Investimentos

Alta da Selic traz atenção de investidores para a renda fixa: CDB chega a oferecer rentabilidade de 140% do CDI no ano

Movimentações do Banco Central trazem boas oportunidades de investimentos em títulos indexados e prefixados

Por Equipe Empiricus

06 ago 2021, 14:56

O Banco Central do Brasil, em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), decidiu nesta quarta-feira (4/8) aumentar em um ponto percentual a Selic, na maior alta em 18 anos. Agora, com a taxa oficial de juros chegando a 5,25 e, com sinalizações de que mais altas estão por vir, muitas pessoas voltam a ser mais atraídas pela renda fixa. 

Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, e Gabriel Mallet, head de renda-fixo da Vitreo, comentaram sobre esse movimento em live no Instagram (ofelipe_miranda), nesta quinta (5/8).

“A verdade é que eu nunca acreditei na morte da renda fixa. Mesmo com a queda do patamar de juros que tivemos anteriormente, a gente deveria ter um incremento de duração, uma sofisticação de portfólios, maior alocação internacional, redução da participação desses investimentos na carteira, mas não excluir os ativos de renda fixa”, disse Miranda. 

Agora, diante das recentes movimentações do Copom, com a mudança na trajetória dos juros para cima, os títulos e os fundos de renda fixa voltaram a ganhar mais espaço nas carteiras, o que já foi observado na Vitreo. “ Em julho, os investimentos mais buscados foram os CDBs, títulos do Tesouro Direto e fundos de ações. Se tem uma coisa que não morreu é a renda fixa”, completou Mallet. 

Curva de juros sobe pós-Copom

“No mercado de renda fixa, o juro curto deve subir um pouco porque a mensagem do Copom foi mais dura do que o mercado esperava”, comentou o CIO da Empiricus. 

No pregão após a mudança, a curva de juros subiu em bloco. Na curta, o DI com vencimento em janeiro de 2022 avançou 11,5 pontos-base. Na média, os contratos com vencimentos em 2024 e 2025 avançaram, respectivamente, 30,5 e 32 pontos. Na longa, o DIA vencendo em 2029 subiu 37 pontos.

A crença dos especialistas era de que a alta mais agressiva do Copom acabaria por achatar a curva longa de juros: o esperado era que a decisão aplacasse a inflação e que a curva não teria necessidade de subir tanto no futuro. 

As expectativas, porém, foram um pouco frustradas no pregão desta terça. “O BC precifica o IPCA em 6,5% neste ano, 3,5% em 2022 e 3,20% para 2023. Com a Selic em 7%. O mercado precifica em 7,25% e 7,5%. Algumas casas mais agressivas colocam a Selic em 8%”, comentou Mallet.

Há também a perspectiva de que o BC demorou a agir e que a situação monetária pode estar já pior do que se imaginava. “De algum modo, podemos até criticar, se formos muito rigorosos, que o Copom demorou para tomar uma medida mais dura contra a inflação”, conta Miranda.

Por último, a performance da curva de juros foi impactada também pelas notícias fiscais que saíram no mesmo dia da alteração do Banco Central. O aumento do Bolsa Família e o adiamento do pagamento de precatórios acabaram por pressionar os DIs, com os investidores temendo uma deterioração das contas públicas brasileiras.

Renda fixa: Onde investir? 

A alteração na Selic abre, então, algumas ótimas oportunidades. “O Tesouro Selic 2024, por exemplo, vai pagar muito acima da poupança. Estoques de até R$ 10 mil ainda não são taxados pela B3. Como reserva de emergência, é um ótimo negócio”, comentou Mallet.

Para quem, neste momento, está buscando maiores rentabilidades, a Vitreo oferece um produto interessante: CDB prefixado emitido pelo Banco Master, antigo Banco Máxima, com garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). “ É uma oferta exclusiva da Vítreo. Pagando 140% do CDI, com um ano de prazo. É muita taxa. É uma baita rentabilidade. Está entre os destaques da plataforma”, disse o especialista em renda fixa.

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Na plataforma também está disponível o Tesouro 3.0, uma carteira de gestão ativa administrada que aplica, no momento, 88% em títulos atrelados à Selic e, o restante, no IPCA 2026. “Desde o início, tem rentabilidade de 110% do CDI”, comentou o especialista

Copom não altera cenário para renda variável

Para Felipe Miranda, apesar do avanço da taxa Selic, as perspectivas para a renda variável são positivas. “ O que importa para a bolsa é o equity risk premium. Que é o excedente que a Bolsa paga em relação à renda fixa”, explicou. 

O Ibovespa, a despeito do avanço da taxa de juros, fechou o pregão desta quinta estável. “O mercado demandava essa ortodoxia e, por isso, a reação não é tão negativa”, contou Miranda. 

No cenário macro, a movimentação do BC é, em parte, apaziguadora. “O Banco Central está tentando evitar surpresas lá na frente. Elevação da bandeira tarifária, altas dos preços dos alimentos. A aceleração dos aumentos ancoram as expectativas de inflação”, afirma Mallet. 

“A mudança é bem recebida. Havia o medo de perder a âncora monetária. Isso já aparecia em algumas conversas, principalmente após o BC vir no ano passado com aquela ideia do forward guidance, de uma taxa Selic baixa por mais tempo”, concluiu o CIO da Empiricus.

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