A Amazon (Nasdaq: AMZN | B3: AMZN34) divulgou ontem à noite (27) seus resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23).
No pregão noturno, as ações chegaram a subir 12%, mas devolveram os ganhos durante a teleconferência, quando os executivos enfatizaram que o cenário é incerto, especialmente na AWS.
No consolidado, a gigante americana somou vendas de US$ 127,4 bilhões, um crescimento de 9,4% na comparação anual, acima do esperado pelo mercado.
Entre os principais mercados da Amazon, as vendas nos EUA cresceram 11%, totalizando US$ 76,9 bilhões; no mercado internacional, as vendas permaneceram praticamente estáveis, totalizando US$ 29,1 bilhões.
Veja o desempenho da Amazon no 1T23 por linha de negócios
Olha individualmente para as linhas de negócio da empresa, as vendas diretas (os produtos vendidos no 1P do e-commerce da Amazon) cresceram 3% na comparação anual, somando US$ 51 bilhões.
No marketplace, as vendas somaram US$ 29,8 bilhões, crescimento de 20% versus o 1T22, desconsiderando os efeitos cambiais.
Nas lojas físicas as vendas foram de US$ 4,8 bilhões, crescimento de 7% na base anual.
Amazon AWS apresenta queda de receita pela primeira vez
O grande destaque dos últimos anos, a Amazon AWS, mostrou um resultado em linha com o esperado pelo mercado: um crescimento de 16%, com vendas totais de US$ 21,35 bilhões no trimestre.
Desde que a Amazon tornou públicos os dados financeiros da AWS, este foi o primeiro trimestre em que a divisão apresentou uma queda de receitas versus o seu trimestre imediatamente anterior. Foram -US$ 24 milhões versus o 4T22.
Na teleconferência de resultados, os executivos disseram que em abril a AWS está rodando num ritmo de crescimento em torno de 5 pontos percentuais abaixo do esperado. Ou seja, o número deve convergir para um crescimento ainda mais baixo, em torno de 10% a 12% nos próximos meses.
No 1T23, a margem operacional da AWS foi de 24%, estável em relação ao último trimestre.
Apesar de vários novos clientes terem fechado contratos com a AWS neste começo de ano, a força principal sobre os resultados da divisão ainda é a dos clientes procurando a Amazon para otimizar workloads e reduzir custos num momento de incerteza econômica.
Essa flexibilidade de escalar e depois desescalar uma operação é, por definição, uma das maiores propostas de valor que a infraestrutura em nuvem oferece aos clientes.
Ela funciona como vetor de aceleração de crescimento em momentos bons, mas acaba sendo obrigada a absorver choques em momentos ruins. Essa é tão somente a natureza do negócio.
Amazon reafirma força do modelo de negócios, mas prega cautela
No 2T23, a Amazon espera atingir vendas entre US$ 127 bilhões e US$ 133 bilhões, o que representa um crescimento entre 5% e 10%, em linha com o esperado pelo mercado.
Sem maiores detalhes, a empresa diz esperar que o CAPEX (os investimentos) de 2023 sejam menores que os de 2022, para alívio do mercado.
No geral, a Amazon trouxe uma mensagem cautelosa, mas reafirmou todas as fortalezas do seu modelo de negócios, com o e-commerce performando bem e ganhando market share e o AWS, mesmo diante da desaceleração, preservando um perfil saudável de rentabilidade.
Neste momento, o nosso portfólio internacional na Empiricus — o Investidor Internacional — não está posicionado nas ações da Amazon (AMZN34).