Times
Investimentos

Após divulgação do IPCA de julho, Ibovespa vai voltar a subir?

Desde que agosto começou, a Bolsa tem estado no negativo ou próxima do zero a zero, mesmo depois do primeiro corte da Selic em muito tempo. Será que “agora vai”?

Por Nicole Vasselai

11 ago 2023, 14:37 - atualizado em 11 ago 2023, 14:38

ibovespa ipca
Imagem: Freepik

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, apontou para uma alta de 0,12% na inflação em julho, acima da expectativa do mercado, de 0,06%.

Segundo relatório do IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram alta em julho. O maior impacto (0,31 p.p) e a maior variação (1,50%) vieram de Transportes, segmento influenciado pelo preço da gasolina, das passagens aéreas e de automóveis novos.

No lado das quedas, destacam-se os grupos Habitação (-1,01% e -0,16 p.p.) e Alimentação e bebidas (-0,46% e -0,10 p.p.). Os demais grupos ficaram entre o -0,24% de Vestuário e o 0,38% de Despesas pessoais.

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o resultado é positivo. “Por mais que o número cheio [alta de 0,12%] engane, a qualidade dos itens que o compõem importa mais do que o número em si“, avalia.

“Além disso, o mercado já supunha essa aceleração da inflação por conta de efeitos-base e ela deve continuar ao longo do segundo semestre, mas isso já está no preço e não é preocupante”.

Segundo Spiess, isso abre espaço para uma maior flexibilização monetária à frente, ou seja, mais cortes na taxa Selic nas próximas reuniões do Copom. O analista acredita na possibilidade de uma queda de mais 75 pontos-base até a última reunião do ano. Lembrando que hoje está em 13,25%.

Ibovespa vai subir pela primeira vez em agosto após o IPCA de julho?

“Estruturalmente, estamos construtivos com Bolsa, uma vez que historicamente ciclos de corte de taxa de juros, quando bem feitos, impulsionam o Ibovespa. Além disso, normalmente os efeitos da queda dos juros vai muito além do que o mercado projeta. E é bem comum vermos um mês negativo para a Bolsa no mês imediatamente posterior ao primeiro corte, mas isso não muda a trajetória de 12 meses em si“, explica.

O especialista também lembra que ainda estamos na reta final da temporada de resultados corporativos do 2T23 e temos questões políticas importantes em curso em Brasília. Sem contar a definição de dados macroeconômicos importantes em outros países. “Então, é normal enfrentarmos volatilidade ainda no curto prazo. Mas olhando para uma janela de 12 a 18 meses dá para ficar otimista com os ativos de risco”.

Se a Bolsa está barata, onde investir?

Spiess recomenda principalmente ações do setor imobiliário e mistas entre varejo e real estate, além de small caps e companhias de cíclicos domésticos. Mas, ele reforça, é importante selecionar nomes realmente bons dentro de cada segmento.

E como ficam os ativos atrelados à inflação?

“Nesse cenário, temos preferência por títulos do Tesouro Direto de juro longo, como Tesouro IPCA+ 2045, porque eles têm comportamento semelhante à Bolsa”, finaliza.

Para assistir à entrevista completa do analista para o Giro do Mercado de hoje, é só dar “play” a seguir:

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.