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Arezzo (ARZZ3) supera cenário adverso e entrega crescimento robusto no 1T23; leia mais

Lucro líquido ajustado da Arezzo no 1T23 foi de R$ 73 milhões, alta de 27% na comparação anual. Veja a recomendação da Empiricus Research

Por Larissa Quaresma, CFA

03 maio 2023, 11:56 - atualizado em 03 maio 2023, 11:56

Arezzo (ARZZ3) setor de varejo de moda
Imagem: Arezzo

Ontem (2), após o fechamento do mercado, a Arezzo &Co (ARZZ3) divulgou seus números do 1T23, que vieram marginalmente acima das nossas expectativas.

A companhia conseguiu sustentar um crescimento robusto, mesmo com a forte base de comparação do ano passado, embora com alguma (esperada) pressão em rentabilidade.

A receita bruta total cresceu 23%, sustentada pelo mercado interno (+27%), que compensou a queda de 6% no internacional.

No Brasil, a expansão das vendas nas lojas abertas há mais de 12 meses (SSS) foi de 18,5%, versus 58,4% no 1T22, uma base comparativa já forte.

Veja o desempenho da Arezzo no 1T23 por segmento

Dentre as marcas, o destaque vai, mais uma vez, para a AR&CO, que concentra os nomes de vestuário (como Reserva e Baw) e que cresceu 46%. Arezzo, Schutz e Anacapri se expandiram em 13%, 9% e 23%, respectivamente. 

Acreditamos que o ganho de preço e/ou mix de produtos sustentou uma parte importante da expansão do trimestre.

Para as linhas de vestuário, o número de peças vendidas cresceu 36%, contra a expansão de 46% na receita da AR&CO, sinalizando um crescimento de preço médio estimado em ~10%.

Já os volumes de pares e bolsas vendidos caíram 3% e 8%, respectivamente, contra uma alta de receita de 13% para Arezzo, Schutz e Anacapri combinadas, sugerindo um ganho de preço ainda mais importante.

Esse comportamento está em linha com a nossa tese de investimento em Arezzo &Co: com o varejo de moda brasileiro já em queda de volume desde o 4T22, levaria a melhor em 2023 quem tivesse a capacidade de trabalhar preços.

Lucro líquido ajustado fica em R$ 73 milhões, alta de 27% na comparação anual

Em termos de rentabilidade, o mix de canais no Brasil e a operação internacional geraram pressão na margem bruta, que caiu 1 p.p., para 52,4%.

Do lado das despesas, houve uma pressão nos gastos com vendas, também devido ao mix de canais, fazendo com que as despesas comerciais se expandissem em 22%, acima do crescimento de receita.

Por outro lado, as despesas administrativas tiveram alta controlada (+7%), o que compensou os efeitos negativos anteriores.

Com isso, o EBITDA ajustado por efeitos não recorrentes (M&A, jurídico e transição para o novo CD no Espírito Santo) foi de R$ 164 milhões, (+23%), com margem de 16,0% (+0,1 p.p.)

O lucro líquido ajustado pelos mesmos efeitos, por sua vez, ficou em R$ 73 milhões, alta anual de 27%, com margem de 7,1% (+0,2 p.p.).

Já a dívida líquida passou para o campo positivo, em R$ 277 milhões, com um índice dívida líquida / EBITDA de 0,4x.

A companhia ressaltou que o aumento da dívida se deve à captação de linhas de crédito preventivas neste primeiro trimestre, devido ao cenário macroeconômico mais desafiador.

ARZZ3 segue como recomendação de compra da Empiricus Research

Do nosso ponto de vista, o resultado veio melhor que o esperado, com um crescimento ainda robusto mesmo em meio ao cenário adverso.

Além disso, as pressões de margem eram esperadas e vinham sendo sinalizadas pela companhia há alguns trimestres. Negociando a um múltiplo preço/lucro de 14,7x para 2023, temos uma recomendação de compra para Arezzo &Co (ARZZ3).

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.