Investimentos

Amazon (AMZN/AMZN34) tem resultado do 2T23 formidável e ação sobe 6% após divulgação; saiba mais

A empresa criada por Jeff Bezos entregou crescimento em todas as linhas de negócio. Confira os números.

Por Richard Carboni Camargo

04 ago 2023, 08:40 - atualizado em 04 ago 2023, 08:41

Amazon amzn34

A Amazon (Nasdaq: AMZN | B3: AMZN34) divulgou ontem (3) seus resultados do segundo trimestre de 2023. No geral, o resultado foi formidável e as ações subiram cerca de 6% no pregão noturno.

Vendas expandiram no e-commerce e nas lojas físicas

No consolidado, a gigante americana somou vendas de US$ 134,3 bilhões, um crescimento de 11% na comparação anual, acima do esperado.

Entre os principais mercados da Amazon, as vendas nos EUA cresceram 11%, totalizando US$ 84,5 bilhões; no mercado internacional, as vendas cresceram 10%, totalizando US$ 29,7 bilhões.

Olhando individualmente para as linhas de negócio da empresa, as vendas diretas (os produtos vendidos no 1P do e-commerce da Amazon) cresceram 5% na comparação anual, somando US$ 52,9 bilhões. 

No marketplace, as vendas totalizaram US$ 32,3 bilhões, crescimento de 18% versus o 2T22, desconsiderando os efeitos cambiais.

Nas lojas físicas as vendas foram de US$ 5 bilhões, crescimento de 7% na base anual. 

Mais impressionante que o crescimento das receitas, foi o retorno da rentabilidade

Em diversas ocasiões nos últimos trimestres, respondemos perguntas de investidores questionando se de fato havia algum valor no e-commerce da Amazon, que mesmo depois de tantos investimentos ainda apresentava margens operacionais negativas.

Num passado não muito distante, erros foram cometidos, sobretudo no dimensionamento dos investimentos em infraestrutura durante a pandemia. 

Desde que assumiu, porém, o novo CEO da Amazon (Andy Jassy, antigo CEO da AWS, divisão de infraestrutura em nuvem da companhia) deixou claro que sua prioridade seria a lucratividade. 

O fim da era Bezos implica que o restante da empresa precisaria ser lucrativa, assim como a AWS (obviamente com margens menores, devido à natureza dos dois negócios).

Bom, Andy já pode dizer que cumpriu sua promessa. Nos EUA, a operação da Amazon apresentou um lucro operacional de US$ 3,2 bilhões no 2T23, contra um prejuízo de US$ 627 milhões no mesmo período do ano passado.

Nos mercados internacionais, onde a Amazon detém um mix de mercados maduros e lucrativos (como o Reino Unido, Alemanha e Japão) e outros ainda em fase de investimentos (como o Brasil e a Índia), o prejuízo operacional caiu pela metade no 2T23.

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Amazon AWS surpreendeu positivamente

O grande destaque dos últimos anos, a Amazon AWS, mostrou um resultado levemente acima do esperado: um crescimento de 12%, com vendas totais de US$ 22,1 bilhões no trimestre.

Apesar dos números não serem mais astronômicos como na pandemia (quando a AWS chegou a crescer acima de 40% ao ano), é bom ver o segmento voltar a crescer. 

No trimestre anterior (1T23), a AWS apresentou sua primeira queda de receitas numa base consecutiva (4T22). 

A divisão, que enfrentou desafios do lado da demanda, com os clientes buscando ativamente maneiras de otimizar seus gastos com infraestrutura e postergando projetos não essenciais, reportou que, no geral, o mercado está de volta ao modo crescimento e em busca de inovação.

No 2T23, a margem operacional da AWS foi de 24%, estável em relação ao último trimestre.

No pregão noturno, as ações de uma série de outras empresas de software sobem em resposta aos números da AWS.

O que achamos da ação de Amazon (AMZN)?

Os bons números reportados acima culminaram em um lucro operacional de US$ 7,68 bilhões, bem acima dos US$ 4,72 bilhões esperados pelo mercado.

Além dos números fortes, a Amazon não decepcionou em seu guidance.

Para o 3T23, a Amazon espera atingir vendas entre US$ 138 bilhões e US$ 143 bilhões, acima do esperado pelo mercado no intervalo mais baixo das estimativas (US$ 138 bilhões).

Neste momento, o nosso portfólio internacional na Empiricus Research — o Investidor Internacional — não está posicionado nas ações da gigante americana.

Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.