O ano de 2024 não foi o melhor para a economia e o mercado já deixou isso claro. A analista de ações da Empiricus Research, Larissa Quaresma, falou sobre a sua expectativa para esse novo ano e quais serão os efeitos na carteira de ações em participação no programa Giro do Mercado do Money Times, portal parceiro da casa. Confira como foi a entrevista de Paula Comassetto com Larissa Quaresma na íntegra:
“Como a gente começa 2025? É um cenário de maior otimismo?”
A gente começa de uma forma parecida com o que terminou em 2024. Mas, para mim, essa reação positiva nos últimos dias ratifica o que estamos falando desde novembro do ano passado: o posicionamento técnico para as ações brasileiras é muito favorável.
A gente vem de um ano que os gringos resgataram quase R$ 40 bilhões da bolsa, os investidores institucionais foram obrigados a tirar mais algumas dezenas de bilhões, estamos há 3 anos sem IPO e ainda foi um ano que os EUA aspirou recursos do mundo inteiro.
Então, apesar de o cenário não ser tão bom para a economia, nós ainda não temos muito mais para onde cair. Assumindo que o Brasil não vire uma Venezuela ou Argentina, algo que acredito não acontecer.
O cenário macro acabou pesando muito sobre as ações e, considerando que a questão fiscal continua não resolvida, qual é a força das empresas para trazerem um cenário mais positivo na bolsa brasileira?
Ainda não temos um cenário com um ajuste fiscal base estruturante profundo, que seria o necessário, a curto prazo. Dito isso, o mercado precificou todas as ações com essa ideia de que todas fossem afetadas por isso.
Para algumas ações, houve exagero na precificação?
Sem dúvidas. Usando de exemplo a Equatorial (EQTL3), uma distribuidora de energia extremamente bem sucedida que saiu de R$ 37 para R$ 29, não tem justificativa.
Então, com certeza, eu acho que em alguns casos a queda é quase emocional.
Quais são as mudanças estratégicas da carteira para atravessar esse momento mais difícil?
A gente começa 2025 com uma carteira de 10 ideias de janeiro muito conservadora. Ela possui agora uma exposição de 25% em exportadoras, que são a Suzano (SUZB3) e Prio (PRIO3). Isso é bastante, mas ainda é abaixo do Ibovespa [principal índice de ações da bolsa brasileira] com cerca de 35%.
Aumentamos também no setor financeiro, com a Porto (PSSA3), que foi de 5% para 10% da carteira. É uma empresa que temos muita convicção no momento de curto prazo dela, e gosto bastante do preço de entrada dela em relação ao valuation.
Diante de todo esse cenário, tem algum risco que deve ser monitorado pelos investidores?
Janeiro não tem balanços do 4T24, então não vejo tantos gatilhos no micro, tanto para o bom, quanto para o ruim. Agora no macro, o mês tem dois eventos muito importantes: as decisões de juros no Brasil e nos EUA.
Lá fora, não deve-se ter muitas surpresas com a posse de Trump. A grande fonte de risco está no Copom, pois será a primeira decisão com Gabriel Galípolo como presidente, o que será muito observado pelo mercado.
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Confira a entrevista completa da analista para a jornalista Paula Comassetto, do Money Times, no quadro abaixo: