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Amazon (AMZN34) divulga resultados do 3T22 e ações despencam no pregão noturno; análise

Amazon somou vendas de US$ 127,1 bilhões e foi bem até com as lojas físicas, mas deixou algo de lado e mercado não perdoou

Por Richard Carboni Camargo

27 out 2022, 18:23 - atualizado em 28 out 2022, 13:58

Amazon

A Amazon (Nasdaq: AMZN | B3: AMZN34) divulgou após o fechamento de mercado desta quinta-feira (28) seus resultados do terceiro trimestre de 2022 (3T22).

No pregão noturno, as ações estão caindo 20%. A última vez em que as ações reagiram tão mal a uma divulgação de resultados foi em julho de 2006.

No consolidado, a gigante americana somou vendas de US$ 127,1 bilhões, um crescimento de 15% na comparação anual, levemente abaixo do esperado pelo mercado; se considerado um dólar neutro, as vendas teriam crescido 19%.

Entre os principais mercados da Amazon, as vendas nos EUA cresceram 20%, totalizando US$ 78 bilhões; no mercado internacional, as vendas encolheram 5%, totalizando US$ 20,5 bilhões.

As vendas diretas cresceram 12% na comparação anual, somando US$ 53,4 bilhões. 

No marketplace, as vendas somaram US$ 28,6 bilhões, crescimento de 23% versus o 3T21, desconsiderando os efeitos cambiais.

Nas lojas físicas as vendas foram de US$ 4,69 bilhões, crescimento de 10% na base anual. Aos poucos, a Amazon está fazendo o caminho oposto de todos os seus concorrentes, construindo uma rede de lojas após escalar o e-commerce.

Amazon AWS foi, mais uma vez, destaque

O grande destaque do resultado, como sempre, foi a Amazon AWS, o braço de infraestrutura em nuvem, que cresceu 28%, somando vendas de US$ 20,53 bilhões no trimestre.

Esse ritmo, apesar de ainda ser muito forte, mostra uma grande desaceleração em termos marginais. Por exemplo, se comparado ao trimestre imediatamente anterior, a receita incremental foi 38% menor.

No 3T22, a margem operacional da AWS foi de 30%, em linha com os últimos trimestres.

Guidance explica queda das ações

A grande decepção do mercado ficou por conta do guidance. A Amazon espera atingir vendas entre US$ 140 bilhões e US$ 148 bilhões, o que representa um crescimento entre 2% e 8%.

No consenso dos analistas, a estimativa era mais próxima de US$ 155 bilhões. 

No release de resultados, os executivos mencionam um impacto estimado em torno de 460 pontos base advindos do câmbio; ao implementar esse ajuste na parte alta do intervalo de guidance, chegamos num número próximo do estimado pelo mercado.

Em outras palavras, o câmbio é um dos principais fatores que explicam o guidance mais fraco.

Certamente, não podemos descontar a parcela de culpa da inflação. Apesar do PIB americano, divulgado mais cedo, estar crescendo 2,6% na base anualizada, ao destrinchar os números em maiores detalhes vemos que o varejo está sofrendo, especialmente com estoques mais elevados.

Estoques mais elevados contratam atividade promocional e menores preços (o que é excelente do ponto de vista da inflação).

Nas próximas horas, estarei debruçado sobre os números, para entender em maiores detalhes a dinâmica geral dos resultados, mas a primeira impressão é ruim.

Neste momento, temos recomendação de compra para as ações da Amazon em nosso Hedge Fund na Empiricus, o Investidor Internacional

Confira a análise completa de Richard Camargo:

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Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.