Com a saída de Joe Biden da disputa presidencial nos Estados Unidos, a decisão de um próximo candidato democrata ainda aparenta baixo potencial de tirar Donald Trump da posição como favorito à Casa Branca.
Enquanto isso, o mercado financeiro vem precificando alguns setores específicos que teriam maior chance de crescer com a vitória de Trump.
Segundo Enzo Pacheco, analista de mercados internacionais da Empiricus Research, as bolsas americanas já vinham refletindo este impacto antes mesmo do atentado contra Trump, no dia 14 de julho.
Em relatório aos assinantes da série MoneyBets, Pacheco escreve que, “ainda que a semana tenha sido mista para os ativos de risco, alguns investidores já começaram a apostar em setores que podem ganhar com o retorno do ex-presidente”.
Além do “Trump Trade”, Pacheco enxerga que o afrouxamento na política de juros nos EUA nas últimas semanas, com a deflação no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), também impulsionaram alguns setores econômicos.
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Com Trump na liderança e menos pressão monetária, quais setores podem decolar?
Pacheco avalia que os papéis de tecnologia continuam sendo os principais detratores dos índices de bolsas norte-americanas. Enquanto isso, setores mais tradicionais como energia, financeiro e saúde ganharam mais atenção dos investidores.
Empresas de setores considerados mais tradicionais, que estavam se preparando para surfar com o horizonte de corte de juros pelo Fed, tiveram mais impulso no clima eleitoral atual, na visão do analista.
Entre os setores que Pacheco acredita que devem ser impactados no cenário da vitória de Trump, o de energia ocupa um lugar relevante. O ex-presidente não esconde sua indiferença às energias renováveis, enquanto pretende voltar esforços para a exploração de combustíveis fósseis. Nessa linha, companhias com matriz energética menos focada em soluções sustentáveis podem se beneficiar.
Além disso, o segmento financeiro também estaria diante de um governo tradicionalmente menos intervencionista, com menos regulação, o que, conforme aponta Pacheco, “facilita a vida do setor”. Nesse espectro, bancos poderiam poupar, com menos obrigação de dedicar o orçamento às suas operações, o que poderia inclusive se converter no pagamento de dividendos, estipula Pacheco.
Ademais, Trump tem um posicionamento favorável às moedas digitais, o que impulsiona atualmente o mercado de criptomoedas.
Por fim, o setor de saúde também pode se beneficiar na perspectiva de um novo governo Trump. “As empresas de saúde podem ser agraciadas com mais contratos, além das
menores chances de regulamentação nos preços de medicamentos”, avalia Pacheco.
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