Investimentos

Amazon (AMZO34): Lucro por ação cresce 86% no 4T24, mas projeções da companhia decepcionam; o que fazer com os papéis?

Apesar dos números melhores que o esperado, projeção de receita divulgada pela Amazon para o 1T25 pesou sobre as ações

Por Enzo Pacheco, CFA

07 fev 2025, 10:25 - atualizado em 07 fev 2025, 10:25

amazon amzo34

Imagem: iStock/ tigerstrawberry

Após o fechamento dos mercados na quinta (6), a Amazon (B3: AMZO34 | Nasdaq: AMZN) reportou os seus balanços do quarto trimestre. Os números vieram melhores do que o esperado, em especial o lucro por ação, que veio quase 25% acima das projeções.

Nos três meses encerrados em dezembro a “Loja de Tudo” teve receita de US$ 187,792 bilhões, um aumento de 10,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O destaque continua sendo o Amazon Web Services, com vendas de US$ 28,786 bilhões, valor 18,9% maior do que no 4T23. As operações da América do Norte (US$ 115,586 bilhões) e Internacionais (US$43,420 bilhões) cresceram 9,5% e 7,9% (+9%, excluindo variação cambial), respectivamente.

Veja o desempenho por linha de negócio

Já analisando por linha de negócio, além da AWS, outro destaque ficou com a parte de publicidade, que apresentou vendas de US$ 17,288 bilhões (+18% vs. 4T23). Outras linhas que mostraram um bom aumento no faturamento foram as assinaturas oferecidas pela companhia (US$ 11,508 bilhões, +9,7%) e os serviços para sellers da plataforma (US$ 47,485 bilhões, +9%).

As lojas online, pela qual a companhia ficou amplamente conhecida ao redor do mundo, reportou receita de US$ 75,556 bilhões, valor 7,1% maior em relação a um ano atrás.

Além de ser o principal vetor de crescimento da companhia, a AWS segue também sendo um fator importante para a melhora da lucratividade da firma. No período, o segmento apresentou lucro operacional de US$ 10,632 bilhões, alta de quase 50% na comparação anual e o equivalente a uma margem de 36,9% (+7,3 p.p. vs. 4T23). 

A operação norte-americana também apresentou um forte aumento nos lucros, totalizando US$ 9,256 bilhões no trimestre (+43% vs. 4T23) e uma margem de 8% (+1,9 p.p.). Já a parte Internacional reverteu o prejuízo de US$ 419 milhões reportado um ano atrás, tendo um lucro operacional de US$ 1,315 bilhão (3% de margem).

Na linha final de resultado, o lucro líquido da Amazon no trimestre totalizou US$ 20,004 bilhões, ou US$ 1,86 por ação, alta de 86% em relação ao mesmo período de 2023.

Confira os resultados no consolidado de 2024

Os resultados para o ano também mostraram a continuidade da companhia de melhores os seus números de maneira significativa.

A receita total em 2024 foi de US$ 637,959 bilhões, valor 11% maior na comparação anual: América de Norte, US$ 387,497 bilhões (+9,8% vs. 2023); Internacional, US$ 142,906 bilhões (+8,9%); e AWS, US$ 107,556 bilhões (+18,5%).

O lucro operacional aumentou 86% em relação ao ano passado, totalizando US$ 68,593 bilhões, com a AWS sendo o principal responsável por quase 60% do resultado (US$ 39,834 bilhões, +62% vs. 2023). A parte da América do Norte somou US$ 24,967 bilhões (+68%), enquanto a operação internacional reportou um lucro de US$ 3,792 bilhões, ante prejuízo de US$ 2,656 bilhões no ano anterior.

O lucro líquido da Amazon no ano foi de US$ 59,248 bilhões, o equivalente a US$ 5,53 por ação, um crescimento de 91% em relação a 2023.

A companhia continuou mantendo uma forte geração de caixa, um dos seus pilares para o sucesso no longo prazo.

O fluxo de caixa operacional do ano de 2024 totalizou US$ 115,877 bilhões, valor 36% maior do que o gerado no ano anterior. Já desconsiderando os investimentos e pagamento de principal de dívida, a companhia gerou US$ 36,2 bilhões, ante US$ 35,5 bilhões nos doze meses de 2023.

  • VEJA MAIS: Analista da Empiricus Research aponta 10 ações internacionais para investir em fevereiro de olho nas novas medidas de Trump e avanços de IA; confira em relatório gratuito aqui

Projeções para o 1T25 decepcionam e ações respondem com queda; hora de comprar?

Apesar dos ótimos números, o fato da direção ter divulgado uma projeção de receita entre US$ 151 bilhões e US$ 155,5 bilhões (crescimento entre 5%-9% ante o 1T24), enquanto o mercado tinha algo superior a US$ 156 bilhões acabou pesando no papel.

Mas vejo essa queda com bons olhos para aqueles que não contam com as ações da Amazon (B3: AMZO34 | Nasdaq: AMZN) no seu portfólio. 

Com uma avenida de crescimento ainda significativa pela frente, principalmente pela oferta de produtos e serviços de IA no AWS (que também podem se tornar mais eficientes, caso as técnicas desenvolvidas pela DeepSeek sejam replicadas nos modelos da companhia), aliado a perspectiva da empresa continuar investindo na frente de publicidade para melhorar seus resultados, além da melhora de margem das operações de varejo online, sigo com recomendação de compra para o ativo.

Sobre o autor

Enzo Pacheco, CFA

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.