O cenário internacional, no momento, é bastante turbulento. Principalmente ao considerar os efeitos que o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos traz no mercado antes mesmo de sua posse, que acontecerá no dia 20 de janeiro.
Qual o impacto de um Trump possivelmente mais agressivo nos ativos?
Enzo Pacheco, analista de ações internacionais da Empiricus Research, diz que o mercado já conhece muito bem o presidente Trump e sua vontade de estar sempre à frente dos holofotes. Por isso, ele acredita que o ano será volátil, com um “vai e volta” entre Trump e a mídia.
“Se formos lembrar o outro mandato dele, diversos dias nós acordamos com uma notícia ou um tweet e o mercado girava ali ao sabor dos posts de Trump”, comenta Pacheco.
Entretanto, o analista ainda acredita que o momento é positivo para bolsa americana, que apesar dos riscos – como as falas do americano – a média de valorização da bolsa entre os estrategistas é de 10% a 12% para 2025 nos EUA.
Juros x mercado americano em 2024
Um medo que rondou a economia estadunidense no ano passado foi ter que lidar com a maior alta de juros dos últimos 15 anos. A surpresa foi que isso não impediu a bolsa de atingir novas máximas ou das empresas continuarem a entregar bons resultados.
“O mercado agora parece ter entendido que não é muito problema o juro ficar alto por mais tempo, porque a economia está conseguindo rodar. Então, no geral, acho que vai ser um bom ano para a bolsa dos EUA”, diz o analista.
Na última quarta-feira (8), o Fed (Federal Reserve) divulgou a ata de sua última reunião. As atitudes que o futuro presidente vem tendo, faz com que o banco central já comece a considerar uma possibilidade de segurar o corte de juros por conta do ambiente dos próximos meses.
E o dólar?
Pacheco aponta que apesar do valor do dólar, ele acredita que os investidores não devem ficar muito preocupados com a cotação da moeda, e que, fazer uma poupança dela é preciso para auxiliar em momentos de crise no mercado local.
“Ter todos os recursos só no Brasil hoje com a grande acessibilidade ao mercado internacional, é um erro do investidor brasileiro”, diz o analista.
UnitedHealth desvaloriza e abre portas para curto prazo
O analista conta que decidiu aumentar a exposição na UnitedHealth Group (UNHH34) de 10% para 15% na carteira de BDRs de janeiro. A motivação foi a desvalorização da empresa após o assassinato do CEO da área de planos de saúde da UNH.
“Mas essa adição é consciente de que caso haja uma valorização boa no papel, em curtíssimo prazo, talvez seja o caso de vendermos ela. É uma decisão bem tática para janeiro”, explica Pacheco
Quem volta e quem sai da carteira
A Disney (DISB34) volta após deixar o portfólio em dezembro, por “outra questão técnica”, segundo o analista. Ele acredita que ela ainda tem muitas oportunidades para continuar crescendo além da televisão, então, ela volta a médio peso, em 10%
Quem sai é a Apple (AAPL34). Ao longo do ano, ela foi deixada de lado por conta da falta de participação na alta da Inteligência Artificial. Porém, com o lançamento do iPhone 16, os olhos dos investidores se voltaram para ela e por uma alta valorização a retirada dela foi uma decisão certeira para a captação de recursos.
Para mais recomendações de investimentos em ações internacionais, os analistas da Empiricus divulgaram um relatório gratuito com 10 BDRs para investir em janeiro. Confira neste link aqui.
Assista a entrevista de Pacheco no Giro do Mercado na íntegra no quadro abaixo: