Investimentos

Alívio com recado do Fed sobre juros; ICMS dos combustíveis no Senado e privatização da Eletrobras (ELET3) caminhando

Acompanhe os destaques de mercado desta quinta-feira (26/05) com os comentários de Felipe Miranda

Por Daniela Rocha

26 maio 2022, 11:03 - atualizado em 26 maio 2022, 14:17

Imagem de gráfico e números que representam o mercado financeiro
Reprodução: Shutterstock

O mercado começou esta quinta-feira (26/05) ainda errático, mas com um comportamento levemente positivo, com destaque para as ações da velha economia, sobretudo bancos e commodities. Isso porque o Fed (banco central americano), em sua ata divulgada ontem, anunciou que estão por vir duas altas de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, removendo as incertezas quanto ao ritmo do ajuste monetário. 

“O Fed se mostrou preocupado com a inflação, mas também sem acelerar demais o ritmo. Foi uma ata sem grandes surpresas, o que deu uma acalmada”, disse Felipe Miranda, CEO e estrategista da Empircicus, em seu grupo no Telegram Ideias Antifrágeis, um canal direto que mantém com os assinantes de todas as séries da casa.

Acompanhe a análise da economista da Empiricus sobre a ata do Fed:

https://www.youtube.com/watch?v=tN_1TrFHrdk&t=14s

Atividade chinesa preocupa

Quanto à China, vigora um misto de sentimentos. Ontem, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, admitiu que a economia do país enfrenta sérios desafios. Por outro lado, ele ressaltou que o governo chinês deve atuar para estimular a atividade, reduzir o desemprego e assegurar um crescimento razoável do PIB no ano. Assim, segundo o analista, fica a expectativa sobre a implementação de medidas para movimentar a segunda maior economia do mundo. 

Enquanto isso, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia não dá sinais de arrefecimento. 

A pauta de mercado no Brasil

Saindo do contexto exterior, Felipe Miranda comentou alguns assuntos quentes por aqui. 

Novo ICMS dos combustíveis: possível alívio para inflação

A Câmara aprovou ontem o projeto que limita as alíquotas do ICMS sobre os combustíveis e energia em 17%, classificando-os como bens essenciais. Na visão do analista, será difícil a matéria passar no Senado. 

“Vamos ver como isso se desdobra, pois teria impacto importante no IPCA. Claro que não há milagre, a economia é um cobertor curto, ao tirar da inflação no curto prazo, empurra a dívida para frente, ou seja, leva o problema para gerações futuras”, destaca Felipe.

Processo de privatização da Eletrobras (ETET3) acelera e Coelce (COCE5) no radar

Após aprovação do modelo de privatização pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a Eletrobrás (ELET3) já está se preparando. Circulam notícias dizendo que a estatal poderá protocolar ainda hoje o registro para a oferta bilionária de ações no Brasil e nos Estados Unidos. Além disso, poderá definir a data da operação. 

“Há expectativa de lançamento do registro da oferta da Eletrobras ainda hoje, o que poderá ‘dar um gás’ para o setor elétrico como um todo. Acho que a Coelce poderá pegar carona nessa história”, afirma. Para Felipe e outros analistas da Empiricus, a privatização da Eletrobras pode destravar o fechamento de capital da Coelce (COCE5) – uma questão que segue no radar. 

Direcional (DIRR3) deve surfar estímulos habitacionais do governo

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou que prepara um pacote de estímulos para reequilibrar o programa Casa Verde e Amarela. Estão previstos aumentos nos subsídios e mudanças nas linhas de financiamento. 

“Esse programa é, de fato, gerador de emprego, tem apelo para a compra da casa própria, gera votos e não é tão caro sob a ótica fiscal”, avalia o analista. 

Diante disso, as ações das incorporadoras do segmento em Bolsa – MRV (MRVE3), Tenda (TEND3) e Direcional (DIRR3) tendem a reagir positivamente. 

Entre as três companhias, Felipe Miranda recomenda a Direcional, que faz parte da carteira Oportunidades de Uma Vida. Ele tem dito que Tenda está combalida, a MRV está com foco no exterior, enquanto a Direcional tem boa gestão e está conseguindo vender ainda que diante do cenário macro adverso. “Algumas pessoas estão subestimando o quanto será espetacular esse segundo trimestre em termos de vendas da companhia”, conclui. 

Sobre o autor

Daniela Rocha

Coordenadora de Conteúdo na Empiricus. Jornalista com MBA em Finanças na FIA. Atuou nas editorias de economia da TV Cultura e da Band e foi colaboradora do Valor Econômico, Exame e RI.