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Amazon (AMZO34) tem receita abaixo do esperado no 2T24 e decepciona no guidance; ação vale a pena?

Apesar de a Amazon apresentar bons números no resultado do 2T24, o crescimento de receita e lucro veio pior que o esperado pelo mercado.

Por Enzo Pacheco, CFA

02 ago 2024, 08:53 - atualizado em 02 ago 2024, 08:53

Amazon amzo34
Imagem: Divulgação/Amazon

Hoje (1), após o fechamento dos mercados, a Amazon (B3: AMZO34 | Nasdaq: AMZN) apresentou os seus balanços do segundo trimestre de 2024 (2T24). Os números vieram mistos, com receita abaixo das estimativas e lucro por ação melhor do que o esperado.

Vendas da Amazon cresceram 10% em 12 meses

As vendas no período totalizaram US$148 bilhões, valor 10% (+11%, excluindo variação cambial) maior do que o reportado um ano antes. O segmento América do Norte teve receita de US$90 bilhões (+9% vs. 2T23). Já o Internacional somou US$31,7 bilhões (+7%, +10% ex-câmbio) e o Amazon Web Services, US$26,3 bilhões (+19%).

Receitas de publicidade foram destaque do 2T24

Quando analisado por linha de negócio, o principal vetor de crescimento da companhia no trimestre foram as receitas de publicidade. Essa vertical somou US$12,8 bilhões no período (+20% vs. 2T23), seguida pelo AWS e pelos serviços para sellers em sua plataforma (US$36,2 bilhões, +13%).

Já o lucro operacional foi de US$14,7 bilhões, quase o dobro do reportado no mesmo trimestre de 2023 (US$7,7 bilhões). Isso representa uma margem de 9,9% (+4,2 pontos percentuais vs. 2T23). 

O grande responsável por esse forte aumento foi o AWS, com lucro de US$9,3 bilhões (+72,2% vs. 2T23), o equivalente a uma margem de 35,5% (+12,3 p.p.).

Os segmentos América do Norte e Internacional também mostraram melhora significativa em suas lucratividades. Enquanto o primeiro reportou lucro operacional de US$5,1 bilhões (+70% vs. 2T23, margem de 5,7%), o segundo reverteu um prejuízo de aproximadamente US$900 milhões em um lucro de cerca de US$300 milhões.

Lucro líquido da Amazon dobrou na comparação anual

Na linha final de resultado, o lucro líquido da Amazon totalizou US$13,5 bilhões, ou US$1,26 por ação, crescimento de mais de 100% na comparação anual. 

O fluxo operacional nos doze meses encerrados em junho somou US$108 bilhões, alta de 75% em relação ao mesmo período do ano anterior. O fluxo de caixa livre, descontados os investimentos em equipamentos e pagamento de principal, totalizou US$51,4 bilhões, ante US$6,7 bilhões um ano atrás.

O que diz a companhia?

De acordo com o CEO Andy Jassy, mais do que o progresso em diversas áreas de atuação, o mais importante foi ver a reaceleração do crescimento na Amazon Web Services — que mostrou aumento de receita levemente acima do esperado pelo mercado.

A AWS segue sendo uma das principais escolhas no mercado, de acordo com o executivo. Isso porque as empresas continuam buscando migrar suas infraestruturas para o cloud, além das funcionalidades de Inteligência Artificial generativa.

Mercado se decepcionou com a performance de Amazon no 2T24

Apesar dos bons números, a projeção dos resultados para o terceiro trimestre acabou decepcionando os investidores.

Isso porque, para a empresa, a expectativa é de receitas entre US$154-158,5 bilhões, o que representaria um crescimento entre 8% e 11% na comparação anual. O mercado, contudo, esperava algo superior a US$158 bilhões.

E o mesmo problema aconteceu com o lucro operacional, o qual a companhia espera reportar entre US$11,5-15 bilhões, ante US$11,2 bilhões no 3T23 e expectativas acima dos US$15 bilhões por parte dos analistas.

Isso desanimou um pouco os investidores, com as ações se desvalorizando mais de 5% no after-market

Ainda assim, entendo que os investidores de longo prazo não devem ver esses números com preocupação, e sim uma oportunidade caso o papel continue sofrendo nos próximos dias. A empresa é uma das sugestões da Empiricus Research.

Sobre o autor

Enzo Pacheco, CFA

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.