente nos shoppings com melhor localização. A empresa também tem conseguido adequar sua estrutura de capital de forma satisfatória, apesar da necessidade de se desfazer de empreendimentos com cap rates atrativos.

Em função do nível de desconto de valuation e do segmento de atuação, nossa preferência no setor se concentra nas ações de Iguatemi (IGTI11), que negociam a um múltiplo P/FFO de 12 vezes para 2023.

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Sobre o autor

Caio Araújo

Administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e profissional da Empiricus Research desde 2016. Com certificação CNPI, é o analista de Real Estate e responsável pela série Renda Imobiliária, que atua no mercado de fundos de investimento imobiliários.