Investimentos

Apple (AAPL34) entrega números acima das projeções no 4T23, mas tem dificuldade de retomar os bons tempos

A big tech melhorou custos e lucro, mas o desafio de vender na Grande China ainda impacta seus resultados; veja em detalhes

Por Enzo Pacheco, CFA

02 fev 2024, 09:36 - atualizado em 02 fev 2024, 12:17

Apple lança conta poupança
Imagem: Unsplash

Na quinta-feira (1), após o encerramento do pregão regular a Apple (B3: AAPL34 | Nasdaq: AAPL) divulgou os seus números do primeiro trimestre do ano fiscal de 2024 (encerrado em dezembro). Os resultados vieram acima das projeções dos analistas.

Como foram as vendas da Apple?

As vendas da companhia no período totalizaram US$119,575 bilhões, uma leve alta de 2% quando comparado com o 1º tri fiscal de 2023. Ainda que o crescimento não encha os olhos, pelo menos fez com que a empresa encerrasse a marca negativa de quatro trimestres consecutivos de queda na receita.

Dentre as suas linhas de negócios, destaque para o aumento de quase 6% na receita do iPhone (US$69,702 bilhões) e de mais de 11% na venda de Serviços (US$23,117 bilhões). 

Os outros produtos, por outro lado, tiveram um trimestre mais desafiador: a parte de Mac ficou estável (US$7,780 bilhões, +0,5% vs. 1T23); enquanto a de iPad (, US$7,023 bilhões, -25%); e Wearables e Acessórios (US$11,953 bilhões, -11,3%) recuaram no período.

Custos e lucro

Ao menos a companhia conseguiu reduzir marginalmente os seus custos no 1T24, que caíram 3% (US$64,720 bilhões) na comparação anual. 

Isso fez com que ela reportasse um lucro bruto quase 9% maior, aos US$54,855 bilhões, o que representa uma margem bruta de 45,9% (+3p.p. vs 1T23).

O lucro líquido do trimestre foi de US$33,916 bilhões, ou US$2,19 por ação, um aumento de 15,9% na em relação ao mesmo período do ano anterior.

Entretanto, outros sinais apontam as dificuldades ainda enfrentadas pela empresa para retornar os bons tempos do passado recente.

Isso porque, analisando por região, a única que apresentou queda nas vendas foi a Grande China — US$20,819 bilhões, valor 12,9% menor na comparação com o 1T23. Mas essa é tida como a principal avenida de crescimento na visão dos investidores, considerando o potencial do mercado em questão.

E isso acabou pesando nas ações, que desvalorizavam mais de 4% no after-market

O que achamos do resultado de Apple?

Considerando que não se trata de um ativo barato (negociando por 28 vezes seus lucros projetados), a verdade é que os investidores esperam um pouco mais dos resultados de uma empresa do porte da Apple (B3: AAPL34 | Nasdaq: AAPL)

Mesmo com a perspectiva negativa no curto prazo, entendo que a chance de um anúncio que surpreenda positivamente o mercado não deve ser descartada, como alguma coisa relacionado a Inteligência Artificial (na qual aparenta estar atrasada em relação aos seus pares). 

Ainda mais porque estamos falando de uma das melhores empresas do mundo, com mais de US$170 bilhões em caixa (mais de US$65 bilhões quando abatido a sua dívida). 

Para aqueles que já possuem o ativo, entendo que a companhia deve representar apenas uma pequena parte do portfólio — algo como 1% a 3% da carteira, como sugerimos na série MoneyBets.

Já aqueles que ainda não contam com a empresa entre as suas posições, acompanharia a ação mais de perto para pensar a possibilidade de entrada no futuro próximo (com parcimônia).

Além de Apple, recomendo conhecer a tese de outros BDRs que têm potencial de valorização neste momento. Acesse o material completo aqui.

Sobre o autor

Enzo Pacheco, CFA

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.

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