Na última semana, tivemos uma conversa com o time de Relações com Investidores da Arezzo &Co (ARZZ3), o que melhorou, marginalmente, nossas perspectivas para a companhia.
Nossas projeções para a Arezzo &Co “pura” permaneceram praticamente inalteradas, mas melhoramos a visão sobre o timing de fechamento da fusão com o Grupo Soma e suas sinergias derivadas.
Ao que tudo indica, o fraco crescimento de vendas no 1T24 (relembre aqui) pode ter sido o ponto baixo do ano, com provável aceleração nos próximos trimestres.
O que esperamos para Arezzo daqui pra frente?
O primeiro tri teve uma semana a menos de vendas contra o ano passado, em função da Páscoa antecipada, o que deve, simetricamente, beneficiar a expansão no 2T. Ademais, a limpeza dos canais de venda internos (franquias, multimarcas) está praticamente finalizada, embora esse seja o discurso há alguns trimestres.
Seja como for, a base de comparação fica gradualmente mais favorável daqui para frente, o que deve fazer a taxa de crescimento acelerar já a partir do 2T24, fato incorporado nos nossos números.
Importante destacar que não enxergamos impacto relevante da tragédia no Sul sobre as vendas.
Reduzimos a rentabilidade esperada para o ano, contudo. As margens podem ter sido pressionadas pelo calor fora de época em abril-maio, prejudicando a venda de acessórios de melhor margem, como é o caso das botas.
Não obstante, o frio chegou com tudo a partir de junho, de forma que, para o ano fechado, esperamos margens estáveis – e não mais em expansão como anteriormente.
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Companhia tem se destacado positivamente na linha de imposto corporativo
Na ponta positiva, a companhia tem tido um resultado melhor que o esperado na linha de imposto corporativo, o que deve continuar. Isso porque a empresa entende que a maioria dos seus benefícios fiscais têm bases legais para permanecerem.
Com isso, no saldo, nossa projeção de lucro líquido e geração de caixa ficou praticamente inalterada para 2024 e 2025 – considerando somente a Arezzo &Co “pura”.
Sinergias da fusão de Arezzo com Grupo Soma pode trazer ganhos
A verdadeira boa notícia veio com as perspectivas de combinação com o Grupo Soma e as sinergias derivadas.
Ambas as companhias convocaram Assembleias de Acionistas para junho, com o fim de aprovar a fusão e seguir com a integração efetiva, o que nos faz estimar o fechamento da transação no 3T.
Inclusive, o terceiro trimestre já pode trazer alguns “quick wins” da combinação, a julgar pelo lançamento de acessórios das marcas Farm e Hering (pertencentes ao Grupo Soma) durante o Evento pulsAR, importante para as vendas do 3T24. Essa novidade não seria possível sem a fusão.
Reconhecemos que a companhia atravessa um período de crescimento orgânico mais baixo, o que deveria comandar múltiplos menores para a operação ex-Soma. Entretanto, entendemos que isso já está precificado.
Ao mesmo tempo, continuamos enxergando que os benefícios da fusão não estão incorporados ao preço de tela, o que nos sugere uma assimetria favorável.
Negociando a 14,8x o lucro estimado para 2024 (11,3x o de 2025), mantemos Arezzo &Co entre as recomendações da Empiricus Research.
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