Investimentos

Atualizações de Cosan (CSAN3) mostram que os resultados do 4T23 devem ser positivos

O balanço do 4º tri de Cosan deve seguir a tendência do terceiro trimestre, com chance de os guidances serem cumpridos pelas diversas empresas do grupo.

Por Rodolfo Amstalden

09 fev 2024, 14:13 - atualizado em 09 fev 2024, 14:13

Logo da Cosan (CSAN3)
Fonte: Divulgação/Cosan

Recentemente, realizamos uma conversa detalhada com a direção da Cosan (CSAN3) e abordamos diversos aspectos dos segmentos de atuação da companhia.

Com base nas discussões, projetamos que os resultados do 4T23 devem se mostrar positivos, seguindo a tendência do terceiro trimestre, com chance de os guidances serem cumpridos pelas diversas empresas do grupo.

Lembrando que o balanço do 4T23 de Cosan está previsto para ser divulgado em 1 de março de 2024. Para receber em primeira mão nossa análise completa acerca do resultado, clique aqui.

Cosan vai aumentar participação em Vale

Nosso foco se voltou particularmente para a estratégia da Cosan em relação à Vale. Fomos informados sobre a redução da posição em derivativos e o aumento da participação direta na mineradora, através da emissão de bonds de longo prazo.

Esta ação, particularmente iniciada em agosto de 2023 antes da data-ex da Vale, com um investimento de R$ 300 milhões, e continuada em outubro com mais R$ 300 milhões, foi acelerada pela Cosan devido aos dividendos extraordinários anunciados no final do ano, que superaram as expectativas.

Também discutimos a questão da indicação política para a liderança da Vale. A Cosan manteve-se reservada, limitando-se ao que já é de conhecimento público.

Para nós, parece improvável que um nome como o de Guido Mantega avance, considerando a recente inclinação do conselho para membros mais independentes e técnicos. A participação governamental hoje é significativamente menor do que no passado, refletindo uma mudança na dinâmica de influência.

Avaliamos que a Cosan pode se beneficiar de sua relação com o governo no contexto da Vale. A dinâmica na alta gestão da Cosan, especialmente com foco na mineradora, sinaliza um alinhamento promissor para a nossa tese de investimento.

Acreditamos que a presença de Guimarães no conselho pode ser estratégica, podendo inclusive suceder Bartolomeu em um futuro próximo.

A Vale ainda debate internamente essa dinâmica de sucessão, então só teremos novidades nos próximos meses.

Quanto ao segmento de terras, esclarecemos mal-entendidos gerados por interpretações equivocadas na mídia. A Cosan não pretende aportar terras na joint venture com a Nuveen, que continuará a administrar a gestão desses ativos. A JV será meramente administrativa, mantendo as propriedades sob controle da Cosan e da Nuveen.

Atualizações sobre Raízen, Rumo e Compass

No setor de etanol, a Raízen (RAIZ4) optou por manter seus estoques diante do risco calculado, apostando na valorização durante a entressafra.

Para a Rumo (RAIL3), apesar da quebra na safra de soja e milho, espera-se que continue operando em sua capacidade máxima e aumente sua participação de mercado.

Finalmente, destacamos a Compass, que em 2023 enfrentou uma desaceleração nos volumes industriais, mas viu expansão no segmento residencial. A separação das operações entre Sul e Sudeste (Commit) do Norte e Nordeste prepara o terreno para futuras vendas, com expectativas de conclusão até o final do ano. Além disso, a criação de uma comercializadora e o redirecionamento do excedente de gás para a Europa refletem uma gestão estratégica de recursos que deve influenciar positivamente os resultados do quarto trimestre.

Nossa conversa abrangente com o management da Cosan revelou perspectivas promissoras para a empresa, destacando-se por suas estratégias eficazes e resultados antecipadamente positivos para o quarto trimestre, seguindo a forte performance do terceiro.

As manobras estratégicas na participação na Vale, a postura cautelosa em relação às indicações políticas e a otimização de suas operações em terras, etanol e gás, demonstram uma gestão perspicaz e alinhada com as tendências do mercado.

A Cosan pode se beneficiar significativamente de sua relação com o governo e a dinâmica interna, particularmente com relação à Vale, onde vemos potencial para movimentos estratégicos no conselho. 

Além disso, a abordagem calculada em manter estoques de etanol e as operações ajustadas da Rumo e Compass sublinham a capacidade da Cosan (CSAN3) de se adaptar e prosperar diante de desafios, prometendo uma influência positiva nos resultados do quarto trimestre e reforçando a posição da empresa como uma escolha sólida para investidores.

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Sobre o autor

Rodolfo Amstalden

Sócio-fundador da Empiricus, é bacharel em Economia pela FEA-USP, em Jornalismo pela Cásper Líbero e mestre em Finanças pela FGV-EESP. É autor da newsletter Viva de Renda.

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