Desde que sugerimos as ações da Alibaba (BABA34) na série MoneyBets, no começo do ano, já estamos auferindo ganhos próximos dos 50% em dólar (e muito mais se considerarmos a valorização da moeda americana frente ao real no ano).
Entendo que o movimento recente, de mais de 30% de ganhos no ano, não seja sustentável e pode significar uma realização no curto prazo, depois que os mercados chineses voltarem do feriado local desta semana.
Ainda assim, há outras fortes razões para mantermos nossa posição comprada nas ações da Alibaba que vão além dos fatores macroeconômicos que tomaram o noticiário da semana.
Alibaba (BABA34): três fatores impulsionam valorização da ação
A empresa está negociando por 11 vezes seus lucros projetados para o ano e uma razão Preço/Lucro ante crescimento esperado de menos de 0,5 vez. Diante disso, enxergo que ainda podemos obter ganhos maiores na posição caso o sentimento continue a mudar para as ações chinesas.
Por outro lado, aos preços atuais consigo enxergar uma valorização decorrente de três fatores:
- A continuidade dos bons números das operações internacionais e de logística, que estão crescendo 30% e 20% ao ano, respectivamente;
- A retomada do crescimento na parte de computação em nuvem, setor responsável por 40% dos resultados da companhia, com o lançamento recente de mais de 100 modelos de IA para seus usuários, mesmo com um mercado interno ainda desafiador;
- O programa de recompras já aprovado pela direção, de US$25 bilhões, o equivalente a 10% do valor de mercado atual da companhia.
- LEIA MAIS: Investimento em BDRs permite buscar lucros dolarizados com ações gringas, sem sair da bolsa brasileira – veja os 10 melhores papéis para comprar agora
Novo pacote de estímulos econômicos chinês também beneficia Alibaba (BABA34)
Apesar de alguns dos principais índices americanos terem atingido novas máximas na última semana, o grande acontecimento do período veio da China.
Isso porque o governo do gigante asiático anunciou medidas que acabaram “animando” os investidores a voltarem a olhar para oportunidades na segunda maior economia do mundo.
Tanto que o índice CSI 300 teve sua melhor semana desde 2008, valorizando quase 16% no ínterim.
Primeiro, na terça-feira (24), o People’s Bank of China (PBOC), o Banco Central chinês anunciou que estava reduzindo as reservas necessárias que os bancos devem ter em 50 pontos-base. Apesar de não ter dado uma data específica para esse afrouxamento, o presidente da instituição Pan Gongsheng informou que acontecerá no curto prazo.
Além disso, o PBOC também reduziu a taxa de operações repo (na qual o banco empresta recursos para os bancos comerciais) de 7 dias em 0,2 pontos percentuais.
Mais para o final da conferência com a imprensa, o banqueiro também sinalizou a intenção de um corte entre 0,2 p.p. e 0,25 p.p. na taxa de empréstimos prime (LPR, em inglês), também sem especificar quando e se estava falando da taxa de um ou cinco anos. Isso é importante porque a LPR afeta os empréstimos feitos por empresas e consumidores, incluindo hipotecas.
BC da China vai implementar planos de suporte ao mercado imobiliário
Pan também traçou planos para dar suporte ao mercado imobiliário chinês, que vem enfrentando dificuldades nos últimos anos. Algumas das medidas citadas foram a extensão de medidas por dois anos e a redução na taxa de juros de hipotecas existentes. As políticas implementadas, entretanto, ainda serão divulgadas no site do PBOC, sem data prevista.
Já na quinta (26), o presidente chinês Xi Jinping comandou uma reunião do Politburo para discutir medidas para estimular a economia.
O encontro, inesperado para esse período do ano, debateu as necessidades de auxiliar o mercado imobiliário, além da necessidade de fortalecimento das políticas monetária e fiscal.
Ainda que o comunicado não esclareça quando e como essas medidas serão tomadas, fato é que os investidores viram esse posicionamento como uma mudança importante do governo chinês.
Há algum tempo, Xi Jinping vem pontuando a necessidade da migração do modelo de crescimento do país, passando de um foco no desenvolvimento de infraestrutura para um mais voltado ao consumo interno.
Importante salientar, inclusive, que as medidas na seara monetária estavam muito mais ligadas a melhoria no sentimento dos consumidores, uma vez que os bancos continuam com recursos disponíveis para novos empréstimos. O que falta, entretanto, é a demanda.
Sinais de melhora animam investidores do mercado asiático
Fato é que os investidores aproveitaram para sair às compras, até porque, quando comparado com outros mercados ao redor do mundo, as ações chinesas seguem negociando a preços bem abaixo de algumas de suas competidoras globais.
É verdade que o governo chinês tem uma parcela de culpa nessa discrepância de preços, mas a diferença me parece um pouco exagerado dado que ainda estamos falando de uma economia que deve crescer algo próximo dos 5% neste ano.
O volume transacionado no CSI 300, aliás, também atingiu a maior marca em mais de um ano. De acordo com um estudo feito pelo banco Goldman Sachs, os hedge funds gastaram a maior quantia em ações chinesas na terça-feira desde março de 2021 — o segundo maior dia na última década.
E não é difícil encontrar investidores renomados reforçando a tese de investimento nas empresas chinesas, principalmente as grandes empresas de tecnologia.
Para aqueles investidores que procuram carteiras de ativos internacionais, uma dica é a MoneyBets. A série traz recomendações e cases fora do radar do grande público, em geral empresas que atuam em novos mercados, ainda pouco explorados e com grande potencial de expansão. São ativos para quem topa correr mais risco em busca de maior retorno potencial. Para conhecer mais sobre a série, clique aqui.