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Alupar (ALUP11) pode ter forte desalavancagem gerando dividendos robustos para este ano e 2023

Resultados no 1T22 da companhia apontam diminuição do endividamento e permitiram o recente anúncio de pagamento da primeira parcela de dividendos aos acionistas; acompanhe a análise de Fernando Ferrer

Por Mateus Cerqueira

23 maio 2022, 14:18 - atualizado em 25 maio 2022, 16:38

Imagem de torres de energia ao entardecer. Elas fazem alusão ao ramo da empresa Alupar
Reprodução: Freepik

A Alupar (SA: ALUP11), holding com ampla malha nacional de transmissão de energia e que também conta usinas de geração elétrica, pode reduzir fortemente suas dívidas, o que, por sua vez, abrirá caminho para o pagamento de maior volume de dividendos aos acionistas neste ano e em 2023.

O apontamento foi feito pelo analista da Empiricus, Fernando Ferrer, em recente relatório aos assinantes da série As Melhores Ações da Bolsa. Na publicação, o analista-chefe da série avalia que à medida que projetos de transmissão sejam concluídos, a companhia ganhará mais competitividade no mercado.

“Temos no nosso radar dois projetos que terão término até o fim do ano”, comentou. “São eles: usina fotovoltaica de Pitombeira, no estado Ceará, e os dois parques eólicos Agreste Potiguar, no Rio Grande do Norte”, complementa.

Na prática, isso significa que a holding aumentará sua capacidade produtiva energética, o que, por sua vez, terá efeitos positivos sobre os seus resultados operacionais, diminuindo a alavancagem, isto é, o seu endividamento, o que poderá gerar uma maior fatia dos lucros à base acionária.

Resultados do 1T22 em linha com a projeção do analista

No balanço do 1T22, a ALUP11 reduziu a sua dívida líquida para R$ 7,8 bilhões, uma queda de 2,3% em relação ao fim de 2021. Isso significa que a dívida líquida/EBITDA da companhia baixou, ficando por volta de 3,1X, diminuição na comparação com o ano anterior quando registrou 3,9X. Ou seja, a Alupar tem buscado um endividamento saudável.

“Tivemos uma queda no indicador dívida líquida/Ebitda na comparação com dezembro de 2021, quando observamos 3,4X”, reforça o analista. No entanto, pontua Ferrer, conforme os meses forem passando, a alavancagem da Alupar poderá cair, abrindo espaço para o pagamento de 7% de dividend yield para este ano e mais para o ano que vem.

No que se refere a receita líquida da companhia, foi observado queda de 20%, para R$ 1,28 bilhão. No entanto, desse total, o lucro líquido societário foi de R$ 431,4 milhões, aumento de 33,3% em comparação ao 1T21.

“Não à toa, conforme o comunicado da companhia, os números são consequência de um aumento de 2,1% no lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações [Ebitda, na sigla em inglês]”.

Anúncio de dividendos

Imagem de uma floresta com o logotipo da Alupar sobreposto
Reprodução: Youtube/ Institucional Alupar

Na sexta-feira (20), a Alupar divulgou comunicado aos acionistas e ao mercado sobre a aprovação do pagamento da primeira parcela de dividendos para 31 de maio de 2022.

Conforme a carta, serão divididos entre a base societária da companhia R$ 131,8 milhões, sendo R$ 0,15 por ação ordinária e preferencial, além de R$ 0,45 por unit (Certificado de Depósito de Ações) lastreada em ações ordinárias e ações preferenciais de emissão da companhia. Terão direito ao recebimento desses dividendos os acionistas que estavam inscritos na companhia até o final de 11 de abril de 2022.

Sobre o autor

Mateus Cerqueira

Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo. É integrante da equipe de conteúdo da Empiricus. Teve passagem pela Jornalismo Júnior (ECA-USP) e já atuou como assistente de comunicação na Força Área Brasileira.