Investimentos

B3 (B3SA3) ficou ainda sem tração no 4T23, mas permanece como boa opção para surfar um bom período de bolsa

Os números do 4T23 vieram ligeiramente abaixo do esperado, em razão de despesas pontualmente mais altas e um volume de negociação (sabidamente) fraco.

Por Larissa Quaresma, CFA

23 fev 2024, 13:12 - atualizado em 23 fev 2024, 13:14

B3 B3SA3

Ontem (22/fev), após o fechamento do mercado, a B3 (B3SA3) divulgou seus números do 4T23, que vieram levemente abaixo do esperado, em razão de despesas pontualmente mais altas e um volume de negociação (sabidamente) fraco.

Lucro líquido caiu 8% na comparação anual

O lucro líquido ficou em R$ 1,1 bilhão, queda de 8% na visão anual. Ainda assim, a operação segue razoavelmente saudável, com uma geração de R$ 5,9 bilhões em caixa para o acionista no ano de 2023, sendo R$ 5,0 bilhões distribuídos na forma de dividendos, JCP e recompra das ações. 

A receita líquida, de R$ 2,2 bilhões, foi 3% menor na comparação anual, devido principalmente à queda de 25% no volume de negociação de ações, dado já conhecido pelo mercado; por isso, sem grandes surpresas. As demais verticais ajudaram a amortecer esse impacto: Balcão (+25%) se beneficiou da maior atividade em Tesouro Direto; Infraestrutura para Financiamentos (+38%) reflete as receitas com a plataforma do programa Desenrola; e Tecnologia, Dados e Serviços (+11%) se expandiu com a correção inflacionária dos serviços e maior utilização dos sistemas de balcão.

Desenrola, Neurotech e processos judiciais levaram ao crescimento de despesas

As despesas operacionais ajustadas, de R$ 633 milhões, cresceram 13% anualmente, em função principalmente da nova plataforma do Desenrola, consolidação da Neurotech e provisões para processos judiciais. Entretanto, acreditamos que a maior parte desse aumento é não recorrente, de forma que não deveria ser motivo de grande preocupação.

A linha final, de R$ 1,1 bilhão (-8%), foi pressionada tanto pelo ainda fraco volume de negociação de ações, indicador mais importante para o negócio de B3, quanto pelas despesas maiores. Mesmo assim, a companhia gerou R$ 5,9 bilhões em caixa para o acionista no ano, e distribuiu a maior parte desse valor por meio de dividendos, JCP e recompras.

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O que achamos dos resultados de B3 no 4T23?

Enquanto o volume de negociação continuar baixo, a operação tende a crescer pouco. Entretanto, como os dados de fluxo são divulgados diariamente, qualquer melhora de humor marginal com os ativos de risco tende a beneficiar a ação, de forma que é importante permanecer posicionado nela para um cenário forte de bolsa. Independentemente disso, a companhia deve continuar sendo uma boa geradora de caixa para os acionistas, o que fornece um importante colchão de proteção para a ação.

Negociando a 13,9x seu lucro projetado para 2024, mantemos a recomendação de compra para B3SA3.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.