Investimentos

Após um mês difícil para a Bolsa, Felipe Miranda vê cenário animador para maio mesmo sem queda dos juros americanos

Para o CIO da Empiricus Research, agora, com o ciclo de queda de juros e expansão de lucros das empresas, é a hora de entrar nas ações de qualidade baratas.

Por Jamile Braga de Sousa

02 maio 2024, 16:30 - atualizado em 02 maio 2024, 16:35

Maio já começou e traz grandes expectativas para o mercado. Em uma live no Instagram nesta quinta-feira (2), Felipe Miranda, fundador e analista-chefe de investimentos da Empiricus Research, comentou suas observações e expectativas para os próximos meses em relação aos ativos de risco, como ações.

Os mercados emergentes passaram por um mês difícil em abril com um aumento de volatilidade e muitas dificuldades para alguns multimercados. Em geral, eles têm sofrido com o fortalecimento do dólar. Com os Treasuries de 10 anos, títulos soberanos dos EUA, disparando e trazendo mais recursos para a Terra do Tio Sam, “sobra” o sofrimento aos mercados emergentes.

Essa dinâmica é muito diferente no Brasil, que se destacou negativamente no mesmo período. “Estamos nos perdendo em vícios cartoriais, coronelistas; parece que estamos em velhos embates que não nos permitem avançar [economicamente]”, afirma Miranda.

Um cenário animador para ações, mesmo com as taxas de juros americanas inalteradas

Já para o mês de maio, Miranda comenta que o mercado de trabalho americano – fator relevante para a inflação – parece estar se movendo rumo à desaceleração da geração de empregos, mas novos relatórios ainda precisam ser observados. 

Além disso, para o economista, a decisão do FED de manter as taxas de juros inalteradas nos EUA foi bastante favorável aos mercados, para evitar uma alta no juro de longo prazo.

“Foi importante o FED ser explícito em relação à inflação não ter avanços nos últimos meses e decidir não cortar juros enquanto a inflação não convergir para 2% ao ano”, afirma Miranda.

Também na reunião de política monetária de ontem (1), o FED sinalizou uma “importante redução de seu balanço” – nas palavras de Miranda – , visando enxugar a liquidez do mercado com mais intensidade do que o mercado esperava. O montante em títulos soberanos cairá de US$ 60 bilhões para US$ 25 bilhões.

“Com essa maior liquidez, as ADRs brasileiras estavam subindo ontem e sobem hoje também”, conclui.

Por que a Bolsa brasileira continua barata?

Miranda explica que, com os juros de longo prazo nas alturas, os múltiplos das empresas ficam menores. “A partir do momento que esse juro de mercado parar (nem subir, nem cair), com os múltiplos menores, o preço da ação vai precisar andar conforme o lucro da empresa aumenta”.

E o analista lembra que, nos meses de maio e junho, o mercado começa a projetar como será o ano de 2025 para as ações. Segundo ele, a tendência é as projeções de alta dos lucros chegarem a 15%. Com isso, o Ibovespa teria grandes chances de ser impulsionado.

Oportunidades interessantes: em quais ações da Bolsa investir?

Ao encerrar a live, Miranda reforça que enxerga uma expansão de lucros muito importante na bolsa brasileira, e ainda listou algumas ações que considera muito interessantes para os investidores: Intelbras (INTB3), 3R Petroleum (RRRP3), Eletrobras (ELET3) e Grupo SBF SA (SBFG3). 

Vale a pena assistir à live completa para ficar por dentro das teses de investimento em cada uma dessas ações.

Sobre o autor

Jamile Braga de Sousa

Analista de Conteúdo da Empiricus, formada em Letras pela Universidade de Brasília (UnB). Experiente em redação para o mercado financeiro.