Investimentos

Alibaba (BABA34): por que a ação chinesa tem potencial de valorização mesmo com Trump eleito?

As ações da empresa chinesa de comércio eletrônico caíram 10% em novembro, mas podem se recuperar fortemente mesmo com Trump (ou por causa dele) à frente dos EUA.

Por Nicole Vasselai

03 dez 2024, 11:52 - atualizado em 03 dez 2024, 11:53

Alibaba BABA34 Trump

Imagem: Rawpixel | Montagem: Canva Pro

Alibaba (BABA34), empresa chinesa de comércio eletrônico, representou uma das maiores desvalorizações de novembro dentre as ações internacionais. O papel encerrou o mês com queda acima de 10%.

Segundo Enzo Pacheco, analista de mercado internacional da Empiricus, o mercado se frustrou com a qualidade do pacote de estímulos econômicos divulgado pelo governo chinês, que veio aquém do esperado.

Alibaba detém mais de 50% de participação no mercado de comércio eletrônico

A principal área de atuação da companhia, conta Pacheco, é no comércio eletrônico, do qual detém mais de 50% de participação, por meio de suas marcas Taobao e Tmall; além de 16% com a JD.com e 13% com a Pinduoduo.

Além disso, a empresa também atua no segmento logístico, computação em nuvem, fintech (por meio do Ant Group), entre outros.

Cenário chinês pouco favorável nos últimos anos impactou a empresa

Conforme conta o analista, a dificuldade recente de retomada de crescimento na China pós-pandemia da Covid-19, somada às intervenções do governo de Xi Jinping na economia do país, impactaram severamente as ações da companhia, que voltaram ao mesmo nível de seu IPO (Oferta Pública Inicial) em 2014.

“Entretanto, nesse meio tempo, a Alibaba multiplicou as suas receitas por 10 vezes, enquanto o lucro líquido quase quintuplicou no mesmo período. Considerando a soma das partes, a ação da empresa teria espaço para uma valorização de pelo menos 50% dos patamares atuais“, defende Pacheco.

Além disso, em sua visão, os últimos resultados de Alibaba mostraram sinais positivos. Dentre eles estão a continuidade da boa performance das suas operações internacionais e de logística (+30% e +10%,
respectivamente) e a aceleração do crescimento da linha de computação em nuvem (só que ainda muito abaixo do observado nas suas rivais ocidentais como AWS, Google Cloud e Microsoft Azure).

“Esses dois pontos foram compensados pela dificuldade de crescimento na sua operação de comércio chinês (praticamente estável na comparação anual)”, complementa o analista.

Por incrível que pareça, Trump no poder pode ajudar a Alibaba

Apesar de as possíveis políticas tarifárias de Donald Trump nos Estados Unidos representarem certa ameaça para a economia de outros países, principalmente para a China, Pacheco acredita que, na verdade, esse posicionamento pode tirar o governo de Xi Jinping da “zona de conforto”.

“Pode parecer meio contraintuitivo, mas a eleição de Trump pode demandar uma aceleração, por parte do governo da China, por novos estímulos para a economia local“, explica. “Isso poderia dar um novo gás para a ação da Alibaba”.

Inclusive, para Pacheco, os dois principais riscos para a companhia estão associados justamente ao governo local. “As dificuldades de crescimento da China podem permanecer e reduzir assim a renda dos cidadãos e, consequentemente, o consumo, além de o governo eventualmente intervir no setor ou no negócio”.

Alibaba (BABA34) é recomendação da Empiricus Research para dezembro

Na carteira de dezembro de BDRs (papéis internacionais negociados na B3), Pacheco conta que aumentou a posição em BABA34 de 10% para 15% da carteira.

“Com valor de mercado estimado em US$ 208,8 bilhões e negociando a 8,9x seus lucros projetados, Alibaba (BABA34) está entre nossas 10 ações internacionais favoritas para se investir agora”, conclui.

Inclusive, como cortesia para leitores do site da Empiricus, o especialista liberou gratuitamente a lista completa de BDRs recomendados. Para acessar, clique aqui.

    Sobre o autor

    Nicole Vasselai

    Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.