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Até onde vai o ouro? Tensões geopolíticas devem continuar impulsionando preço do metal, segundo analista; veja como investir

O preço do ouro bateu a sua máxima histórica na segunda-feira (10) enquanto o mercado global busca formas de proteção de portfólio para o contexto geopolítico. Entenda.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

11 fev 2025, 11:58 - atualizado em 11 fev 2025, 11:58

ouro gold11

Imagem: iStock/ Lemon_tm

A rivalidade entre EUA e China, o fortalecimento das alianças entre Rússia, Coreia do Norte e Irã e as incertezas sobre as políticas tarifárias de Donald Trump são eventos geopolíticos que forçam a aproximação do mercado de um dos seus ativos mais antigos e seguros: o ouro.

Na última segunda-feira (10), o preço do ouro ultrapassou US$ 2.900 por onça pela primeira vez na história. O destrave do valor do “ativo dourado” acontece em razão da busca dos investidores por proteção. 

Investir em ouro mantém um status de porto seguro e reserva de valor histórica, acumulando milhares de anos de confiabilidade em momentos de turbulência econômica e política, além de ser uma reserva estratégica para bancos centrais”, explica analista de macroeconomia da Empiricus Research, Matheus Spiess. 

Tensões políticas podem continuar impulsionando o ouro?

Desde a chegada de Donald Trump à presidência dos EUA, muito pouco foi apaziguado das tensões geopolíticas estruturais que ecoam nesta década. “A nova Guerra Fria continua a se aprofundar. A rivalidade entre EUA e China segue sendo o principal eixo da disputa geopolítica, mas a crescente aproximação entre estados párias também preocupa”, afirma Spiess. 

O analista toma como exemplo a assinatura de um tratado de defesa mútua entre o presidente russo Vladimir Putin e a Coreia do Norte, seguido da aproximação moscovita do presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, para formalizar um acordo de parceria estratégica abrangente.

Essas novas alianças globais, segundo Spiess, favorecem a um ambiente de volatilidade para os mercados e, neste cenário, o ouro figura como um hedge valioso

“O metal tem sido cada vez mais adotado por investidores e também por bancos centrais, como uma forma de blindagem contra choques financeiros e geopolíticos. O ouro segue desempenhando um papel fundamental na preservação de patrimônio diante de um cenário global cada vez mais incerto”, comenta. 

É hora de investir em ouro?

Enquanto aguardam um desenrolar geopolítico, governos de países emergentes devem buscar uma cobertura contra pressões econômicas vindas do Ocidente. Na visão do analista, há ainda o temor de que “os EUA possam expulsar nações inteiras do sistema financeiro global”, o que motivou mais países a fortalecerem as reservas de ouro e iniciar uma corrida especulativa.

Neste contexto, Spiess enxerga que o cenário é muito favorável para a valorização do ouro, diante da incerteza econômica, especialmente inflacionária. Além disso, o outro também pode ser visto como uma diversificação à exposição ao dólar. 

Não considero improvável que o ouro ultrapasse a marca de US$ 3.000 por onça até 2026”, diz. 

O analista indica ETFs como IAU e GOLD11 para investidores que buscam se posicionar: “são veículos interessantes de exposição ao ouro, oferecendo liquidez e praticidade”. 

Além deles, existem ainda outras formas de buscar lucros com investimentos em ouro. Para orientar melhor investidores que buscam mais exposição ao metal precioso, Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, preparou um curso gratuito

Para acessar o material, basta acessar este link e começar a aprender sem nenhum custo sobre as melhores formas de investir em ouro.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.