A B3 (B3SA3) divulgou bons números referentes ao 2T24, acima das nossas expectativas, mesmo com um volume de negociação de ações ainda baixo (já conhecido na prévia operacional). O resultado continua evidenciando os frutos do bom trabalho na criação de novas linhas de negócio nos últimos anos.
Infraestrutura para Financiamentos foi destaque da receita de B3 no 2T24
A receita bruta foi de R$ 2,7 bilhões, uma alta de 10% na comparação anual. No segmento Listado (+3%), a linha de Ações e Instrumentos de Renda Variável (33% da receita total) caiu -1%, mesmo com a base de comparação fraca do 2T23, refletindo o momento ainda desafiador para o mercado à vista de ações.
Por outro lado, a linha de Juros, Moedas e Mercadorias (24% da receita total), avançou 10% em função do cenário mais volátil da bolsa, que aumentou a demanda por derivativos listados, e dos ajustes tarifários realizados pela B3 nos últimos 12 meses.
Os demais segmentos apresentaram alta anual de dois dígitos, reforçando a tese de que a B3 se tornou um negócio muito mais resiliente às flutuações do mercado de ações. O maior destaque positivo em termos de crescimento foram os negócios de Infraestrutura para Financiamentos (+34% vs 2T23).
A forte performance é resultado das receitas do programa Desenrola (encerrado em maio), um programa de renegociação de dívidas do governo que tem a B3 como parceira, e do crescimento de 26% no número de veículos financiados.
Expansão no faturamento superou efeitos não recorrentes nas despesas
As despesas ajustadas por efeitos não recorrentes totalizaram R$ 514 milhões no trimestre (+12% vs 2T23), com aumento em pessoal e encargos (+7%), processamento de dados (+18%) e serviços de terceiros (+27%). Apesar disso, a expansão no faturamento superou esse efeito negativo, e o Ebitda recorrente atingiu R$ 1,8 bilhão (+8% vs 2T23), implicando em uma margem de 73,3%.
Lucro líquido recorrente cresceu 5% em 12 meses
Na última linha do resultado do exercício, apesar do resultado financeiro negativo, puxado principalmente pelos custos associados à liquidação antecipada de algumas debêntures emitidas pela companhia, o lucro líquido recorrente foi robusto, de R$ 1,2 bilhão (+5,0% vs 2T23).
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O que achamos dos resultados de B3?
Apesar da performance ainda fraca da sua principal fonte de receita, seguimos construtivos com a tese de investimento em B3.
Além de estar fortemente relacionada a um momento melhor para a bolsa brasileira, que vem se desenhando nos últimos dois meses, acreditamos que a resiliência operacional construída com as novas linhas de negócio está sendo ignorada.
Somado a isso, o valuation também é atrativo, negociando a 13x o seu lucro estimado para 2025 (vs. 19x da média histórica dos últimos cinco anos) e com um interessante dividend yield de 5%. A B3 (B3SA3) segue como uma recomendação de compra da Empiricus.