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Bahema (BAHI3) agora é Bioma Educação (BIED3): Felipe Miranda entrevista diretor da companhia; entenda o rebranding

A Bahema mudará oficialmente de nome e ticker a partir de 26 de novembro. Veja o que conta Guilherme Affonso sobre o momento da empresa.

Por Maisa Leme

21 nov 2024, 18:09 - atualizado em 22 nov 2024, 14:58

Bahema Bioma Educação

Felipe Miranda à esquerda) e Guilherme Affonso (à direita), na live sobre Bioma Educação. Imagem: Divulgação/Empiricus

A partir da próxima semana, a Bahema Educação (BAHI3) passa a se chamar oficialmente Bioma Educação (BIED3), conta Guilherme Affonso, Managing Director da empresa, em entrevista com Felipe Miranda, analista-chefe e sócio-fundador da Empiricus Research.

“Depois de mudanças e reestruturações nos últimos dois anos, acho que agora estava na hora de deixar o nome da Bahema Financeira para trás, que era muito ligada a uma empresa de holding, investidora, o que a gente já não é, nunca foi, desde 2016”, explica o executivo sobre o rebranding da companhia.

‘Bioma Educação foi o rebranding mais barato da História’

Segundo Affonso, o novo nome da Bahema veio à tona naturalmente dentro da companhia, há mais ou menos três anos, como ideia de um dos colaboradores, em uma das reuniões de integração e troca de boas práticas entre as escolas.

“Alguém disse que cada escola era um ecossistema diferente, com o próprio DNA – que é algo que a gente realmente sempre pregou -, mas vários ecossistemas juntos formam um bioma, e assim, o nome foi adotado pela equipe e as reuniões passaram a se chamar de ‘reuniões do bioma’”, conta.

“Eu brinco que foi o rebranding mais barato da História”, afirma o executivo, pelo fato de a companhia não ter contratado nenhuma agência publicitária ou profissional especializado para essa mudança.

Turnaround da Bahema já rende frutos

Segundo o executivo, nos últimos dois anos, a Bahema passou por algumas mudanças em sua operação. Do final de 2022 ao de 2023, ele cita, houve uma reestruturação da Escola Mais, que era de uma vertente de educação de ‘qualidade acessível’, em suas palavras.

“Ela era pensada para crescer muito exponencialmente, chegar em 100 mil alunos, mas a gente teve dificuldades operacionais no pós-pandemia, como mal dimensionamento da equipe e pouca valorização de professores, por exemplo”, explica Affonso. 

Por conta desse cenário, a companhia precisou passar por um turnaround. “Isso acabou nos colocando em um cenário de alavancagem mais alta, o que, junto com CDI explodindo, fez com que tivéssemos uma estrutura de capital muito desequilibrada”, comenta Affonso.

Com isso, a companhia decidiu vender uma de suas escolas, a única da qual não detinha 100% de participação, o que reduziu a dívida líquida de mais de R$ 100 milhões para R$ 29 milhões. “Agora, nossa estrutura de capital está bem equacionada”.

Como foi o resultado da Bahema no 3T24

“[Depois disso] Os indicadores operacionais de todas as escolas melhoraram muito, estamos com os melhores índices de retenção e rematrícula da história, então, é um momento muito positivo para a companhia”, destaca o diretor.

Mesmo com a diminuição da Escola Mais, Affonso ressalta o crescimento de 4% em receita da Bahema no 3T24, na comparação anual. Além disso, o resultado operacional de setembro de 2023 para setembro de 2024, dobrou de R$ 14 para R$ 28 milhões e o Ebitda ajustado saiu de -R$ 4,5 milhões há 12 meses para +R$ 4,7 milhões.

Os próximos passos da ex-Bahema, nova Bioma

Para Affonso, o principal é continuar focando na qualidade das escolas: “Esse é o nosso DNA, [queremos] respeitar o DNA de cada escola e garantir que elas entreguem projetos de qualidade excelente”.

Além disso, o empresário reconhece que a partir desse novo cenário positivo da agora Bioma Educação, eles podem voltar a pensar em trazer novas escolas ao grupo, mas que nada é concreto ainda.

Por fim, conclui: “Não é apenas uma mudança de nome, mas de momento”.

Para Miranda, ação da atual Bioma (BIED3) está barata

Na visão de Felipe Miranda, com toda essa reestruturação da companhia, os papéis negociados na B3 deveriam ter se valorizado mais.

“Acho que a ação merecia uma reação mais calorosa do mercado. Com uma simples regra de três, a ação deveria chegar perto de R$ 12”, avalia.

Para se ter ideia, às 17h30 desta quinta (21), a ação negociava a R$ 4,33. 

Sobre o autor

Maisa Leme

Jornalista em formação pela Faculdade Cásper Líbero. Atualmente, estagia em redação no site da Empiricus.