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Alpargatas (ALPA4): turnaround rendeu bons frutos para a dona da Havaianas no 3T24; veja resultado

A Alpargatas apresentou resultados que seguem mostrando recuperação, após o início de um profundo processo de turnaround.

Por Ruy Hungria

14 nov 2024, 10:45 - atualizado em 14 nov 2024, 10:45

alpargatas ALPA4

Imagem: Divulgação/Havaianas

A Alpargatas (ALPA4) divulgou resultados do 3T24 com clara evolução para os números do mesmo período do ano anterior. Apesar de o crescimento ser sobre uma base de comparação fraca, ele mostra que o turnaround segue entregando frutos. 

Receita líquida de Havaianas Brasil expandiu 15,4%

A receita líquida da Havaianas Brasil cresceu 15,4%, para R$ 815,6 milhões, reflexo de maiores volumes (+13%) e maior ticket médio por par (+2,1%). Apesar dos bons números, a gestão esclareceu que parte do volume foi de antecipação de pedidos do 4T, o que pode afetar um pouco o último trimestre do ano. 

Na Havaianas Internacional também vimos crescimento de volume (+13,1%) e preços por par (+4,8%), o que levou a receita internacional à R$ 211 milhões, alta interessante de +18,9% vs 3T23, apesar de uma ajudinha do câmbio no período. 

A margem bruta também mostrou grande melhora, de 7,3 p.p. vs 3T23, ajudada pela diluição de custos fixos diante de maiores volumes, ajustes e também por menores custos de matéria-prima tanto na Havaianas Brasil como Internacional. 

Crescimento das despesas de Alpargatas pesou

O destaque negativo do trimestre foi o crescimento de 21% das despesas, para R$ 414 milhões, passando de 37,9% para 40,3% da receita líquida, na contramão do que vimos nos trimestres anteriores.

Boa parte dessa alta é explicada por maiores gastos com marketing e pelo aumento das vendas, que fazem parte do processo de turnaround.

Mas notamos incrementos em outras despesas gerais e administrativas, que a companhia disse estar relacionada a gastos que estavam congelados desde 2023, como alguns cargos executivos vagos desde a mudança no comando. 

Mesmo assim, ajudado pelo crescimento de receita e margem bruta, o Ebitda saltou 78%, para R$ 136,9 milhões, com ganho de 4,6 p.p. de margem. 

Alpargatas reduziu endividamento e voltou a ter caixa líquido

O resultado financeiro também melhorou, de uma perda de R$ 14,1 milhões no 3T23 para uma perda de R$ 4,9 milhões neste trimestre, reflexo da redução do endividamento. Aliás, é importante destacar que a Alpargatas voltou a ter caixa líquido, ante uma alavancagem de 2,7x dívida líquida/Ebitda no 3T23, o que deixa clara a evolução no período.

A Rothy’s, que contribui para os resultados via equivalência patrimonial, mostrou evolução na receita (+29%) e na margem bruta (+0,8 p.p.) na comparação com o 3T23. E apesar de ainda estar no vermelho, o prejuízo de US$ 1,6 milhão mostra que o breakeven está próximo. 

Por fim, o lucro líquido consolidado, mesmo ainda atrapalhado pela Rothy’s, cresceu de R$ 4,6 milhões no 3T23 para R$ 66 milhões no 3T24. 

No trimestre, tivemos mais uma redução no capital de giro, o que, combinado com a melhora de resultados, culminou em uma geração de caixa líquida de R$ 186 milhões. 

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Mercado reagiu mal, mas resultado mostra recuperação

Apesar da reação negativa do mercado logo após os resultados, o que entendemos ter bastante relação com a piora do sentimento macro, a Alpargatas apresentou resultados que seguem mostrando recuperação, após o início de um profundo processo de turnaround. Alpargatas (ALPA4) segue entre as recomendações da Empiricus Research.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.